Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.

Obs.1: Capítulo focado em Shaka e Juliana

Obs.2: a primeira parte são cenas de ALSA, fic da Krika Haruno, que pincei apenas do casal deste capítulo para simbolizar a recuperação das memórias e também, do compartilhamento das memórias dos casais.

Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.

Texto normal se refere ao presente.

Músicas temas para o capítulo: como não tinha pensado em nenhuma música para o casal ainda, fui ver e usar a mesma que a Cris usou na despedida de Ju x Shaka quando a barreira teoricamente abriria. Então, usei Iris na versão cantada por Jada Facer, na versão instrumental de The Secret Pianist… e adicionei Can't Help Falling in Love na versão cantada por Haley Reinhart em alguns momentos pontuais.

Capítulo 20

O homem fitou a garota. Ela trazia traços orientais. A pele era bem clara, olhos castanhos escuros, cabelo na altura dos ombros repicados e com franja. Era baixa e pela expressão do rosto julgou-a bem novinha.

- Como se chama?

- Ju-liana... - abaixou o rosto novamente.

- Pois muito bem Juliana, não sei quais lugares Atena permitiu que andassem, mas de certo que esse templo, não está na permissão.

- Desculpe...

- Não se preocupe, é irrelevante.

- Você trabalha aqui? Algum empregado? - indagou ainda sem erguer a cabeça e querendo saber o grau de autoridade do homem.

- Empregado? Eu? - fechou o cenho. - tenha mais respeito garota. Sou um cavaleiro de ouro, Shaka de virgem.

Ela ergueu o rosto na hora, arregalando os olhos. Ainda pensando que poderia ser um engano coçou os olhos várias vezes. Não era possível que aquele homem era...

- Sha-ka?

- Sim.

Não se contentou em apenas olhar, tinha que tirar a dúvida. Timidamente, tocou o no braço, sentindo a pele. Ficou pálida.

- É de verdade... - murmurou estarrecida.

- Claro que sou real. - disse impaciente. - agora volte para o templo, ou contarei a Atena que entrou em local proibido.

- Sim... - respondeu no automático. O cavaleiro mais forte entre os doze estava bem diante dela?

- Vá logo. - ordenou, não gostando nem um pouco da forma como ela o olhava.

Juliana apenas balançou a cabeça afirmando. Ainda em estado de choque, a brasileira deu meia volta tomando rumo do templo principal. Shaka a esperou entrar para voltar para sua casa.

- "Jovenzinha petulante. Eu empregado..."

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Ele pensou por alguns instantes, lembrando-se do tempo que passou ao lado de Kajra. A descrição feita pela brasileira batia com as coisas que ela fazia.

- Quando me levaram, ela chorou muito. - esse dia estava muito vivo em sua mente.

- Isso prova que ela gostava de você.

- Pode ser.

- E você? Gostava dela?

Por que ela fazia perguntas tão difíceis de responder? Respostas que não sabia.

- Não sei. Alias também tem muito tempo... não sei precisar.

- Desculpe por perguntar.

- Não tem importância. Como também já esqueci o incidente "empregado". Passou.

- Eu posso te pedir uma coisa?

- Se tiver ao meu alcance.

- Posso ver o jardim das árvores gêmeas? - indagou, se ele concordasse seria ótimo, se não também não se importaria.

- Venha comigo.

Levantou deixando-a surpresa. Shaka atendeu seu pedido? Caminharam em silêncio, até um corredor que deu num salão de tamanho mediano, ao fundo ela viu um estatua de Buda deitada. O cavaleiro apenas tocou a testa e a estátua começou a mexer.

- Venha.

Juliana ficou deslumbrada. O jardim parecia não ter fim, o chão era coberto por uma relva bem verdinha, pétalas de cerejeiras eram levadas graciosamente pela brisa. No meio do jardim, duas arvores iguais que atingiam uma altura considerável.

- Posso ir até lá? - apontou para as árvores.

- Sim.

A passos lento Juliana caminhava em direção as árvores, sentindo o vento roçar seu rosto. Aquele lugar era simplesmente fantástico. Quando parou perto das árvores não resistiu sentando na grama, na sombra. Shaka que estava logo atrás repetiu o gesto.

- Esse lugar é lindo. É exatamente como Kurumada descreveu.

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- Pode abri-los?

