Neste capítulo e no próximo eu trago a trajetória do Sirius desde a sua fuga de Azkaban até o momento atual em que ele se acertou com a Hermione. Inicialmente, ia ser um capítulo só, mas como ficou muito grande resolvi dividir. A segunda parte ainda ficou grande, mas deixei assim mesmo.

Boa leitura!

- 0 -

Capítulo 5 - Um fugitivo chamado Sirius Black (parte 1)

When it's all mixed up

Quando está tudo uma bagunça

Better break it down

Melhor acabar com isso

In the world of secrets

No mundo de segredos

In the world of sound

No mundo de sons

It's in the way you're always hiding from the light

Está no jeito em que você está sempre se escondendo da luz

See for yourself, you have been sitting on a time bomb

Veja você mesmo, você tem estado sentado numa bomba-relógio

No revolution, maybe someone somewhere else

Sem revolução, talvez alguém em algum lugar

Could show you something new about you and your inner song

Possa te mostrar algo novo sobre você e sua canção interior

(Break it down again, "Acabar com isso de novo", Tears for fears)

Por doze anos, Sirius Black padeceu em Azkaban pelo assassinato de doze trouxas, de outro bruxo – outrora um dos seus melhores amigos –, pelo crime de traição no assassinato de outro amigo e de sua esposa e de ser um comensal da morte a serviço de Lord Voldemort. Só havia um detalhe: ele era inocente. Infelizmente, Black era o único que sabia desse fato.

Mesmo assim, foi enviado à horrenda prisão, guardada pelos sombrios dementadores, cujo único propósito ao vigiar os prisioneiros era sugar suas emoções positivas e suas lembranças mais doces todos os dias, até deixá-los sem nada, a ponto de enlouquecerem. Como se não bastasse esse horror diário, Sirius não recebia comida e água suficientes. Um auror designado aparecia por lá uma vez por semana para deixar um saco de pães e uma espécie de sopa num caldeirão fechado para que os próprios dementadores servissem os prisioneiros por exatos sete dias. A sopa era servida fria no almoço e no jantar enquanto os pães duros eram distribuídos somente pela manhã. Quanto ao fornecimento de água, vinha de uma fonte que jorrava numa cascata do monte da fortaleza; era um pouco turva, mas dava para beber; mesmo assim, em uma única caneca por dia. Os dementadores não estavam interessados no bem-estar dos presos, mas em mantê-los suficientemente vivos para lhes sugar tudo o que podiam.

Com essas condições, qualquer encarcerado perderia a razão e a vontade de viver. De sua cela, Sirius escutava os lamentos, imprecações e murmúrios de todos, inclusive de sua prima Belatrix; pareciam à beira da insanidade, mas Black não. Havia duas razões pelas quais ele conseguia manter a mente estável: a primeira era a certeza de sua inocência. Não era bem um pensamento feliz, mas era algo que as perversas criaturas não poderiam sugar dele; então, fixava sua atenção nisso. A segunda razão era que, pelo fato de ser um animago e, portanto, capaz de se transformar em um animal (no caso, um cachorro), Sirius conseguia se manter menos suscetível à influência das criaturas quando não aguentava sua aura maligna; e como eles não enxergavam – apenas sentiam onde se encontravam os prisioneiros –, não conseguiam detectá-lo por completo, talvez achando que ele estava tão fraco e demente e às portas de sucumbir à morte, que não se incomodavam em sugar mais do que podiam dele. Apesar de ainda conservar seu poder como animago, era apenas essa habilidade que ainda podia realizar sem uma varinha, já que a sua foi confiscada ao ser detido; de resto, estava tão sem defesas como os outros prisioneiros.

Embora não desejasse a morte – pelo menos não a todo momento –, Black não se importava se tivesse que morrer na prisão, mesmo sendo inocente, pois perdeu tudo que lhe era caro: Tiago Potter – seu melhor amigo e um irmão para ele – e Lílian Potter, sua irmã de coração; Harry, o filho deles e seu afilhado, que ficou órfão e talvez jamais o conheceria; e Remo Lupin, o único amigo que lhe restou e de quem nunca mais soube notícias.

