Capítulo 1 – O tempo
House a observou durante toda a manhã, ele sabia que a pressão sobre a namorada era enorme depois do retorno ao hospital apenas há alguns meses atrás. Ela retornou porque fora a reitora mais competente que pisou naquele lugar e todos sabiam disso. Ela retornou porque, de alguma maneira milagrosa, Cuddy encontrou um lugar em seu coração ferido para perdoá-lo. Retornou porque Arlene mudou tudo. E ele teria uma divida de gratidão eterna com essa mulher.
Foreman não conseguiu muito sucesso negociando com doadores, com convênios médicos. Ele não tinha o menor carisma e nem jeito em se tratando de política administrativa. Sua arrogância e pretensão foi observada pela alta gestão do hospital que pediu seu afastamento imediato e, nesse processo, lembraram-se de Lisa Cuddy. A reitora mais carismática e competente que geriu aquele lugar. E ainda agora todos os funcionários do hospital a olhavam e tratavam com gratidão e admiração. E ainda agora todos a olhavam com indignação por ter voltado e reatado o namoro com o homem que violentamente destruiu a sua casa. A sua vida.
Claro que tudo seria diferente se não fosse por Arlene.
Mas naquela manhã House se viu batendo à porta dela no escritório.
"Entre".
"Olá".
"Olá". Ela sorriu em vê-lo. "Eu estou vivendo um dia terrível".
"Eu sei, e por isso vim aqui trazer algum alivio".
"Você conseguiu negociar o reajuste de repasse de verbas para o hospital? Que ótimo! Você é o melhor namorado do mundo".
Mas ele não deu atenção e deixou a bengala no canto, trancou a porta e fechou a persiana.
"House, é sério... eu terei uma reunião extremamente importante e estou me preparando pra ela".
"Considere isso como parte de sua preparação". E ele se enfiou sob a mesa.
"House!".
"Quanto tempo temos?".
"Quinze minutos, no máximo".
"Mais do que suficiente".
"O que você...".
De repente ele levantou a saia dela e começou a puxar sua calcinha.
"Você está louco?".
"Relaxe e aproveite o passeio".
"House, não aqui".
Ele a ignorou novamente e conseguiu puxar toda a calcinha preta dela para baixo. Ela estava relutante, mas quando sentiu o dedo dele a tocando se derreteu e abriu as pernas para facilitar o acesso. Mas House não tinha intenção de dedilhá-la, e sim...
"Você não devia fazer isso...". Ela disse não sendo muito convincente. Mas quando ela notou a língua dele em suas partes femininas ela gemeu.
"Oh meu Deus!".
Ele amava a sensação de estar proporcionando prazer no meio do dia para a poderosa e renomada reitora de medicina. Enquanto as coisas do hospital aconteciam lá fora, ele estava ali, no meio das pernas de Lisa Cuddy.
E House continuou com Cuddy tentando conter os gemidos. Até que... pronto!
"Cinco minutos, isso deve mostrar quão bom eu sou e como te conheço, além disso sobraram dez minutos para sua preparação".
Ela, que ainda estava nas ondas da luxuria, não conseguia responder.
Então House colocou sua calcinha no bolso e se dirigiu até a porta.
"Me dê a calcinha agora!". Ela pediu um tanto aérea ainda.
"Ela é minha agora".
"House... terei uma reunião".
"Eu não estou com sua saia, só com a calcinha. Te devolvo a noite".
Ela sabia que seria inútil apelar, apenas se deixou estar um pouco mais em sua poltrona antes de se levantar e ir ao banheiro.
...
Naquela noite Cuddy estava plena, ela havia conseguido um ótimo acordo que deixou a alta gestão do hospital satisfeita e Cuddy muito segura de si, confiante em suas habilidades administrativas.
"Hoje é aniversário da Lena, ela estará em Nova Jersey só pra que nós possamos jantar com eles".
House murchou. "Eu pensei que íamos celebrar juntos. Eu até comprei aquele vinho que você gosta e que custa uma pequena fortuna"
Cuddy havia se tornado uma apreciadora de vinhos nos últimos anos.
"Você comprou o vinho mesmo sem saber que isso daria certo? Mesmo sem saber se eu conseguiria o acordo para o hospital?".
"Eu nunca duvidei de você".
