Esclarecimento: Só reiterando que esta história não me pertence, ela é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Lynne Graham, que foi publicado na série de romances "Paixão", da editora Harlequin Books.
Capítulo 6
Assim que estavam acomodados no banco traseiro da limusine, Naruto ergueu o queixo de Hinata com a ponta de um dedo da mão direita e forçou-a a olhar nos olhos dele.
- Ainda está zangada comigo ?
- Não. E também não me considero infantil, Estou plenamente consciente do que aconteceu. E sei que também fui responsável por isso.
Naruto sorriu, bem-humorado. Hinata estava furiosa com ele e não conseguia esconder a indignação. Ele adorou aquela transparência, o que considerava uma raridade. Ela mantinha o corpo rígido e se recusava a olhar nos olhos dele. As mulheres com quem estava acostumado a sair jamais o tratavam daquela maneira e, por isso, ele ficava bastante intrigado. Além de Hinata significar uma novidade, ainda parecia o oposto da mulher descrita no perfil psicológico que lhe fora entregue pelo advogado.
Era uma pessoa amorosa e romântica, quando se declarara como sendo fria e calculista. Contudo, o que quer que ela fosse, Naruto estava feliz pelo desempenho fabuloso que ela tivera com Kaori.
- Tenho um presente para você - noticiou Naruto, entregando-lhe um estojo onde continha uma jóia.
- Mais um ? - ela respondeu com descaso e, em seguida, se arrependeu ao notar que a voz soara rude e indelicada.
- Eu adoro recompensar uma boa atuação, e a sua ultrapassou as minhas expectativas.
- Na festa ou... na cama ? - ela insinuou com sarcasmo.
O tom de ironia que ela usou foi apenas uma perda de tempo, porque Naruto simplesmente riu, demonstrando o quanto eles eram diferentes em questão de humor.
- Você foi soberba em ambas, angil moy.
Com relutância, Hinata abriu a tampa do estojo e se deparou com um colar de diamantes, que seria digno de compor as jóias da coroa exibidas na Torre de Londres. Apesar de Hinata não ser o tipo de mulher que se impressionava com jóias, ficou boquiaberta com o resplendor dos minúsculos diamantes e o magnífico pingente representando um coração esculpido em ouro puro e cravejado com uma suntuosa esmeralda no centro.
- Obrigada - ela apenas murmurou. E imaginou que, se fosse Akemi que estivesse em seu lugar, já teria colocado a jóia e enlaçado o pescoço dele para demonstrar a gratidão por tamanha generosidade.
- Não gosta de jóias ? - ele perguntou, surpreso com tanta indiferença.
- Ah... gosto, sim - declarou ela e, arrependendo-se da frieza com que agia, resolveu retirar o colar do estojo e colocar no pescoço - Só acho que não deveria me presentear com jóias tão caras.
Naruto a ajudou com o fecho. O esplendoroso pingente reluziu com fulgor no colo delicado de Hinata.
A recompensa por sua atuação, ela concluiu com descaso, lembrando-se dos momentos íntimos que desfrutaram na cama e que, evidentemente, o agradaram. Um frio na barriga a atormentou pela combinação conflitante de vergonha e excitação ao mesmo tempo. Aonde teriam ido parar os seus valores morais, pelos quais ela sempre lutara ?
No momento em que entraram no imponente prédio onde Naruto mantinha sua residência, ele tomou-a pela mão e, após atravessarem o hall de entrada do apartamento amplo que ocupava os dois últimos andares da cobertura do edifício, ele seguiu à frente no caminho para a escada em caracol que conduzia ao pavimento superior.
- Aonde vamos ? - ela perguntou intrigada quando passaram direto pela suíte que ocupara no primeiro dia que chegara à cidade.
- Para o seu novo quarto - revelou Naruto.
- E que, por acaso, é o seu também ?
