Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.

Obs: na fic, vou tentar continuar inserindo cenas do Rodrigo e do Fernando, com Saori e Marin, respectivamente, mas para que ela flua melhor, decidir em manter um foco maior nas garotas, em especial e com cenas mais longas para as que eu sei que tem acompanhado a fic; agradecimentos especiais a Cris, Isa, Sheila, Helu, Gabe, Bel, Ju (Juliana) e Polly.

Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.

Texto normal se refere ao presente.

Capítulo 11

Naquela sexta-feira, as garotas acordaram relativamente cedo, sentindo-se renovadas depois de uma boa noite de descanso nos braços de seus amados Cavaleiros.

Algumas já estavam de férias tal como Saori havia mencionado que tinha providenciado, como Paula, Marcela, Cris, Esther, Juliana e, a contragosto, Sheila.

Para a maioria delas, não havia a necessidade de levantar tão cedo, então, algumas delas ficaram por mais tempo na cama junto dos seus dourados. Mas não demorou muito para começarem a sentir o calor grego fazer a cama ferver. No mau sentido.

As temperaturas daqueles dias estavam fazendo até mesmo a paraense sentir que não ia aguentar aquele calor… Com um banho frio, as mulheres dos Cavaleiros de Ouro e os Santos de Athena, se refrescaram e subiram ao 13° Templo, onde encontraram as outras brasileiras já à mesa do café da manhã.

– Bom dia, pessoal! - Disseram Cris e Saga pelos que chegavam naquele momento e se juntavam ao outro grupo para comer.

– Bom dia! - Suellen que respondeu por todas, tinha um prato cheio com ovos mexidos, torradas, queijo, peito de peru, biscoitos salgados, frutas e bolo nas mãos e voltava a mesa onde Kannon estava com uma cara amassada de sono, bebericando uma xícara grande de café.

– Ainda não acostumou a acordar cedo, Kannon? - perguntou Cris, sabendo através de Su, que agora, ele era um moço trabalhador, além de General Marina. E de fato, logo cedo, ele já teria uma reunião com Julian Solo.

– Não muito. - o gêmeo de Saga respondeu levando mais um gole de café a boca.

Heluane e Giovanni estavam sentados lado a lado, cada qual tendo torradas integrais, manteiga, geléia, iogurte e frutas, com um grande copo de suco de laranja.

– Bom dia, Giovanni, Heluane.

– Buongiorno, Shaka, Juliana.

– Oi!

Juliana pegou o bule de chá e serviu uma xícara para Shaka e outra para ela, enquanto o virginiano pegou alguns biscoitos salgados, torrada com geléia e frutas para ambos.

– Bom dia, Camus! - Milo já puxava uma cadeira ao lado do melhor amigo, com um sorriso de uma orelha a outra. - Isa, Ju!

– Bom dia, pessoal. - Marcela sentou-se a cadeira e começou a se servir com as comidas deliciosas que haviam ali.

Isabel e Camus comiam croissant que Athena mandara fazer especialmente para eles, com manteiga e ambos com uma xícara de chá preto.

– Bom dia, Milo, bom dia, Marcela! - responderam Isa e o francês.

– Bom dia! - Julia cumprimentou-os e voltou a tomar uma xícara grande de café enquanto respondia algumas mensagens de trabalho pelo celular.

Depois de digitar e deixar o aparelho de lado, ela tomou um pedaço de pão de fermentação natural com manteiga nas mãos.

Esdras, mais quieto e sonolento, com cara de quem não tinha dormido tão bem, comia seus ovos mexidos com fatias de queijo, pão de fermentação natural, biscoitos e geléia.

– Está com jeito de quem dormiu de jeans, Shura! Melhora essa cara! - Mabel implicava com ele enquanto Aldebaran comia tranquilamente, com um prato servido igual ao que Suellen havia feito para Kannon e ela dividirem.

– Deixa o Shura, Bel… - Ricardo falou baixo, tentando apaziguar. - Pela cara dele, ele não dormiu bem.

E, realmente, depois da conversa com a brasileira na noite anterior, o espanhol teve certa dificuldade para dormir, pensando no quanto o pai dela a havia machucado e como se sentiu culpado por como a havia tratado no passado. "Mas o que importa é que, depois, nós ficamos juntos!".

– Bom dia, Olia! - Aiolos cumprimentou o irmão e se sentou a frente dele, servindo-se de café.

– Bom dia, Olos!

– E aí, cunhadinho? Bom dia, Gabe! - Sheila acomodou-se na cadeira ao lado do sagitariano.

– Bom dia, Sheila!