Era provável que tanto Harry quanto Remo acreditassem que ele era o culpado pela morte dos pais do garoto. Bom, não era inteiramente uma mentira. Era culpa dele sim! Por ter confiado num traidor que entregou seus amigos a Voldemort! Maldito fosse Rabicho! Por instantes, assomava-lhe o desejo de vingança, mas este logo se desvanecia pela influência dos dementadores. De qualquer jeito, não tinha como se vingar do patife. Além do fato óbvio de ser intransponível fugir de Azkaban, não a tinha menor ideia de como encontrá-lo! Seria como achar uma agulha num imenso palheiro que era o mundo. Se ele estivesse vivo, o que não tinha certeza.

Ao explodir os doze trouxas para incriminar Sirius quando este o encurralou, aparentemente havia sobrado as vestes ensanguentadas e um dedo de Rabicho. Porém, como o miserável também era um animago, ele poderia ter escapulido na sua forma animal, a de um rato. Infelizmente, com a fumaça da explosão, Black não pode vê-lo; por isso, nunca teve certeza. Rabicho sempre foi um desastre com mágicas de grande alcance; então poderia ter feito um erro de cálculo e se matado em sua manobra. Bem, Sirius esperava que sim.

No entanto, ainda que Rabicho estivesse vivo, também não poderia desfrutar de uma boa vida. Mesmo tendo escapado da justiça, o rato imundo teria que levar uma vida como a de um prisioneiro, na forma animaga, pois foi dado como morto e não se atreveria a dar às caras. Caso contrário, teria muito que se explicar para o Ministério ou ter que enfrentar os Comensais da Morte de Voldemort que ainda viviam soltos no mundo bruxo e que o culpavam pela queda de seu Mestre, já que Rabicho quem revelou a localização dos Potters, onde o Bruxo das Trevas encontrou seu fim. De um jeito ou de outro, era o fim do traidor; era o que Black acreditava, até a última visita de inspeção anual em Azkaban, feita pelo Ministro da Magia Cornélio Fudge.

Embora não desse muita atenção para as condições de vida dos prisioneiros, Fudge era gentil e simpático ao lhes fazer uma breve visita – como todo político costumava ser. Assim como devia fazer aos demais, Cornélio entrava sem medo na cela de Black, acompanhado de dois aurores, e cumprimentava-o. Em todos aqueles anos, Sirius permanecia calado e apenas fazia um leve meneio com a cabeça baixa. Porém, neste dia, ao ver que o homem trazia um jornal consigo debaixo do braço, o Maroto decidiu lhe responder com normalidade; talvez ele lhe desse o exemplar para esquadrinhar o que estava acontecendo no mundo bruxo atualmente:

- Olá, Ministro, estou bem. E o senhor? - Fudge o fitou como se visse uma assombração. Black levantou a cabeça com diversão nos olhos – O que foi? Algum problema?

- Er… não… estou bem. Muito bem… e pelo visto, você também.

- Imagine, Ministro. Magro, sujo e faminto desse jeito duvido que eu esteja bem. Além de barbudo e feio, é claro – Sirius tentou sorrir, mas apenas emulou um leve repuxar nos lábios. Mesmo assim, Cornélio deu uma risada ainda que meio sem graça. - Como está seu governo?

- Acredito que... vai bem. Fui reeleito mais uma vez. - Black assentiu. Cornélio trocou olhares com os aurores e olhou ao redor da cela – Er… como estão suas acomodações?

- As melhores possíveis – Sirius estendeu as pernas para o chão como se estivesse apenas relaxando – Quase não aparece nenhum rato. Mas não recomendaria este lugar para alguém passar as férias – Fudge mais uma vez deu uma risadinha sem graça – Só sinto falta de um belo faisão ao molho pardo.

- Bom, infelizmente, não temos recursos para esse tipo de refeição aqui

- Claro que não. Imagino que os recursos do Ministério estão sendo bem gastos… e seus eleitores devem estar cientes de onde seus impostos estão sendo empregados, não? - Cornélio não riu dessa vez, mas forçou um sorriso – E imagino que desperdiçá-los com um bando de párias da sociedade não seja um bom investimento.