- Não. Não sou do tipo que gosta de dividir a cama e os móveis e acabar sendo sufocado por falta de espaço. Prefiro ficar na minha própria suíte e manter uma porta de comunicação.
Hinata ficou aliviada ao saber que não seria preciso compartilhar o quarto com ele. Talvez aquela sutil linha divisória a protegesse de se deixar seduzir novamente. Naruto abriu a porta da suíte e, após cruzarem o espaço imenso do aposento, estacou no limiar da porta do amplo banheiro, onde sombras provocadas pela luz de velas tremulavam nas paredes azulejadas do ambiente.
Hinata tomou a frente dele e maravilhou-se com a banheira construída em desnível com o piso e já lotada de água aquecida. Ao redor haviam sido dispostos vários castiçais portando velas acesas. Ele repousou as mãos nos ombros estreitos dela, e murmurou:
- Você teve um dia estressante e se saiu muito bem. Agora, tudo o que quero é que relaxe.
Fazendo-a gentilmente se virar para ele, Naruto retirou-lhe a coroa de flores e o véu. Depois, começou a despir-lhe o vestido.
- Eu posso fazer isso sozinha - ela reclamou.
- Eu acho que não - Naruto declarou com um suspiro enquanto inalava o perfume suave da fragrância floral que ele havia comprado para ela em Londres e que combinava muito mais com a personalidade dela do que o outro que ela usara na primeira vez em que se encontraram. Inclinando a cabeça, pressionou os lábios contra o ombro que acabava de desnudar e depositou beijos ligeiros na curvatura delicada. Enquanto isso, vagarosamente terminava de fazer com que as mangas do vestido deslizassem pelos braços femininos.
Hinata estremeceu com ansiedade e surpresa ao sentir o desejo inconsciente de que aqueles dedos grossos a tocassem em lugares mais íntimos.
Temendo fraquejar novamente, ela suplicou:
- Por favor, não faça isso.
- Por que não ? Você gosta do que eu estou fazendo - ele afirmou com segurança e, libertando o sutiã rendado, acomodou os seios fartos nas palmas gigantescas de suas mãos. Os mamilos se enrijeceram em resposta às carícias que ele começou a promover com os polegares.
- O que eu gosto não é relevante.
- Como pode dizer isso ? Sabe que ambos estamos ansiosos pela mesma coisa. Só lamento que não tenha me prevenido de que ainda era virgem. Eu teria sido muito mais paciente e não a machucaria.
Hinata queria que o chão se abrisse e a engolisse para que ele não notasse o quanto ela estava tremendo. E, antes que o vestido deslizasse completamente, ela o puxou e cobriu o busto exposto. E, com as faces completamente coradas, ela recuou um passo.
- Não se preocupe. Eu estou bem - ela assegurou. Naruto esboçou um sorriso carismático e afirmou:
- Lancharemos juntos era uma hora.
Aliviada com a saída dele e exausta pelos eventos do dia, ela guardou o vestido e finalmente mergulhou na banheira com um suspiro de prazer.
Pétalas de rosa flutuavam na superfície da água. Naruto já havia ordenado o banho com luz de velas para que ela relaxasse, e Hinata ficara muito mais feliz com aquela gentileza do que com a extravagante jóia que recebera de presente.
Enquanto desfrutava do calor da água, ela procurava relaxar completamente. Os pensamentos devanearam. Afinal, sua situação não era nada desconfortável. Havia tido sua primeira experiência sexual e Naruto ainda demonstrava intenção de repetir, o que significava que ela o tinha agradado. Então, por que se sentia tão embaraçada ?
A verdade era que ele a havia contratado e pago para ser sua esposa por um tempo determinado. Por que razão não deveria tirar proveito da atração física que sentiam enquanto a situação perdurasse ? Se Akemi estivesse em seu lugar, provavelmente estaria adorando a idéia de desfrutar do prazer sexual que ele lhe oferecesse enquanto cumpria sua parte no acordo de casamento.