Enquanto Aiolos e Sheila se serviam, Gabe tentou fazer Aiolia experimentar um pedaço de um bolo que havia comido, mas este reclamou de estar doce demais e preferiu comer um pote de iogurte com granola.

Shion e Paula desceram ao mesmo tempo em que Saori e Rodrigo, eles se acomodaram a mesa, servindo-se.

– Bom dia a todos! Espero que tenham gostado do café da manhã.

– Bom dia, Athena. - responderam em uníssono.

– Gostaria de pedir às garotas que ainda tem seus compromissos de trabalho para, se possível, encerrarem os expedientes mais cedo e após o trabalho, levarem meus Cavaleiros as compras.

– Opa, peraí! Compras? - as garotas se animaram, enquanto alguns dos homens torceram um pouco o nariz.

– Sim, gostaria que vocês os levassem para comprar os móveis para decorar as suas Casas. Se deixarem por eles, as Doze Casas vão ficar quase inabitáveis por muito tempo. - Saori os observou mais atentamente. - E, quem sabe, caso queiram algumas coisas pessoais como roupas novas também?

– Athena! Está dizendo que nos vestimos mal? - um indignado Aiolia e um indignado Milo questionaram.

– Vocês nem ao menos sabem que tipo de roupa usar em cada ocasião. - Gustavv, que chegava agora, com Fernando, opinou.

– Por quê comprar roupas novas? - Camus, Shaka, Mask e Saga também estranharam.

– É apenas uma sugestão. - Saori ergueu as mãos em sinal de rendição, com um sorriso no rosto, segurando o riso.

As mulheres se divertiram com a ideia e algumas já estavam empolgadas para irem às compras, conversando e falando alto, quando Marin e Shina chegaram, vindo do vilarejo.

– Senhorita, bom dia! Bom dia, Cavaleiros, meninas! Nando!

– Bom dia, Marin! Bom dia, Shina! Digam.

– Senhorita, as consultas e avaliações físicas já estão agendadas, para hoje, a partir de 10h.

– Muito bem, Shina!

– E temos uma situação de emergência na Vila, Athena. Com o calor excessivo, os idosos em Rodório estão passando mal. Precisamos de atendimento médico urgente e um plano de contingência.

– Eu posso ajudar, Athena. - Heluane adiantou-se. - Vou a Rodório com você, Marin. Precisamos levar bastante água, frutas, se tiver ventiladores, precisamos levar o máximo que conseguirmos deles…

– Também posso ajudar, Athena. - Juliana se prontificou a auxiliar a Deusa e a Amazona.

– Nós também podemos ajudar. - Prontificaram-se Rodrigo e Fernando.

– Aliás, meninas… Vocês que vão sair para trabalhar… - Helu se voltou para as amigas. - Usem bastante protetor solar, chapéu e roupas leves.

– Eu já passei o protetor logo que me arrumei! - exclamou Gabe.

– Não tenho vestidos, mas essa roupa é bem leve. - disse Suellen.

– E bebam bastante água!

– Especialmente você, Dona Julia, por causa do seu rim! - Isa puxou a orelha da amiga que estava ao seu lado.

– Aaaaii, Isabeel!

– Shura, faça ela beber água! - Isabel praticamente apontou o dedo para o espanhol.

– Pode deixar comigo.

– Helu, eu agradeço muito a sua ajuda. Assim que terminarmos aqui, irei solicitar para que deixem tudo pronto para irmos.

O café da manhã continuou bem animado até que, aos poucos, cada qual seguiu para seu trabalho e as garotas em férias foram passear ou retornaram as Doze Casas com seus dourados.

Quando deu 10 horas, Shion já estava no consultório do médico do Santuário, senhor Nikos, aguardando os Cavaleiros de Ouro chegarem. Aiolos, Shura, Saga, Mú, Shaka, Camus, Dohko e Gustavv foram os primeiros a chegar com menos de cinco minutos de atraso.

– Bom dia, senhor Nikos! - cumprimentou Aiolos por todos. - Como o senhor está?

– Muito bem, senhor Aiolos. E muito feliz por estarem de volta!

– Espero que sua família esteja bem! - disse Saga.

– Estão, sim, senhor Saga. E o senhor e seu irmão?

– Estamos bem. Acredito que na medida do possível…

Saga observou o médico. Ele já era um senhor de uns 50 anos pelo menos, quando ele estava sendo tratado, antes da guerra contra Hell. O homem envelheceu mais um pouco, estava com os cabelos ainda mais grisalhos, os olhos pequenos agora tinham um brilho diferente, mais diminuto. Haviam muito mais marcas de expressão contornando seus olhos e boca. As mãos perderam um pouco da firmeza de antes.

