Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.

OBS: nos comentários finais do capítulo anterior, esqueci de colocar o significado do nome que dei ao Kiki. Mas basicamente, ele significa luz, raio de sol, e eu achei que combinaria bem com ele por ser ruivo. Além disso, parece um nome que soa bem para ser o nome verdadeiro e a ser usado pelo Kiki no mundo corporativo.

Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.

Texto normal se refere ao presente.

Músicas temas para o capítulo: Circle The Drain de Katy Perry na versão instrumental, Jealous de Nick Jonas

Capítulo 26

O almoço no décimo terceiro templo continuava em um clima ameno, regado a conversas e brincadeiras. Tanto Cavaleiros como as garotas se sentiam à vontade, como em um ambiente familiar a todos eles, tão naturais como se sempre tivessem vivido juntos.

Com a refeição concluída, a sobremesa foi servida, providenciada por Kiki que havia trazido sorvetes para todos em três sabores: chocolate, creme de baunilha - o favorito de Saori - e morango.

O ariano trouxe os três potes grandes, deixando-os sobre a mesa, enquanto Esther trouxe as taças e talheres. As meninas e os dourados disputaram cada bola de sorvete como se fossem crianças. Até Saori entrou na disputa.

Com a sobremesa terminada, alguns foram se acomodando nos sofás jogando conversa fora. Outros, como Marin, Shaka, Shion e Mú, após a refeição, retornaram a seus aposentos ou foram cumprir suas tarefas. Kanon deu a ideia de jogarem baralho, como alguns anos atrás e um grupo se formou em um canto, enquanto outros se acomodaram para tomar um cafézinho que segundo alguns, depois do almoço, não podia faltar como no costume brasileiro e que fora preparado por Aldebaran.

O geminiano mais novo conduzia o jogo de carteado à mesa que fora limpa para que pudessem se divertir, enquanto o restante acompanhava a bagunça.

– Truco! Truco, mané! - Giovanni gritava, vencendo o jogo pela segunda vez.

– Não vale! Você roubou! - Kanon revoltado reclamava.

– Admita que eu sou melhor que você no jogo, lagartixa do mar!

– Lagar… Oh, seu sirigueijo duma…! - Kanon já se levantava da cadeira, quando foi interrompido pelo irmão.

– Kanon! - Saga esbravejou, mas em seguida lançou um sorriso torto em seguida para o italiano. - Quero ver você me bater no poker, sirigueijo!

Kanon ficou surpreso com a provocação de seu gêmeo, mas deu um sorriso orgulhoso, adorando a aposta.

– Se ferrou, sirigueijo!

– Quer apostar que ganho de você, Duas Caras? - Gio não se intimidou.

– Agora, o jogo esquentou! - Aiolos se empolgou. - Isso eu quero ver!

– Ares e Giovanni disputando? - Dohko se animou, se juntando à mesa.

– Ninguém vence o Ares no pôquer! - Shura concordou, sentado no outro lado da mesa.

Isa, Julia e Mabel que conversavam com Afrodite, Camus e Milo ao lado, olharam a mesa e alguns dos dourados empolgados ao redor.

– Você não vai assistir o jogo? - estranhou Camus ao ver que Milo não se juntou ao grupo e, ao invés disso, ficou parado ao lado da campineira.

– Eu já sei como vai terminar esse jogo mesmo…

– E quem vai ganhar? - Bel perguntou, curiosa.

– O Ares… ninguém vence dele. - O Escorpião deu de ombros. - Já assistimos vezes demais para saber… Aliás, isso me lembrou de uma coisa…

– O quê? - Camus arqueou a sobrancelha, não gostando do olhar que Milo tinha. Ao longo dos anos, aprendera a desconfiar de quando o grego ficava com aquele olhar, pois sabia que boa coisa não vinha disso.

– O Shura te mostrou as lembranças dele da missão em Asgard, Ju?

– Milo… - O espanhol que ouviu a pergunta, se virou para ele, ameaçadoramente.

– Não, porquê? - A brasileira perguntou, sem entender.

– Ele ficou todo de sorrisinho com a Hilda e até a convidou a visitar o Santuário. Eu ainda avisei, mas ele continuou flertando com ela.

– Eu não flertei com a Hilda e você não vai me arrastar para esse drama, Escorpião.

– Milo, você sabe muito bem que não foi assim e que não aconteceu nada entre os dois. - Camus o repreendeu.

- Estou te contando porque somos amigos e, como escorpiana, sei que você ia querer saber. - Milo ignorou os dois e continuou. O tom do guardião da Oitava Casa era sério.

Julia ficou quieta. Rapidamente, seu estado de espírito mudou e, parecendo até como o golpe de Camus, o ar ao redor dela ficou gélido e pesado. Isa ficou preocupada.

– Você o quê? - A brasileira estreitou o olhar e questionou o espanhol, com a voz baixa e fria.

Shura não teve tempo de falar nada, pois Julia saiu do Templo, pisando duro e sem dizer mais nenhuma palavra.