- Bem, bem… fico feliz por você está melhor do que eu esperava encontrá-lo – Fudge trocou olhares com seus acompanhantes indicando a saída. Ele tocou no chapéu em formato de coco como numa despedida – Se você me permite…

- Ministro, espere… - chamou Sirius e Fudge paralisou a mão no chapéu – Por gentileza, o senhor poderia me ceder seu jornal? Quer dizer, se tiver terminado.- ele apontou para a publicação. Cornélio o fitou intrigado – É que sinto falta de fazer palavras cruzadas.

- Ora, ora… por que não? Um pouco de divertimento faz bem de vez em quando - Fudge estendeu o periódico e terminou sua despedida assim que Black o apanhou – Nos vemos no próximo ano, Black.. Adeus.

- Adeus, Ministro.

Sirius forçou um sorriso e abriu na seção das palavras-cruzadas, porém, assim que Cornélio e seus aurores saíram da cela, ele vasculhou o jornal; não queria mostrar ao Ministro o quanto lúcido estava, embora houvesse demonstrado o suficiente. Há muito que não tinha oportunidade de saber o que estava acontecendo no mundo lá fora e aquela era a primeira vez que Fudge levava um periódico para Azkaban. Deteve-se na seção de esportes; queria muito ler sobre Quadribol – seu esporte de paixão – e saber qual era o time do momento. Além das tendências esportivas, não se deparou com muitas notícias que lhe satisfizessem a curiosidade; pouca coisa tinha mudado no mundo bruxo. Apenas uma publicação despertou seu real interesse:

FUNCIONÁRIO DO MINISTÉRIO DA MAGIA GANHA GRANDE PRÊMIO

Arthur Weasley, Chefe da Seção de Controle do Mau Uso dos Artefatos Trouxas no Ministério da Magia, ganhou o Grande Prêmio Anual da Loteria do Profeta Diário. A Senhora Weasley, encantada, declarou ao Profeta Diário: "Vamos gastar o ouro em uma viagem de férias ao Egito, onde nosso filho mais velho, Gui, trabalha para o Banco Gringotes como desfazedor de feitiços."

A família Weasley vai passar um mês no Egito, de onde voltará no início do ano letivo em Hogwarts, escola que cinco dos seus filhos ainda frequentam.

Aquela notícia lhe chamou a atenção, pois o casal Weasley eram seus parentes: Arthur por ser um primo de segundo grau e Molly pelo casamento com ele. Sirius os viu de relance apenas uma ou outra vez na vida, mas não teve uma convivência com eles e sim com Fábio e Gideão Prewett, irmãos gêmeos de Molly, durante as reuniões da Ordem da Fênix. Embora um pouco mais velhos, os dois eram muito engraçados e deixaram um legado de brincadeiras e travessuras em Hogwarts que só foi superado pelos Marotos. Uma sombra perpassou o rosto do bruxo: os gêmeos Prewett estavam mortos, assassinados por comensais. Antes de suas mortes, porém, falavam com tanto carinho da irmã e do cunhado, que fez Black se simpatizar mesmo sem ter trocado palavras com o casal.

Sirius deu uma boa olhada na foto da nota em preto e branco; sim eram eles. Olhou para os rostos dos filhos e, mesmo não podendo ver o ruivo de seus cabelos, era fácil visualizar que os seis jovens haviam herdado as características dos pais. Espantou-se ao ver os filhos gêmeos do casal, pois eram parecidíssimos com os tios gêmeos. Emulou um leve sorriso pela primeira vez em muitos anos; pelo menos alguém conhecido e próximo de sua época estava bem. Ia virar a página quando seus olhos se fixaram mais uma vez no garoto do centro da foto, não exatamente nele, e sim no que segurava: um rato. Porém, não um qualquer. Aquele era… Rabicho! Ou melhor, Pedro Pettigrew, como era seu nome verdadeiro. Ele estava vivo!

Black esfregou os olhos para se certificar de que não estava enxergando demais, porém, não havia dúvidas, o rato era Pedro. Ele tinha certeza! Havia o visto se transformar diversas vezes e, mesmo por aquela fotografia descolorida, reconhecia suas características peculiares. E havia mais um detalhe: o rato tinha um dedo faltando, exatamente o mesmo que Pedro havia decepado na explosão dos doze trouxas. O traidor havia conseguido se safar!