Quando os outros Cavaleiros chegaram, o médico os fez sentar em uma sala de espera, para que pudesse fazer a consulta um a um. Examinou os olhos…

– Camus, tem notado embaçar a visão? Sente dificuldade para enxergar?

– Não, na verdade… Tenho enxergado perfeitamente.

Escutou o coração e pulmão de cada um…

– Me parece que sua insuficiência respiratória foi curada, Aiolia. - o médico segurava o estetoscópio contra o peito do leonino. - Seu pulmão parece estar muito bem…

Tirou a pressão deles…

– 12 por 8, pressão normal, Milo. Muito bom!

– Está falando sério?

– Sim, está normal.

Fez uma coleta de exames de sangue, tendo parte dos resultados rapidamente, com a tecnologia de ponta que Saori mandou instalar no prédio da nova ala médica próxima a arena dourada.

– Sem traços de veneno, Gustavv.

– Não pode ser…

– Veja, os resultados não mentem.

E realizou uma bateria de outros exames…

– Está sentindo dor? - tocou no ombro de Shura enquanto este mantinha o braço direito totalmente erguido.

– Não, nenhuma.

Até mesmo de tomografia…

– Dohko, seus exames estão normais. Você tem sentido alguma enxaqueca?

– Nenhum episódio até agora.

Quando as consultas acabaram, os dourados estavam ansiosos pelas notícias. Shion aguardava o homem de pé.

– E então, Dr. Nikos?

– Todos os exames estão normais. Nenhum dos problemas de saúde que apresentavam depois de Hades apareceram nos resultados. Pelo que vejo, estão como novos em folha.

– Mas como é possível?

– Shion, meu caro, depois de tanto tempo trabalhando no Santuário e atendendo vocês, a única conclusão a que chego é que o tratamento com o cosmo de Athena e Odin para os despertar do coma curou as sequelas físicas de Hades.

– Isso significa que…?

– Ao menos no que diz respeito à saúde de vocês, não existem mais sequelas e da minha parte, estão perfeitamente aptos a voltarem a treinar.

Suspiros aliviados e alguns gritos de empolgação escaparam dos quatorze homens que estavam ali. Nem notaram quando Shina se aproximou com Ikki de Fênix.

– Estão comemorando o quê, se ainda nem fizeram as avaliações físicas? - a voz grave e rouca do japonês saiu tão seca quanto de costume.

Shina era dura, mas Ikki poderia ser ainda mais.

– Vai falar com dois Grandes Mestres assim?

– Você sabe que eu não sou leal a ninguém além da própria Athena e do meu irmão, Milo.

– Com todo o respeito, Ikki, mas o que você está fazendo aqui?

– Ikki me ajudará com a avaliação física de vocês, Mestre Shion.

A Amazona e o Cavaleiro de Bronze conduziram os dourados, Kannon e Shion para a academia nova na arena dourada. Haviam quatorze esteiras enfileiradas próximas a janela que dava para o bosque do Santuário, ao menos quatro de cada aparelho de musculação espalhados por uma grande sala muito bem iluminada pelos janelões, com ar condicionado e haviam halteres, cordas e outros equipamentos de academia espalhados pelo lugar.

– Para começar a avaliação física, vamos fazer alguns testes. - Explicou Shina levando-os a um vestiário amplo. Na área ao lado de onde haviam os armários, havia uma espécie de saleta. Shina entrou e ordenou que a acompanhassem. - Entrem.

– Mas Shina… você vai ficar no vestiário masculino? - disse Ricardo.

– Entrem! - a italiana elevou o tom de voz para autoritário. Nenhum deles discutiu e entraram quietos.

– Retirem a roupa.

– Peraí, como é que é? - Mú se assustou.

– Façam o que ela está mandando. - Ikki disse seco.

– Mas vamos ficar todos nus na frente da Shina? - Giovanni ficou incrédulo.

– Eu não tenho nenhuma pretensão de ficar nu na sua frente, Ophiucus. - Shaka responde, de olhos fechados.

– Se a Julia ficar sabendo…

– A Marcela vai me castrar!

– E a Paula vai me matar.

– A Suellen nunca mais vai falar comigo.

– Bando de frouxos e pervertidos! Só tirem a roupa agora! Não precisam ficar pelados!

Ikki cruzou os braços sobre o peito, olhando os Cavaleiros de Ouro com medo de suas mulheres descobrirem que ficaram pelados na frente de Shina.

O cosmo impaciente de Fênix fez os dourados prontamente obedecerem, ficando só de cueca.