O virginiano os abriu, mostrando o tom azul claro.

- Eles são lindos, deveria andar sempre assim.

Juliana calou-se. O susto na casa de Câncer foi tão grande a ponto de fazer esse tanto de perguntas e ainda pedir para que ele abrisse os olhos? Certamente Shaka deveria está pensando que ela era inoportuna.

O cavaleiro continuou a fita-la de olhos abertos. Juliana tinha uma conversa agradável e não ficava secando-o como as outras meninas. Falava baixo e era educada, qualidades imprescindíveis para ele.

- Deve está com fome. - levantou. - vou preparar um chá e biscoitos para nós.

Ela fez careta ao se lembrar do chá.

- Não se preocupe. - disse. - não é do mesmo. Aquele só é usado em momentos de tensão.

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- Adeus Juliana.

A brasileira continuou em silêncio e tentando tomar coragem para fazer algo. Não gostava de se arriscar, mas ao menos aquela vez faria algo impensável. Tudo foi muito rápido, quando Shaka percebeu, a garota estava nas pontas dos pés, colando seus lábios aos dele. Seu corpo arrepiou por inteiro ao contato. Juliana segurou o rosto dele com as duas mãos e aprofundou o contato. O coração do cavaleiro batia apressado, aquilo era a sensação que um beijo trazia?

Juliana afastou-se, pois Shaka não se mexeu. Para piorar ele trazia os olhos arregalados.

- "Ele vai me matar." Adeus Shaka.

Saiu rapidinho, antes que ele fizesse alguma coisa. O virginiano, não disse nada. Completamente aturdido pelo ato. Lentamente levou a mão aos lábios... Seu primeiro beijo foi aos trinta e dois anos!

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Ju não se mexeu. "Por que sempre fico sem ação quando ele faz isso? Droga!" Shaka voltou a aproximar ficando bem próximo a ela. Ju aos poucos ergueu o rosto, passando a olhar as íris azuis claras. Inconsciente abaixou o olhar para boca dele. O cavaleiro acompanhou o movimento e também fitou os lábios rosados dela. Sentiu uma vontade enorme de senti-los novamente, o corpo começou a esquentar e uma parte lá embaixo a reagir. Shaka inclinou o rosto tocando levemente a boca de Juliana, os olhos ainda permaneciam abertos, analisando cada reação dela. Ao sentir os lábios do virginiano sobre si, não se conteve aprofundando o contato. Ele aproximou um pouco mais seu corpo ao dela e segurou sua cintura. Aos poucos os olhos foram fechando. Ju poderia não ser nenhuma expert em beijos, mas sabia bem mais que o cavaleiro, que se deixou ser guiado por ela. A essa altura os corpos estavam bem mais próximos.

Shaka sentia um turbilhão de sensações que não conseguia identificar ou mesurar, era estranho ao mesmo tempo prazeroso, já para Ju, estava nas nuvens.

Subitamente Shaka se afastou. O rosto estava vermelho e a respiração ofegante.

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- Por que... por que a Kajra me deixou? Eu queria ficar com ela... Mas ela não me quis... mães não brigam por seus filhos?

Ju tentava acompanhar a mudança do indiano. Só que aquele assunto era delicado e triste. Shaka deveria ter tido uma infância triste.

- Brigam...

- Ela não brigou porque eu não era filho dela? - abriu os olhos, estavam um pouco marejados. - meus pais não brigaram por mim, ela não brigou por mim... ninguém me queria então? É por que sou diferente?

- Shaka... - sentou do lado dele. - tenho certeza que seus pais ficaram tristes quando te levaram.

- Acha...?

- Acho. Assim como a Kajra.

O que o virginiano fez, deixou -a perplexa. Ele a puxara, envolvendo-a num abraço.

- Sha-ka...?

- Pode ficar comigo? Só um pouco? Não quero ficar sozinho...

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- Quer que eu vá embora...?

- Não... - tocou no rosto dela, passando a acariciar, nunca tinha tocado em uma mulher daquele jeito. - quero que fique...

Disse para beija-la novamente, mas desta vez sentiu a vontade aumentar, não queria apenas beijar, queria mais, só não sabia o que, até... o filme de Mask vir a cabeça. Parou de beija-la na hora, assustado. Que vontade era aquela de fazer igual ao filme? E só com ela. Só se imaginava fazendo aquilo se fosse com Juliana.