- Maldito! Maldito!

A raiva irrompeu no peito de Sirius como há muito tempo não acontecia. Quase amassou o jornal, mas deu outra olhada tanto na foto quanto na notícia para não deixar escapar nenhuma informação. E leu mais uma vez as palavras finais: "… no início do ano letivo em Hogwarts, escola que cinco dos seus filhos ainda frequentam."

O menino que segurava Rabicho estudava em Hogwarts! E pela aparência dele, não devia ser mais velho do que Harry. Harry! Ele estaria… em Hogwarts. Não recebia notícias sobre como estava o afilhado, mas acreditava que estava vivo e bem. E viveria com os tios, segundo uma das últimas informações que Hagrid passou a Sirius antes de levar seu afilhado recém-nascido para Dumbledore. Com certeza, o garoto teria recebido sua carta de admissão na escola e estudava lá. Pelos seus cálculos, ele devia iniciar o Terceiro Ano. E se Harry e o menino da foto fossem da mesma idade, significava que eram companheiros de quarto. E Pedro estaria perto de Harry… Não acreditava que Pettigrew fosse matar o menino, pois se Harry passou dois anos ao lado do Weasley sem sofrer nenhum ataque, era porque Rabicho não achou conveniente matá-lo. Porém, estaria à espreita, para agir, talvez entregando seu afilhado para os seguidores restantes de Voldemort, como forma de se redimir perante eles, caso se reunissem para continuar o legado de terror de seu Mestre.

Sirius não poderia permitir. Ele tinha que ir atrás de Pedro para matá-lo e salvar seu afilhado! No processo, se vingaria por tudo o que o miserável havia feito. O problema de encontrá-lo havia sido resolvido, mas agora o problema maior era: como sair daquela prisão? Em toda história de Azkaban, não havia nenhuma menção de fuga de qualquer bruxo; o lugar por si só era intransponível com as barreiras naturais como o monte e o mar agitado e, as constantes tempestades criadas por um feitiço que as mantinham. Além disso, havia os malditos sugadores de emoção que tiravam qualquer vontade dos prisioneiros.

Era uma loucura completa fugir dali! Mas… e daí? Quantas imprudências não havia feito! Se aquela fosse a maior, que assim fosse! Era a vida de seu afilhado que estava em risco! Encontraria uma maneira!

Por dias e noites, Sirius fixou sua mente naquele pensamento: Pedro estava em Hogwarts e ele o mataria. Às vezes, tinha a impressão de falar dormindo e temia que os dementadores o escutassem, pois talvez se precavessem e forçassem sua influência. Contudo, agiram de modo habitual; se o ouviram murmurar, aparentemente não deram importância; talvez julgassem que havia sucumbido à loucura como os outros. Black passou a observar cada movimento deles, toda vez ao abrirem a cela para lhe trazerem água, sopa ou pão. Por fim, preparou-se um dia e transformou-se em um cão como de costume; só que, dessa vez, pronto para a fuga.

Um dementador abriu a porta e, antes que sequer se aproximasse, Sirius passou por ele correndo. A criatura pareceu confusa lá dentro, tentando localizá-lo enquanto o animago atravessava as grades de um pequeno portão que dava para um corredor; graças a Merlin por estar muito magro conseguiu passar. Havia outros dementadores e estes deram a impressão de percebê-lo, mas flutuavam em diferentes direções como baratas tontas. O bruxo percorreu uma boa distância vários outros corredores; o lugar era como um grande labirinto; teve receio de ser detido e uma horda daquelas coisas o cercarem, porém, a sorte ou uma Força Superior (se é que existia) parecia estar a seu lado. Por fim, viu o grande portão de saída que também era de grades; graças à sua magreza, também pode trespassá-lo. Lá fora, estava o precipício do monte com uns rochedos embaixo. Hesitou ao ver altura e a ponta de algumas pedras; teria que saltar a uma boa distância. Contudo, foi breve sua vacilação; não havia mais volta. Tomou um impulso com o corpo e pulou. Se morresse estatelado nas rochas, paciência; Tiago ao menos o perdoaria pela tentativa de salvar seu filho, caso se encontrassem do outro lado. Felizmente, Sirius conseguiu pular direto no mar sem nenhuma pedra a perfurá-lo, embora o impacto com a água lhe provocasse uma dor na barriga.