Ele e Shina os analisaram um a um, tiraram medidas de porcentagem de gordura e testaram a mobilidade e flexibilidade deles com leves atividades. Depois, Ikki mandou que cada um deles se vestissem de novo e colocassem seus tênis.

– Agora, vão para as esteiras e coloquem o aparelho que monitora o batimento cardíaco e comecem a correr! Vou marcar 10 minutos!

– Shina é pior do que o Shion… - Cochichou Aiolia para Kannon.

– Ela dá medo! - O geminiano respondeu ao leonino.

– Andem!

Até mesmo Shion e Aiolos, que deveriam ser as autoridades máximas ali, estavam obedientes com o tom agressivo de Shina e Ikki. Os quatorze subiram nas esteiras e começaram a correr.

1 minuto… 2 minutos… 3 minutos… 4 minutos…

– Meu Zeus… vamos ter de correr por mais 6 minutos ainda…? - reclamou Gustavv.

– Menos conversa e mais corrida, Peixes!

5 minutos… 6 minutos… 7 minutos…

– Em todos esses meus anos como Cavaleiro, nunca precisei correr 10 minutos na esteira.

– Continue correndo, Áries!

8 minutos…

– Ainda bem que está acabando… - Camus secou o suor do rosto.

– Só mais dois minutos… - Aiolos estava um pouco ofegante.

– CORRAM!

9 minutos…

– Por Athena… minhas pernas! - Dohko já sentia os músculos doerem.

– 10 MINUTOS!

Os dourados foram diminuindo a velocidade até pararem, ofegantes. Alguns, como Shaka, Mú e Camus estavam com os cabelos completamente despenteados, presos em coque ou rabo de cavalo, com os fios grudados no pescoço suado.

Shina extraiu os dados de monitoramento para um computador e avaliou, pensativa. Ikki apareceu do lado dela e ficou observando a tela por alguns instantes.

– Parece que estão aptos a voltarem a treinar, mas vão demorar um pouco a poderem lutar como antes. Todos os resultados foram bons, apesar de estarem um pouco fora de forma para os Cavaleiros de Ouro.

Os quatorze, um pouco esbaforidos, olhavam incrédulos para Fênix.

– Fora… de… forma…? - Shion perguntou, ofegante.

– Como… fora… de… forma…? - Saga também quis saber.

– Como ficaram em coma por muito tempo, vocês perderam todo o preparo físico que tinham. Como Cavaleiros de Ouro, vocês precisam ter mais força muscular, resistência, condicionamento…

– Shina e eu vamos treinar vocês para que voltem a ter a mesma resistência de antes. Vão fazer musculação, irão correr, e praticar luta novamente. Não deve demorar muito para se recuperarem, com o cosmo de Athena.

– Assim que estiverem mais em forma, poderão testar e usar os cosmos.

Os dourados respiraram fundo. Era bem verdade que com o tempo que ficaram em coma, seus corpos tinham perdido tonificação. Teriam que ir aos poucos, até retomarem sua perfeita forma física. Ao menos, tinham o cosmo de Athena para acelerar esse processo! Foram recuperando o fôlego e em seguida, rumaram para suas Casas.

Demorou um pouco para prepararem os suprimentos e se organizarem para irem a Rodório, mas conseguiram sair ainda antes do almoço. Heluane desceu as escadarias com Athena, Marin, Juliana, Nando e Rodrigo carregando alguns suprimentos para amenizar o calor e o impacto das altas temperaturas para os idosos da Vila de Rodório.

Chegaram em Rodório e viram algumas pessoas se refrescando em uma fonte no meio de uma das praças. Helu prestava mais atenção à Vila. Algumas casas eram de pedra, enquanto outras, eram feitas de barro.

– Não é à toa que tem pessoas passando mal por causa do calor… - murmurou para si mesma.

Passaram pelo mercado central, onde compraram algumas frutas a mais e começaram a fazer visitas às casas dos idosos.

Em cada uma, Helu fazia alguns exames, verificava como estava a saúde deles com a Juliana, Marin os ajudava a se refrescarem, dava água, os alimentava com frutas, enquanto Nando e Rodrigo instalavam ventiladores e ar condicionado e Athena usava uma centelha de seu cosmo para trazer algum conforto e bem estar para eles.

Pararam no horário do almoço em uma taverna onde o taverneiro fez questão de servir sua melhor comida e suco fresco para Athena e seus convidados. Descansaram após o almoço em uma das poucas construções mais modernas e frescas.

Devido ao verão intenso, algumas pessoas foram removidas de suas casas para construções mais frescas e ventiladas.