Ela abriu um largo sorriso e o beijou.
"Eca!", Rachel apareceu contestando o beijo.
Eles encerraram o beijo sorrindo.
"Isso é nojento!". A menina de seis anos de idade disse.
"Você diz isso agora, logo estará enrolando sua língua na língua de outros meninos".
"House!". Cuddy contestou envergonhada.
"Credo! Nunca!". A menina falou com nojo.
"Deixa eu gravar isso, espera". House pegou seu celular e pediu para Rachel repetir. E a menina assim o fez.
"Eu nunca vou beijar um menino".
"E menina?". House perguntou enquanto gravava.
"Eu nunca vou beijar ninguém na boca".
House gargalhou. "Você está tão ferrada!".
Mas a menina saiu correndo dali porque começaria seu programa de TV preferido.
"House... Eu já falei com Tilda" (essa era a nova babá de Rachel, uma adolescente de dezesseis anos muito madura para a idade e que Cuddy estava ajudando com as opções de faculdade).
"Cuddy... sua amiga não gosta de mim".
"Ela tem receio por conta do que aconteceu...".
"Então... você acha que eu gosto de ficar com você na presença de alguém que acha que posso surtar e te agredir a qualquer momento?".
"Ela vai perceber que não é assim".
"Quando ela perceber, talvez possamos jantar juntos".
"Ela não vai perceber até que conviva mais com você e veja o homem maravilhoso que você é".
House riu. "Não exagere".
"Lena é muito importante pra mim. É uma grande amiga que me ajudou...".
"A sair do buraco em que estava... eu sei dessa história e me sinto péssimo toda vez que você a repete".
"Desculpe...".
"Você não tem que se desculpar...".
"Duas horas de jantar, no máximo. Por favor!".
"Você não quer ir só com ela?".
"Não! Eu quero ir junto com o meu namorado".
Ele respirou fundo. "Por favor! Por mim!".
Ele sabia que ela o venceria com aquele olhar e aquele beicinho.
"Ok. Duas horas... no máximo!".
Cuddy sorriu. "Eu te amo!".
"É bom que você me ame mesmo".
"Prometo que vamos tomar aquele vinho quando voltarmos pra casa".
"Promessa é dívida".
Ela sorriu e o beijou, até ouvirem um grito da sala.
"Eca!".
...
O jantar transcorreu bem, House tentou seu melhor para demonstrar seu carinho pela namorada. Ele sabia que Lena viu Cuddy no seu pior momento e que havia criado um grande ranço com o sujeito que a deixou assim. Então ele tinha um longo caminho a trilhar.
"Vocês estão mesmo morando juntos?". Lena perguntou.
"Sim. Há dois meses mais ou menos". Cuddy respondeu.
"E como está indo tudo?".
House já havia entendido a preocupação intrínseca naquela questão.
"Todos saudáveis. Bonitos. Sem violência envolvida". Ele respondeu e Cuddy corou.
"Não foi isso…". Lena tentou contornar a situação.
"Lena, aquele foi um caso isolado e muito infeliz. Me lamento todos os dias por isso. Mas também foi responsável por me tornar um homem melhor que tentará todos os dias, pelo resto de meus dias, fazê-la feliz". Ele foi tão sincero que Lena notou seus olhos marejados e os olhos apaixonados e emocionados da amiga. House tratou de disfarçar. "Esse chilli tem pimenta demais".
"Você não é um machão que aguenta pimenta?". Cuddy brincou com ele se lembrando do comentário que House fez em uma ocasião.
"Eu sou macho e aguento isso". Então ele engoliu o pote de pimenta inteiro sem parar para respirar.
"Oh meu Deus!". Lena se surpreendeu.
Cuddy riu alto.
House estava vermelho.
"Pegue água pra ele". O marido de Lena se preocupou.
"Isso vai dar hemorroidas depois". Cuddy falou se divertindo.
Lena olhou para a amiga que ria feliz, antes de House voltar a vida dela, Lena nunca a tinha visto assim.
House bebeu em um único gole o drink de Cuddy.
"Ok, trate de me pedir outro". Ela falou divertida.
"Que bom que vocês vieram de táxi". Lena disse.
"Nós sempre saímos de táxi depois que Cuddy virou a louca dos vinhos". House falou.