A brasileira fitava a expressão confusa do cavaleiro.

- Talvez seja melhor eu ir... - ela afastou, a procura de sua sandália.

Shaka levou as mãos a cabeça, o corpo parecia febril, o coração batia depressa e sentia seu membro duro, muito duro.

Sentada no tatame, Juliana calçava a sandália. Tentava fazer a tarefa rapidamente, mas também estava com os nervos a flor da pele. Estava tão fora de si, que não viu Shaka ajoelhar diante dela.

- Shaka?!

O cavaleiro tocou no rosto dela e novamente a beijou. Um beijo ainda mais quente que os anteriores. Lentamente o indiano a deitou no tatame.

- Sha-ka...

- Minha mente te deseja, por que eu não consigo parar de pensar em você? - estava praticamente em cima dela. - Eu quero toca-la... eu quero muito toca-la, mas...

- Mas...?

- Não sei se posso, não sei se é o correto...

- Pode me tocar.

Ouvindo a resposta, teve um pouco mais de coragem. Primeiro passou as pontas dos dedos sobre o rosto dela, depois segurou alguns fios negros entre os dedos. Analisava cada detalhe do rosto da oriental. Do rosto, o toque passou para o pescoço, Ju sentiu um arrepio ao ser tocada por ele. O cavaleiro voltou a tocar o rosto dela, iniciando outro beijo, seus corpos ficaram juntos, mas com Shaka evitando pressiona-la com seu peso, num dado momento sentiu seu membro roçar a parte intima da brasileira. Foi como se uma corrente elétrica percorresse seu corpo, o coração bateu ainda mais depressa e sua mente foi tomada por um embaraço prazeroso. Jamais tinha sentido aquilo.

- O que é isso que eu sinto? - a fitou confuso.

- Apenas sinta Shaka. - tomada de coragem o beijou.

O cavaleiro correspondeu ao beijo, aprofundando-o ainda mais.

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Juliana via as imagens das suas lembranças com Shaka virem em sua mente, devagar se juntando umas as outras e as dele, dando novos contornos aos seus sentimentos pelo Cavaleiro de Virgem. Uma coisa era se lembrar dos momentos que compartilhou com ele pelas suas anotações no caderno de Julia, que eram bem resumidas, já que não seria possível anotar tudo e todos os detalhes em tão pouco tempo como tiveram para poder arrumar todas as suas coisas antes de serem enviados ao abrigo e de lá, para o hotel.

Sorriu com as lembranças de suas iniciativas, do beijo roubado, do toque na cabeça dele… E especial com a cerimônia do chá que fizera para ele.

Corou com as memórias de quando fizeram amor no jardim das árvores gêmeas. Foi a primeira vez de Shaka e mesmo que Juliana não ligasse muito para isso, mas ao mesmo tempo, esse fato lhe trouxe uma sensação boa de ser amada, pois era a única mulher por quem Shaka havia se apaixonado e com quem ele transara.

As últimas memórias dele, porém, o indiano escolheu mostrar de forma muito superficial, apenas para ela saber que ele deu tudo de si para protegê-la e, também, proteger Kajra. Pois mesmo sem saber se a sua mãe adotiva estava viva ainda, Shaka tinha esperança de que ela estivesse e queria que ela vivesse.

A oriental despertou, piscando os olhos algumas vezes para reacostumar a claridade. Juliana viu Shaka na posição de lótus no chão, ao lado da cama. Desceu e se ajoelhou junto a ele, tomando as mãos dele nas suas.

– Shaka… - o chamou.

Ele abriu os olhos azuis, encarando o rosto da brasileira por alguns instantes. Então, colou sua testa na dela, fechando os olhos novamente.

– Juliana… - murmurou. - Obrigado por ter me ensinado o que é amar…

Ju sorriu com a declaração dele e se afastou um pouco, segurando o rosto dele com as duas mãos.

– Você já sabia o que era amar, Shaka. Você já amava sua mãe, a Kajra… Você só não sabia dar nome ao seu sentimento…

Shaka observou bem o rosto da mulher, que acariciava sua face. Juliana era uma mulher doce e mesmo que as amigas dela fossem loucas, agitadas, falantes e bagunceiras, ela sempre foi tímida e serena e isso foi uma das suas características que mais lhe encantou.