Todo o procedimento era feito com muito cuidado, pois os idosos eram mais frágeis e com os termômetros passando de 40 graus em alguns dias, ficavam muito mais suscetíveis aos perigos da desidratação.

Estavam fazendo os últimos atendimentos, quando Athena tomou as mãos de Heluane nas suas.

– Não sei como lhe agradecer por essa ajuda.

– É meu dever como enfermeira, Athena. Não se preocupe.

– Por favor, se houver algo que eu possa retribuir sua ajuda…

Helu pensou na conversa com Giovanni no dia anterior. Ponderou, respirou fundo e então, arriscou.

– Pode nos devolver nossas memórias, Athena?

– Como?

– Você pode devolver as nossas memórias de quando estivemos aqui, 10 anos atrás, ao invés de ficarmos somente com as memórias que temos pelas anotações no caderno da Julia. Já mostramos que somos leais a você e não iremos contar nada a ninguém.

– Você tem certeza que quer se lembrar de tudo, Helu?

– Sim, e tenho certeza que as outras meninas também!

– Vocês concordam com a Heluane? - Perguntou a Nando, Juliana e Rodrigo.

– Sim, Saori. Acho importante ter nossas memórias de volta. - Juliana afirmou.

– E é como a Helu disse… Nós não vamos contar nada… - Nando acrescentou.

– Bem, pensarei a respeito e conversarei com todas. E então, devolverei suas memórias.

– Obrigada, Athena!

– Já são quase três horas. É melhor vocês se aprontarem para ir às compras com Giovanni e Shaka.

– Duvido que aquele carcamano vai querer fazer compras! - Helu riu.

– Giovanni adora comprar coisas para casa, como qualquer canceriano, embora não admita isso. Da outra vez, ele encarregou Afrodite de fazer a decoração geral, mas o próprio Gio comprou alguns objetos de decoração, suas roupas de cama, e mais algumas coisas. Não diga que eu contei isso! - Saori deu uma piscadinha.

– E o Shaka? - indagou Juliana, curiosa, enquanto subiam de volta às Doze Casas.

– Shaka pode não parecer, mas gosta de organizar sua própria casa. Ele não é muito afeito a escolher objetos de decoração, como quadros, por exemplo. Mas os móveis e tudo aquilo que possa ajudar a deixar sua casa mais organizada e bonita, ele irá comprar.

Continuaram a conversar enquanto caminhavam e logo, estavam nas Doze Casas. Helu parou em Câncer, cumprimentando Giovanni com um beijo e em seguida, foi tomar banho correndo para poder ir às compras. O italiano já estava pronto, vestindo um jeans, camiseta preta casual e coturnos.

Juliana chegou em Virgem e encontrou Shaka vestido com um sári branco e sandálias, meditando na sala que - bem observou - só tinha almofadas e um tapete indianos no chão, onde ele estava sentado. Realmente, precisavam providenciar mais algumas coisas… pelo menos uma mesinha lateral, uma poltrona ou sofá cairia bem.

Tomou seu banho correndo e vestiu-se, descendo com Shaka e os outros Cavaleiros e garotas até a entrada das Doze Casas.

Saori havia deixado ordens para que os motoristas da Mitsui levassem os casais para os melhores shoppings e lojas de móveis e decoração para que fizessem as compras. Os motoristas iriam buscar aqueles que estivessem no Santuário às 15h45 e em seguida, as garotas que estavam trabalhando.

Isabel estava compenetrada lendo um livro em francês na biblioteca da Universidade, após o encontro com a docente phD que chefiava o Museu de Arqueologia e Etnologia da Fundação Mitsui e que era a docente daquele curso de verão do grupo de estudos sobre as cidades gregas.

Nem percebeu quando o Cavaleiro de Aquário parou do outro lado da baia de estudos, apoiando-se sobre a divisória e debruçando-se de leve na direção dela.

– Camus! Quer me fazer enfartar no meio da biblioteca? - disse baixinho.

– Vim te buscar para irmos às tais compras que Athena nos mandou fazer.

– Meu Deus, eu não vi! Atrasei todo mundo. - Isabel levantou e começou a recolher suas coisas.

Logo estavam no veículo com Aiolos, Sheila, Shura e Afrodite.

Aldebaran estava confuso. Porquê tinham tantas crianças em uma escola tão pequena? Não que ele achasse ruim, o taurino gostava de crianças e se dava bem com elas. Mas a gritaria no pátio estava ensurdecedora.

– Alde! Ooi, desculpa, eu atrasei um pouco.

O Cavaleiro voltou para onde vinha a voz de Bel. Ela vinha com uma bolsa em um dos ombros e uma criança a tiracolo. A camiseta estava suja de suco e molho de tomate.