E então… nadou… sem se importar com a fraqueza do corpo. Ele tinha que conseguir chegar à costa que havia avistado lá de cima. Tinha que chegar… por Harry. Tinha que salvá-lo de Rabicho. E então como para manter o foco e não sucumbir ao cansaço e as ondas revoltas do mar, começava a repetir mentalmente: "O maldito está em Hogwarts! Tenho que pegá-lo! Tenho que pegá-lo! Harry! Harry!"

Entremeado com esse mantra, ele pensava nos próximos passos: o primeiro, ir direto para Hogwarts, claro. Mesmo que soubesse que não havia começado as aulas, e nem Harry nem o Weasley estariam na escola agora e, muito menos, Rabicho, deveria estar lá e aguardar. Era o melhor local para se esconder, pois certamente pensariam que o mais lógico seria que fugisse o mais longe possível, até mesmo da Inglaterra; ninguém pensaria que se arriscaria a ficar num local onde pudesse ser encontrado, tão perto de Harry Potter e de Alvo Dumbledore. E se desse sorte, daria para pegar alguma comida, nem que fossem as sobras das refeições, se entrasse furtivamente pelo castelo. E estaria no lugar onde vivenciou a melhor época da sua vida, embora, ao mesmo tempo, trar-lhe-ia dor por se recordar do que havia perdido. Não importa, ele suportaria qualquer dor física ou emocional pelo filho de Tiago. Levaria dias para chegar lá, mas tinha certeza de que estaria na escola antes da chegada do afilhado – e de Pedro.

Sirius se motivava com tais pensamentos a continuar a nadar, porém, de vez em quando, era assaltado pelo medo ao imaginar se os dementadores não o seguiriam. Será que aquelas criaturas conseguiam sair da fortaleza? E em caso positivo, será que estariam na costa o aguardando? E se não, será que haveria aurores por lá que o prendessem? Afastava o mais que podia esses temores.

Sirius também experimentou um estranho sentimento, como se tal situação, a de sua fuga, houvesse acontecido e estivesse se repetindo. Qual era a expressão que os trouxas usavam? Dèja vu. Sim. Era como se ele estivesse repetindo um novo ciclo. Não era uma sensação muito boa; tratou-a de afastá-la da mente.

Finalmente, avistou a praia com sua brancura. E não avistou ninguém… nem sentiu o cheiro de qualquer presença. O cão se animou e acelerou as quatro patas para o local. Ao realizar seu último esforço para sair do mar, deu alguns passos e balançou todo o corpo para tirar a água; quase voltou à sua forma humana para se jogar na areia de tanto cansaço, mesmo debaixo da tempestade que se estendia até ali, porém, um estalido o deteve. Algum bruxo havia desaparatado ali e estava por perto. E agora? Seria um auror?

Um perfume feminino invadiu seu focinho e ele olhou na direção da essência; havia uma bruxa ali parada a menos de dois metros. Não parecia uma auror por não estar com o uniforme que os identificava, mas ficou à espreita. A mulher parecia confusa ao vislumbrar a paisagem ao redor e estava cambaleante como se houvesse sido atingida por um feitiço, mas ele não se mexeu; talvez fosse um truque. No entanto, seria difícil a bruxa saber que ele era um animago; mesmo assim, Black caminhou com passos lentos até ela. A mulher o viu, mas logo perdeu os sentidos e caiu sobre a areia.

Sirius parou e observou; não parecia que era fingimento seu desmaio. Alguém devia tê-la atacado antes de ela conseguir desaparatar. Por fim, o bruxo contorceu o corpo e voltou à sua forma humana, mas não se aproximou. O que faria?

- 0 -

Particularmente, acho que a letra da música combina com o Sirius.

Procurei o máximo possível com as informações do livro e do site Wizarding World criar uma situação bem próxima, ao que teria acontecido com Sirius ao fugir, bem como as condições em Azkaban em sua época.

Enfim, no próximo capítulo a conclusão da jornada dele e a retomada da conversa dele com a Hermione