"Eu não sou a louca dos vinhos. Sou apreciadora".
"Ok, é mais chique assim". House contestou.
Os dois estavam se divertindo e Lena não pode deixar de sentir-se preocupada com isso. Obviamente havia muita sintonia e paixão ali. Mas não conseguia apagar de sua mente Cuddy antes de voltar a Princeton e para ele. Ela era um trapo de pessoa, emocionalmente abalada. Aquilo seria real? Ou um acidente esperando para acontecer?
...
Quando voltaram pra casa Rachel já dormia e a jovem babá recebeu seus honorários.
"Obrigada por cuidar dela". Cuddy agradeceu antes de Tilda sair.
"Não me agradeça, ela é uma menina legal". Tilda não tirou os olhos de House que se deixou derramar no sofá. Ele era um coroa bonitão, a garota pensava.
"Você quer carona pra casa?". Cuddy se preocupou.
"Não, são três casas pra cima".
"Mas já está tarde".
"Fica tranquila. Tchau doutora Cuddy. Tchau doutor House".
"Tchau Tilda". House respondeu de volta com sua voz grave. A menina sorriu. Será que um dia teria um homem desses pra ela? Cuddy era esperta. Inteligente, bonita e esperta.
"Viu… não foi tão ruim". Cuddy falou enquanto retirava seus sapatos.
"Ela veio pra cá só para jantar com você no aniversário dela?".
"Na verdade não… ela está aqui para uma conferência".
House calou-se enquanto retirava suas calças.
"Sobre aquilo que você disse…".
Ele continuava calado de costas para ela.
"Foi lindo!".
Ele respirou fundo. "Eu… eu sei que o que fiz não tem preço. Mas tentarei quitar essa dívida todos os dias".
"Você já fez isso". Ela foi abraçá-lo. "Quem salva um familiar meu tem pontos extras".
"Então eu tenho duplos pontos?". Ele retribuiu o abraço.
"Triplos… quádruplos…". E eles começaram a se beijar intensamente e se entregaram ao amor.
...
Mais tarde naquela noite House acordou sem sono e ligou a tv do quarto em volume baixo. Ele convenceu Cuddy a terem uma televisão no quarto, mesmo com a relutância dela.
"Você está sem sono".
"Sim".
Ela se aninhou no peito desnudo do namorado.
"Eu estava pensando… você realmente não se lembra daquilo quando me olha?".
"Nunca".
"Sério?".
"House… pensei que tínhamos colocado uma pedra sobre isso".
"Uma pedra não basta, eu preciso colocar uma montanha".
"Então coloque o Monte Everest".
"Eu… eu sinto muito".
Ela levantou a cabeça. "Eu sei… sei que sente. Eu também sinto. Mas passou".
Ele a abraçou com força e ela reagiu a seu abraço se aproximando ainda mais dele.
Ficaram em silêncio por alguns minutos.
"Aquela série sobre aeroportos outra vez?". Cuddy quebrou o silêncio.
"Não é qualquer aeroporto, é o aeroporto de Miami".
Cuddy levantou a cabeça o encarando "não!".
Ele sorriu. "Por quê?".
"Você tem um crush na inspetora de segurança".
"Ela é a diretora de segurança. E você devia ficar feliz, eu tenho um crush em alguém que me lembra você".
"Isso deveria me deixar aliviada?".
"Ela se parece fisicamente com você, além de ser uma mulher muito poderosa, bem humorada e inteligente".
"E?".
"E… que estou a comparando com você".
"Você tem uma maneira muito peculiar e perturbadora de me elogiar".
Ele não respondeu nada.
"Por que simplesmente não fala que me acha essas coisas ao invés de me comparar a outra mulher por quem você tem atração?".
"Ela é uma mulher da televisão, Cuddy. Você é real".
"Ela é uma mulher real em um reality show. Você ficaria com ela?".
"Se você não existisse na minha vida e eu fosse ao aeroporto de Miami e cruzasse com ela e ela se jogasse pra cima de mim?".
"Responda!".
"Eu prefiro você".
"Você ficaria com ela…".
"E daí? Você ficaria com um monte de caras da tv. Isso não é real".