– Eu não sei o que fazer, não falo grego, eles não falam português e nem adianta eu tentar inglês. Mas preciso ensiná-los e este aqui fez a maior bagunça na hora do lanche, jogou suco e molho na mesa…

Ricardo ria de forma carinhosa. Ele abaixou para ficar a altura do menino e falou, em um grego com algum sotaque, mas sem erros gramaticais.

– Qual o seu nome?

– Alexis.

– Alexis, o que aconteceu na hora do lanche, que a tia Mabel… - olhou para Bel e depois de volta ao garotinho - está com a camiseta suja de suco e molho?

– Eu não gosto de suco nem de molho.

– E por isso, você jogou na mesa?

– Eu não gosto! Por quê colocaram pra mim?

– Alexis, quando nós não gostamos ou não queremos alguma comida, o certo é dizermos de forma gentil que não gostamos e não queremos. E pedir, com educação, se podem trocar o que a gente não gosta por outra coisa que a gente gosta. Não podemos jogar na mesa, se não, vai sujar a mesa, o chão e a roupa das pessoas. Não é legal ficar sujo, é?

– Não, senhor…

Mabel acompanhava tudo maravilhada com a destreza de Aldebaran em lidar com o menino. Depois de o taurino explicar a ele como se comportar, o garotinho prometeu não fazer mais aquilo, deu um abraço no Cavaleiro, pediu desculpas e deu um abraço nas suas pernas. Bel acarinhou os cabelos do menino e ele saiu correndo para brincar.

– Isso foi incrível, Alde!

– Bem, não foi nada. - olhou a camiseta dela de novo. - Você quer deixar as compras para outro dia e voltar ao Santuário?

– Não precisa. Tenho uma camiseta limpa na bolsa. Me dá só um minutinho para me trocar e já vamos.

Ricardo concordou com a cabeça, segurando a bolsa da piauiense enquanto ela pegava a muda de roupa e ia ao banheiro se trocar. Observou a escola e suspirou. Algumas lembranças de sua infância no Santuário, correndo e brincando com Mú, Shaka, Milo e os outros nas horas vagas invadiram sua mente e ele sorriu.

– Tempos bons…

– Podemos ir!

O casal de brasileiros caminhou de mãos dadas para o veículo onde Mú, Esther, Shaka, Juliana, Dohko e Jules os aguardavam.

Julia andava de um lado para o outro da sala de uma das empresas do Grupo Mitsui que haviam disponibilizado para ela trabalhar ao longo desse período, ao telefone e gesticulando um bocado, quando Shura entrou no escritório.

– Mas Luís, o cliente pediu para que colocasse todos os usuários na plataforma no máximo em 30 dias. Eu sei que são mais de 1.500 usuários e o sistema não está permitindo fazer isso automaticamente, mas não posso atrasar essa entrega, corremos risco de perder o cliente! Hmmm, a Gisele não consegue te ajudar com isso? Peraí… deixa eu ver se conseguimos postergar a implantação da Kronn. Não, não tem problema, eles são mais flexíveis…

O capricorniano ficou no corredor observando- a, enquanto ela trabalhava. Até que ela o viu.

– Shura! Desculpa! Tive um problema para resolver no trabalho. - Saiu da sala com a bolsa no ombro direito.

– Tudo bem! - Shura a cumprimentou com um beijo, pegou sua mão e a conduziu para o elevador, onde encontraram com Aiolia e Gabe, e depois, foram para os veículos que os aguardavam.

Os casais conversavam no caminho e os veículos os deixaram em alguns pontos diferentes da cidade.

Gabe e Aiolia desceram em uma grande loja de móveis especializada em público nerd e gamer. O leonino e ela já sabiam que queriam um grande painel escuro com iluminação led para acomodar uma televisão de 70 polegadas, um Playstation e um XBox, além de um sistema de som surrounding para a sala de estar, onde iriam fazer suas competições de video game.

Andaram e andaram pela loja, avaliando diversos modelos. Ou eram muito frágeis, ou tinham pouco espaço. Alguns eram feios. Outros pareciam lindos, mas pouco funcionais.

– Olia, o que acha desse aqui?

– Não sei… acho que fica difícil de passar os cabos atrás, não acha?

– Humm, verdade!

– Vem ver esse outro, Gabe. Achei bem interessante esses suportes para colocar os consoles.

– Nossa, facilitaria muito para arrumar depois. - Gabe olhava o painel de diferentes ângulos.

– E então, o que acha? - Aiolia perguntou com expectativa.