– Obrigado por arruinar meu relacionamento. - O capricorniano fuzilou o grego, saindo atrás dela.

Isa, Mabel, Camus, Afrodite e agora Marcela, que se aproximava ao ver o namorado no meio daquele clima estranho, encaravam o Cavaleiro.

– Milo, olha o que você fez! - Camus o olhava com vontade de congelá-lo bem ali mesmo.

– Ela merecia saber a verdade. - O Escorpião retrucou, ferino.

– O que aconteceu? - Marcela indagou.

– O Milo disse pra Julia que o Shura flertou com a Hilda durante a missão em Asgard. - Mabel explicou. - Ela ficou furiosa e com razão. Vai arrancar a "Excalibur" dele. Bem feito para aquele bode idiota.

– Nenhum escorpiano gosta de ser traído. - Milo concordou.

– Ele não a traiu com a Hilda, Milo! - Camus quase gritou.

– Mas ficou de sorrisinho e cheio de graça com ela.

– Você não vale nada, Milo!

– Pois me diga se você não ia querer saber se fosse com você!

– A Isabel jamais faria isso!

– Não mesmo. Acho melhor eu ir falar com a Ju. - Isa disse contrariada com Milo, indo atrás da amiga.

Julia andava rápido e com cara de poucos amigos. Havia um turbilhão de emoções em seu interior. Estava com raiva, com ciúmes, furiosa, irritada, decepcionada, chateada. Queria matar o espanhol, tinha vontade de ir a Asgard e arrebentar a cara de Hilda de Polaris, de chorar, de gritar, de pegar suas coisas, ir embora e colocar fogo na Casa de Capricórnio.

Shura vinha atrás, a chamando.

– Julia! Julia! Não aconteceu nada entre eu e a Hilda! Pára de drama!

Aaah, para quê ele foi falar isso?

– Drama? - ela se virou com os olhos em chamas, ao mesmo tempo frios, perfurantes. A voz saiu terrivelmente ácida. - Você flertou no meio de uma missão, com a Hilda, depois de fazer aquele piti por causa do Giovanni, sendo que nós dois nem estávamos juntos! Você me acusou de ser leviana quando fui ver o Mask depois que ele foi preso, mas foi você quem flertou com outra, depois que ficou comigo! E você ainda quer vir falar que eu estou fazendo drama? Eu não estou fazendo drama! - Agora, Julia despejava toda sua raiva. - Eu estou furiosa! Eu sabia muito bem onde estava me metendo e mesmo assim, eu achei que você seria diferente!

– O que você quer dizer?

– No Brasil, os espanhóis têm fama de serem infiéis. - Julia respondeu com sarcasmo.

– Eu não admito que me acuse de ter te traído. - A voz do capricorniano saiu fria. - Não vou entrar nesse seu drama, Julia. Vou para Capricórnio.

– É melhor mesmo, porque agora eu estou com ódio de você!

"Eu estou com ódio de você". Shura sentiu o coração se retorcer dentro do peito. Estava com raiva de Milo e de Julia, mas ouvi-la dizer que estava com ódio dele doera. Odiava drama. Ele apenas tinha sido gentil com Hilda, sequer a tocara de forma romântica ou íntima, mas Milo tinha de falar como se tivesse sido um canalha.

Sua manhã perfeita com ela, agora, parecia tão distante. Tinham feito amor, dormido abraçados e ele a tinha acordado com beijos, tão apaixonado. Mas Julia tinha de acreditar no artrópode!

Instantaneamente, a ideia de cortar seu companheiro de armas em mil pedacinhos com a Excalibur lhe pareceu tentadora. Nem percebeu que Julia já tinha dado meia volta e descia as escadarias das Doze Casas.

.

Na mesa de pôquer, Ares e Giovanni continuavam a disputa. Cris, Suellen, Kanon, Sheila, Gabe, Aiolia, Aiolos, Dohko, Jules, Paula e Aldebaran acompanhavam o jogo.

– Eu tenho dois Valetes e três Damas.- Giovanni declarou, abrindo as cartas sobre a mesa e mostrando sua mão. - Full House.

– Muito bem. - Aiolos assentiu, balançando a cabeça. - E você, Saga?

– Eu tenho… - Aos poucos, Saga depositou as cartas, uma a uma, sobre a mesa.

– Caspita!

- Três Reis e dois Ás. - Ares abriu um sorriso debochado.

– Full House também… - declarou Kanon.

– Mas a mão do Saga é maior… então, ele venceu.

– Cazzo! - Giovanni jogou as outras cartas sobre a mesa. E depois, deu um sorriso de canto. - Como sempre, é imbatível no poker, Ares.

O italiano estendeu a mão para o amigo que apertou-a.

– Você também dá trabalho, Gio. - Saga elogiou.

– Muito bem… Mais uma? - Aiolia reunia as cartas, animado para jogarem mais alguma coisa.