A mulher apareceu na tela e Cuddy não podia deixar de notar a semelhança física com ela, até a idade era similar. E a voz…
"Oh meu Deus! Essa mulher sou eu!".
"Eu te disse. Mas você é mais bonita. E mais gostosa".
"E ela lida com toda a segurança de um aeroporto inteiro".
"E você do hospital".
"E o que é um hospital perto do fluxo de um grande aeroporto?". Cuddy de repente estava se depreciando.
"O que são algumas bombas e terroristas perto das bactérias?".
Ela riu.
"As bactérias e vírus são o risco real para a vida humana".
"Falou o infectologista".
"Você é a mão de Deus controlando o viver e o morrer".
Ela riu alto. "Desligue isso! Vamos dormir".
"Ok". Ele desligou.
"Te amo!".
"Te amo mais!".
Um ano antes…
Já fazia um ano desde que ele saiu da prisão. Mais de um ano desde que ela o viu pela última vez. Olhos estalados e vermelhos, pupilas dilatas, cabelos revoltos. Ela se lembrava como se fosse hoje do pânico que sentiu. Do estado de choque em que se encontrou, da falta de palavras e do intenso medo que a perseguiu por meses. Por alguma razão aquele dia ela estava emotiva. Talvez pela conversa que tivera com Lena, sua amiga e colega de trabalho na clínica Mayo for Women em Minnesota. Onde ela trabalhava há pouco mais de um ano como endocrinologista.
Cuddy deixou Princeton imediatamente após a destruição de sua casa. Ela queria ir pra longe, muito longe. Então ficou algumas meses na casa de alguns familiares na Califórnia. Ela precisava de férias de qualquer forma, ela ficou lá com Rachel, apesar das reclamações de sua mãe. Mas três meses depois o ócio a estava matando, embora as sessões de terapia e medicamentos psiquiátricos ajudavam, a ansiedade gerada pela mudança drástica de vida, pelo choque emocional, não a estavam permitindo sentir paz de espírito em quase nenhum momento. Seus tios eram muito receptivos e calorosos, saiam com ela e Rachel para passear pela Califórnia e tentavam ajudar como podiam, mas ela também não queria mais ser dependente de ninguém, não financeiramente, isso nunca foi um problema, mas emocionalmente. Ela precisava ficar em sua casa com a sua filha, não mais em casa de ninguém. Então ela procurou por algum emprego, mas nada a atraía. Até que a proposta de voltar a atender pacientes em uma clínica especializado em saúde feminina fez brilhar seus olhos. Ela não queria ficar perto de homens, não que ela tivesse criado trauma de homens de forma geral, mas era tudo o que ela não queria agora: homens. Eles vem, te iludem e destroem sua vida. Não… ela não queria mais isso.
Na clínica ela conheceu sua grande amiga Lena, ginecologista. Companheira constante de almoços, jantares e conversas pessoais. Lena era casada e tinha um filho da idade de Rachel. As crianças se deram bem logo de cara, as mães também. Cuddy começou a participar mais e mais da vida da família de Lena até que, meses depois e estimulada por sua psicóloga, estava namorando o primo da amiga: Tobias.
Tobias era um homem rude na aparência mas delicado na intimidade. Ele conseguiu fazer Cuddy quase se apaixonar novamente por um homem. Eu disse: quase.
O sexo entre eles era neutro, sem emoção, sem muitos orgasmos e explosão da parte dela. Mas era saudável, ela pensava, diferente de seu último e marcante relacionamento. Sua psicóloga dizia que era o processo natural da cura. Lena não concordava.
"Você não tem tesão por ele. Não adianta forçar essas coisas".
"Eu acho que talvez não terei tesão por mais ninguém depois daquele filho da puta".
"Deixa o filho da puta pra lá. Com certeza existe algum homem por aí que vai te despertar".
"Você está me aconselhando a terminar com o seu primo?".
"Eu acho que é o que você tem que fazer".
"Ele é legal…".
"Legal não quer dizer que seja um homem pra você".
"Legal é tudo o que eu preciso agora".
"Cuddy, você precisa de um amigo ou de um namorado?".
Cuddy namorava com ele há seis meses mas nunca o apresentou pra Rachel. A menina ainda perguntava sobre House, o que cortava o coração dela, então Cuddy decidiu que não traria outro homem para bagunçar a cabeça da filha.