– Esse parece ser perfeito. - A brasileira sorriu para o namorado, que ficou feliz de finalmente terem encontrado o móvel certo.

– Vamos pedir para Saori mandar alguém para retirar, então. - Aiolia já se encaminhava para falar com o gerente.

Avisou que a herdeira Mitsui ia mandar alguém fazer o pagamento e retirar o móvel, que o gerente só precisava lançar em um pedido no nome dela, conforme orientado por Saori.

O gerente, muito solícito, atendeu a seu pedido e sugeriu que ele e Gabe usassem um leitor de código de barras portátil conectado ao app da loja para fazer o pedido que seria encaminhado à senhorita Mitsui.

Aiolia pegou o leitor de código de barras e passou pelo painel que queriam. Quando viu, Gabe já estava sentada em um sofá, testando a maciez e conforto do mesmo.

– Esse sofá é maravilhoso, Olia!

O leonino se acomodou junto da namorada e se esparramou. Realmente, o sofá era muito confortável! Passou o leitor e viram carregar no app da loja que instalou no seu smartphone.

– Legal, agora, precisamos de uma mesa de jantar! - Gabe levantou-se animada.

Aiolos e Sheila ali perto, em uma outra loja, andavam por entre os sofás, mas a libriana parecia estar em outro lugar.

Apesar de ter ficado frustrado que Sheila estava mais preocupada com os jogos do Palmeiras, tinham feito as pazes na noite anterior e o Cavaleiro acreditava que irem às compras poderia ajudar a fortalecer o relacionamento deles.

Tinha sido um tremendo mulherengo depois de voltar a vida. Mas encontrar essa mulher fez seu coração errante e seu espírito livre quererem se acalmar e assumir um compromisso com ela. Então, agora, ele queria se jogar de cabeça nesse relacionamento.

Sheila estava pensando em todas as coisas que precisava alinhar com Fátima para que ela a substituísse. Digitava no celular, quando Aiolos a chamou.

– Sheila, o que acha desse sofá?

– Uhum, está ótimo, Aiolos. - Respondeu mecanicamente, sem tirar os olhos da tela.

Aiolos suspirou desanimado. Pelo jeito, a decoração teria de ser inteira escolhia por ele. Escolheu um sofá que julgou confortável, depois tentou novamente pedir a opinião de Sheila e agora ela falava com o seu chefe.

Ao chegarem na área de jantar, perguntou a ela sobre algumas que achou que poderiam ser boas para a Casa de Sagitário.

Mas parecia que Sheila não tinha interesse em decoração naquele momento. Ela não largava o celular e quase não parou de falar com o chefe. Ou com sua colega de trabalho.

- Oi, Fátima! Então, as pastas… - Ela atendeu o celular e se afastou.

Aiolos ficou olhando ela se afastar, completamente perdido entre sofás, mesas de centro, tapetes e racks. Não sabia qual escolher. Mordeu o lábio inferior.

Se ao menos, Sheila aproveitasse as férias para fazer as compras com ele…

Shaka e Juliana tinham uma lista de coisas a serem compradas, organizada por cômodos, no sentido da área mais íntima da casa para a social. Escolheram o guarda-roupas, a cabeceira da cama, as mesas de cabeceira, armários para o banheiro, a mesa da sala de jantar, armários de cozinha.

O indiano era muito prático e pragmático, já tinha até listado os tipos e modelos de móveis que queria, o que agilizou muito todo o processo das compras.

Faltava a sala de estar.

– Poxa, não tem nenhum móvel no estilo indiano?

– Se não tiver, podemos deixar somente as almofadas mesmo, Ju.

– Mas precisamos de pelo menos uma mesinha de centro para o chá, Shaka.

– Precisa ser indiana? Se você quiser, poderíamos fazer uma sala no estilo japonês.

– Bem, eu queria que se sentisse em casa. - Juliana olhou para o loiro ao seu lado.

– Não me importo com qual estilo de decoração vamos ter na sala… Se você estiver nela, já me sentirei em casa.

Juliana sorriu. Nunca pensou que Shaka fosse tão romântico. Virginianos são tão práticos e pragmáticos, que nunca imaginou que ele diria palavras tão doces.

– Está bem, então, vamos levar esta mesinha japonesa. Podemos levar mais algumas almofadas e alguns vasos.

Depois de algumas horas, Shura e Julia e Isabel e Camus já tinham escolhido parte dos móveis que precisavam e os dois Cavaleiros, cansados de tanto bater perna e ver tantas mesas, sofás, racks, poltronas… decidiram ir a algum café ou outro lugar onde pudessem sentar e beber alguma coisa com calma.