– Nah, Leão… Valeu. - Gio deu um tapinha no ombro de Aiolia. - Eu e a Helu temos outra coisa combinada.

– Aliás… já está quase escurecendo… Vamos para casa. - Saga disse.

– É sábado à noite! Eu não quero ficar em casa. - Cris reclamou.

– Eu também não. - Sheila disse.

– O que podemos fazer num sábado à noite por aqui? - Paula perguntou.

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Isa caminhava à procura de Julia, preocupada. Não tinha encontrado Julia em Capricórnio, só um Shura mau humorado, nem nas outras Casas e o pôr do sol já tingia o Santuário de um dourado alaranjado.

Mas quando quase chegando à arena dourada, viu a amiga vindo à sua direção, fazendo o caminho de volta.

– Eu já estava ficando preocupada. Você está bem, mana?

Julia suspirou e desabafou com a amiga, enquanto voltavam ao Décimo Terceiro Templo, contando sobre a raiva que sentiu de Shura.

– Realmente, não acho que o Shura faria isso. Capricornianos não costumam trair.

– Eu sei que não. Mas talvez eu estivesse enganada sobre o Shura.

Isa ficou quieta. Não sabia muito bem o que dizer. Foi nesse momento em que cruzaram com as garotas que saíam do Templo de Athena, animadas e debatendo o que fariam naquele sábado à noite.

– Ju, Isa! - Sheila, Cris, Gabe, Bel e Juliana chamaram-nas. Depois notaram o semblante mais sério das duas. - Tudo bem?

– Tudo. - Isa respondeu, mas a libriana estranhou a expressão de Julia.

– O que foi, Julia?

– É o Shura… O Milo disse que ele flertou com a Hilda durante aquela missão em Asgard quando viemos da outra vez.

– Ele fez isso?

– Fez.

– Então, ele é um idiota e merece levar o troco. Vamos sair! E você vai se arrumar pra arrasar e vai dar o troco nele!

– Sheila…?

– Eu concordo com a Sheila! - Mabel exclamou. - Vamos dançar!

Julia olhou para Isa e a amiga sorriu, dando de ombros.

– Vamos dançar.

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Shura estava mau humorado em casa. Mas os dourados já estavam acostumados com o mau humor do amigo.

– Você precisa sair e beber para melhorar esse humor. - Kanon declarou.

– Se eu estou de mau humor, a culpa é desse inseto. - Não perdeu a oportunidade de usar o apelido maldoso que Aiolia havia dado ao Escorpião.

– Quem mandou ficar de sorrisinho com a Hilda? - Milo alfinetou, cruzando os braços.

– Eu não fiz isso.

– Sou obrigado a concordar com o Milo nesse ponto, Shura. Você ficou todo cheio de sorrisos para ela, quando estávamos em Asgard. - Aiolos disse.

– Ficou mesmo. - Concordou Saga.

– Até vocês?

– Mas isso não quer dizer que tenha traído a Julia. - Saga acrescentou, dando uma indireta para o escorpiano.

– Não aconteceu nada entre eu e a Hilda. Apenas fui gentil com ela.

– De qualquer maneira, as meninas querem sair e nós vamos junto para beber. Você precisa relaxar e esfriar a cabeça. Depois, você conversa com ela. - Kanon empurrou o capricorniano pelos ombros para dentro. - Vá se arrumar. Daqui 40 minutos, lá em casa.

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Ooiie!

E depois de 2 semanas de férias, em que eu pretendia ter usado esse tempo para escrever pelo menos mais dois capítulos, eis que estou de volta! (Ainda que só com um ahhaha)

Bem, eu não pretendia fazer esse capítulo tão focado em Julia e Shura, mas essa cena me veio já tem um tempo, para fazer mais um link com uma cena lááá de ALSA.

Se vocês se lembram, quando os Cavaleiros de Ouro são enviados para a missão em Asgard, o Shura realmente dá uns sorrisinhos para a Hilda e a convida ao Santuário, depois o Milo dá um pedala nele e reclama que ele está paquerando/flertando com a Hilda e tem um momento em que o Milo pensa "deixa a Julia saber disso". Como não tem uma cena do Milo contando isso pra mim, eu supus que ele tenha esquecido com tudo o que acontece, mas que ele ainda assim, agora, não deixaria de me contar, pq como ele mesmo diz, ele tinha certeza de que eu merecia saber e, como toda boa escorpiana, iria querer saber.

Como eu também queria um gatilho para que o grupo levantasse a bola de sair num sábado a noite, foi uma ótima opção! Hahahahaha!

Espero que tenham gostado.

Às reviews:

Sheila - Eu adorei como você chamou o relâmpago punzinho de plasma! Hahahahahahahahaha

Sobre você dar esse grito e tropeção, quando fica sabendo do Kiki, eu realmente achei sua cara! Me veio na cabeça certinho, exatamente assim. Que bom que gostou! Acho que seria legal quebrar um pouco o padrão e colocar o Kiki com um cargo alto e importante. Hehehe