E Cuddy seguiu o conselho da amiga. Terminou o relacionamento com Tobias há duas semanas, apesar do homem resistir, ela não cedeu, na verdade, Cuddy sentiu-se aliviada com o término. Agora ela estava ali, parada e olhando para uma foto dela com House em suas mãos. A única foto que ela guardou depois de tudo. Ela se arrependeu por um momento de ter queimado tudo o que a lembrava dele. Mas em seguida o ódio venceu. "Ele destruiu minha vida". Ela disse para si mesma. Então largou a fotografia e foi cuidar de si. Hoje ela teria um dia longo. Mas ela ouviu o celular chamar. Era Arlene. Cuddy pensou em não atender, mas atendeu.
"Você deixou tocar mais de cinco vezes. E se fosse uma emergência?".
"Bom dia pra você também, mãe".
"Soube que você não está mais namorando aquele fracote".
"Ele não é fracote".
"Júlia me disse que você terminou com ele".
"Claro que ela te disse".
"Ele parecia um estivador afeminado".
"Mãe!".
"Não é homem pra você".
"E quem é? House?".
"Talvez".
"Você não pode estar falando sério". Ela se indignou. "Ele entrou na minha casa com a porra de um carro e destruiu tudo. Não só as paredes. Destruiu qualquer chance de termos qualquer relacionamento algum dia. Qualquer porra de relacionamento".
"Lisa, sua psicóloga deve ser uma merda".
Cuddy estava indignada e Arlene continuou.
"Uma porcaria de psicóloga, você ainda continua cega e surda. Não saiu daquela emoção ainda e já se passou mais de um ano".
"Dois anos e cinco dias".
"Olha aí! Você ainda respira essa sensação".
"E não era pra ser assim?".
"Não! E quanto as pessoas que têm problemas de verdade?".
"Você pare de desmerecer minha dor".
"Um homem que, obviamente estava fora de seus sentidos, que derrubou uma parede? Esse é o seu problema real?".
"Uma parede? Ele derrubou minha casa. Ele podia ter me matado. Matado Rachel. Julia. Ele acabou com a minha vida".
"Ah, pelo amor de Deus! Rachel nem estava em casa. O carro não entrou tanto assim".
"Eu não acredito que você está defendendo ele".
"Não estou defendendo ele. Mas eu não acho que você deva se vitimizar tanto e ainda".
"Nos já falamos sobre isso tantas vezes, eu não vou me perturbar mais".
"Mais do que você ainda está perturbada?".
"Tchau mãe!".
"Aposto que ele está vivendo a vida melhor do que você".
"Parabéns pra ele. Que tal dar um prêmio pra ele? Virar melhor amiga?".
E Arlene sorriu. Era isso o que ela faria. Pelo bem da filha. Pelo bem de todos.
"Ok".
"Ok o quê mãe?".
"você me deu uma ideia".
"Você vai dar um prêmio pra ele?".
"Não isso".
Ela bufou. Sua mãe conseguia tirá-la do sério.
"Ok mãe, eu preciso ir".
"Para ajudar as mulheres gordas a emagrecer?".
Arlene sempre desmerecia o emprego atual dela, dizia que pra quem teve um hospital inteiro para gerenciar agora era uma enorme decadência ajudar as mulheres gordas a emagrecerem. Cuddy tentou dizer que não era somente isso o que uma endocrinologista fazia, mas não havia argumentos.
"Eu preciso ir!".
E ela desligou.
Aquele dia no hospital Cuddy desabafou com Lena.
"Sua mãe não é normal. Nem considere o que ela diz".
"Ela ainda defende ele".
"Ela fala para te provocar".
"Eu só quero paz. Não quero mais falar sobre esse assunto e nem pensar nisso".
"Então vamos beber pra relaxar. Sabe aquele curso de sommelier que fizemos?".
"Sim".
"Haverá um segundo módulo. O que você acha? Vinho… queijo…".
"Estou dentro!".
…
Arlene já havia se decidido, a filha teimosa lhe deu uma ótima ideia. No dia seguinte ela iria agir, não tardaria nem mais um dia.
Continua...
E aí? Continuo a escrever essa fanfic? Espero que compartilhem seus pensamentos, pois são importantes para a continuidade ou não dessa estória.