Enquanto isso, as garotas passeavam pelo centro de compras, olhando vitrines e algumas vezes, entrando nas lojas para testar algum perfume ou olhar mais de perto alguma peça de roupa ou sapato.

– Mana, vamos olhar aquela loja de vinhos? - Isabel chamou a outra.

– Vamos! - Julia olhou na direção que a amiga indicava e após pagar pela lingerie de renda preta, seguiu com ela para a loja.

Haviam colmeias de madeira em tom castanho cobrindo todas as paredes ao fundo da adega, que estava bem refrigerada.

– Podemos entrar? - Isa apontou para dentro da adega, falando em inglês com a mulher que cuidava da mesma.

– Sim, claro!

Após as portas de vidro se abrirem, as duas brasileiras entraram e olharam impressionadas para a quantidade de rótulos. Um deles, que tinha um desenho de um ramo de lavanda, chamou a atenção de Isa.

– Acho que vou levar uma garrafa desse vinho rosé provençal… - pegou a garrafa com cuidado.

Não sabia bem o porquê, mas sentia que era especial e deveria comprar. Julia, na outra ponta, viu um rótulo em espanhol, com a bandeira da Espanha gravada.

– E eu, vou levar esse. Tenho certeza que o Esdras vai gostar! - A escorpiana se animou, pegando uma garrafa de champagne também. - Mana… O que acha de repetirmos aquele dia e observarmos as estrelas, bebendo vinho ou champagne?

– Ótima ideia, Ju! Vamos?

Ambas pagaram pelos vinhos, que foram bem embalados e partiram.

Saga e Kannon eram arrastados pelas mãos por Cris e Suellen para mais uma loja de decoração. Eles não aguentavam mais ver móveis de tudo quanto era tipo.

– Eu não aguento maaais, Suu. - Kannon resmungava.

– Cris, precisamos mesmo comprar tudo hoje?

– Quanto antes tivemos a Casa arrumada, melhor, Saga!

– Cristiane, por que não escolhe o primeiro modelo que tiver e pronto?

– E deixar nossa Casa parecendo um… um não sei o quê? - A mineira se indignou e colocou as mãos na cintura. - Você pode não ligar para essas coisas, Ares, mas morar numa Casa bonita e confortável faz toda a diferença.

– Que diferença? Vai tudo explodir pelos ares mesmo, se tiver outra guerra. - Ares estava completamente entediado.

– Nisso eu tenho de concordar com ele. - Kannon falou também já sem muito saco para aquilo.

– Credo, como vocês dois são sem-graça! - Suellen falou, parando ao lado de Cris. - Vamos deixar os dois bebês chorões e vamos nós escolher as coisas, Cris! Depois se eles não gostarem, o problema é deles!

– Você não tem medo de morrer, não, Suellen? - Ares estreitou o olhar.

– Olha como fala com a Su! - o Marina encrespou-se com Ares.

– Vamos, Su! Deixa eles se matarem aí. Eu quero colocar uma cristaleira na sala de jantar e…

As duas continuaram conversando e iam avaliando cada peça que queriam para montar a Casa de Gêmeos ao seu gosto, enquanto os dois gregos se bicavam atrás.

xxxx

Boa noooitee!

É, gente, eu fiz uma comédia meio pastelão e coloquei só um gostinho das compras para aliviar os ânimos de geral depois do final do último cap, hahaha.

Tbm, eu sei que se eu for muito a fundo em algumas coisas (como serão os almoços ou mesmo esse processo de recuperação deles), eu vou me perder, ou a fic iria ficar longa demais, então, serã pinceladas. Assim, consigo escrever melhor.

Agora, de acordo com meus planos, a fic engata mais nos relacionamentos de cada uma, na convivência com os dourados e entre os dourados, nos planos de mudança e readequações profissionais que elas terão para poder viver na Grécia.

Às reviews, eu deixarei uma resposta mais geral dessa vez, em vista do teor da maioria delas e do cap anterior.

Muito obrigada pelas palavras gentis e carinhosas e pelo apoio de todas. Algumas feridas se curam mais rápido, outras, são mais profundas e levamos tempo para nos curar.

Hoje, estou muito melhor, inclusive comigo mesma e me amo muito mais!

Obrigada e envio todo meu carinho a vocês! (Emoji de coraçãozinho)

PS: E tenho certeza que, um dia, eu vou encontrar um Shura tão fofo como o dessa cena, pra mim! Hahahahaha

Assim como eu torço para que quem ainda não encontrou o seu grande amor, encontre um dia o seu Deba/Camus/Saga/Shaka/Aiolia! Hahahahaha