– Eu amo você, Ju. Quero me casar com você e viver nossa vida inteira te amando, fazendo você feliz, fazendo você sorrir e se você quiser, amando e educando nossos filhos junto com você.

A brasileira se assustou um pouco com a declaração de Shaka. No passado, já haviam conversado sobre firmar um compromisso, mas ter filhos… Pensando nisso, ela imaginou Shaka com uma menininha de cabelos pretos e lisos no colo e dando as mãos a um garotinho mais velho e de cabelos curtos e pretos que estava ao seu lado.

Apesar de inusitado, Ju sorriu com a cena fofa. Mas eles mal haviam se reencontrado, tinha de fazer sua mudança para a Grécia e ainda nem sabia se queria ter filhos. Era melhor pensar primeiro no momento presente e deixar para pensar nisso no futuro, não era?

– Eu também amo você… Vamos um passo de cada vez, Shaka. Por enquanto, vamos pensar primeiro na minha mudança para cá, tudo bem?

– Tudo bem.

O indiano a abraçou forte, acomodando-a sobre seu colo.

– Não ia meditar?

– Não consigo meditar com você aqui. - confessou, dando de ombros. - Por quê não aproveitamos para ficarmos um pouco assim, juntos, até a hora do almoço do Mú e da Ester?

– Tudo bem… - Juliana recostou a cabeça sobre o peito de Shaka que acariciou seus cabelos e a abraçou. – Shaka?

– Hum?

– Você vai aproveitar que voltou a vida para procurar a Kajra?

O indiano suspirou, abrindo os olhos e mirando o teto por uns instantes para depois voltar os orbes azuis para ela.

– Não tinha pensado nisso ainda, sinceramente… Mas creio que sim. Você vai comigo quando for procurá-la, não é?

– Sim… - Ju murmurou.

– Vamos planejar isso com calma depois, então. - o virginiano depositou um beijo sobre a testa dela e voltou a recostar-se.

O casal se abraçou e recostou-se na lateral da cama, mesmo, curtindo a presença um do outro.

XxxX

Oioi, meninas!

Me desculpem o capítulo ter ficado curtinho. Me recuperando da covid, minha cabeça ainda não voltou ao ritmo, mas quis escrever uma cena muito fofinha para Ju e o Shaka!

Esse é um dos casais que na minha cabeça segue mais a linha fofa, hahahahaha.

Comentários curtinhos dessa vez também!

Às reviews:

Sheila - Hahahaha, a sua atividade física vai render! Pois é… eu tentei tirar um pouco do jeito fofinho de como eu costumo representar o Aiolia quando em cenas românticas, pq na fic da Cris ele era meio assanhadinho… Mas mesmo assim, ele ficou fofo. Hahahahaha

Gabe - Siim, uma boa pitada de sentimentalismo pq não tem como não ser sentimental depois de lembrar de tuuudo, né? Hahahaha! Pensando bem, acho que todos os caps tem tido esse sentimentalismo, com toda a emoção das trilhas sonoras que tenho escolhido! (Músicas nas versões orquestradas, tocadas só em piano, vou violino, mais lentas). Aaah, essa coisa de provocar pelo game… Leoninos são muito competitivos! Precisava ter algum toquezinho ligaso a isso e ao fato dos dois serem gamers! Hehehehehe

Cris - Como você mostrou bem essa parte deles sendo gamers, eu aproveitei bem isso. Acho que conferiu uma dinâmica legal ao casal, como eu disse a Gabe, para explorar a competitividade característica do signo de Leão… e é como eu vejo o Aiolia, sendo bem competitivo. Hahahahaha! Pior que eu sou bem do tipo que foge de atividade física. Seria o Saga puxando vc de um lado e o Shura me puxando do outro!

Isa - Maaanaa! Então, o casal Aiolia e Gabe é um dos que eu gostei mais de fazer a dinâmica deles, criando em cima do que a Cris tinha elaborado, pq eles são fofos, foi um romance doce, ainda que tenha tido uns embaraços no começo pq o Aiolia ainda estava com a Marin… acho que o romance deles é do estilo mais leve e brincalhão! Hehehhehee Se Deba vai dar a vez para o Aiolia se casar primeiro… hmmmmm, veremos, veremos.