E o que Hinata deveria querer mais de Naruto Uzumaki do que aquele fugaz interesse sexual ?
Ela até ficara surpresa por ter acabado gostando dele depois de tê-lo desprezado no primeiro encontro que tiveram. Talvez isso tivesse acontecido pelo fato de ter se inteirado mais sobre alguns aspectos do caráter de Naruto. Ele amava tanto a avó que até se determinara a forjar um casamento para agradá-la. E, embora Hinata não aprovasse o método, não poderia negar que ele tinha agido com a melhor das intenções.
Hinata também apreciava o fato de Naruto, apesar de ser um homem extremamente rico e poderoso, não se esquecer de ser gentil nas maneiras educadas com que a tratava ao praticar cortesias comuns, como abrir a porta do carro, ajudá-la a vestir o casaco e outras coisas que grande parte dos homens modernos considerava como fora de moda. E tudo isso a fazia sentir-se mais feminina do que nunca. E, embora muitas vezes ele fosse duro com as palavras, Hinata preferia que fosse assim. A franqueza era melhor do que a hipocrisia. E, ao mesmo tempo em que ele era arrogante e dominador, também conseguia ser compreensivo e gentil.
No instante em que a governanta bateu na porta antes de entrar e depositou ao lado da banheira uma caixa de chocolates caseiros, Hinata alargou o sorriso.
Provou um dos bombons e, enquanto se deliciava com o sabor do chocolate que se derretia em contato com o calor da boca, os pensamentos se perderam na figura de Naruto. e uma voz interior se manifestava:
"Eu realmente estou fascinada e desejo dormir com ele esta noite. Acho que estou me apaixonando como uma adolescente ingênua..."
Espantada com os próprios pensamentos, ela ergueu-se de um salto e abandonou a banheira. A água remexida pelo gesto rápido se espalhou pelas bordas do tubo.
Ela mal teve tempo de remover a maquiagem e escovar os cabelos quando ouviu o telefone que estava sobre a mesinha de cabeceira da cama soar insistente.
- Venha para o meu quarto - Naruto pediu com entusiasmo na voz - Acabei de assistir ao técnico do meu time de futebol ser demitido !
Hinata apanhou o conjunto de camisola e penhoar de seda na cor azul-turquesa que havia sido deixado cuidadosamente dobrado sobre a cama e o vestiu. Em seguida, rumou para a suíte de Naruto enquanto repetia mentalmente algumas frases para si mesma, como se fosse um mantra:
"Eu não vou ter sexo com ele. Não vou ter sexo com ele sob nenhuma circunstância. Só falaremos sobre futebol e mais nada. E tenho esperanças de que não seja preciso assistir ao jogo por muito tempo".
Naruto passeava pelo quarto e falava ao celular em um idioma que Hinata não conseguiu distinguir. Ele vestia apenas uma cueca samba-canção de seda preta e gesticulava sem parar.
No instante em que ele a viu entrar, apontou um dedo na direção da bandeja de alimentos que estava disposta em uma mesinha ao lado da cama e acenou com a cabeça num gesto significativo para que ela se servisse.
Quando ela se aproximou da pequena mesa e notou a variedade de pratos quentes e frios oferecidos, o apetite despertou repentinamente.
Procurando ignorar as roupas dele descartadas de maneira desleixada sobre o carpete, ela encaracolou-se sobre a beirada da cama e serviu-se de frango, salada e pão fresco.
Naruto prosseguia na ligação enquanto caminhava de um lado para outro. Hinata decidiu selecionar alguns alimentos e colocá-los em um prato, e sinalizou para que ele beliscasse algo enquanto se mantinha ocupado com o telefonema.
- Quantos idiomas você fala ? - ela aproveitou para perguntar em um dos momentos em que ele silenciava.
- Seis ou sete, e tenho noções de alguns outros - ele respondeu casualmente, aproveitando um intervalo da conversa ao telefone - Quando se trata de negócios, eu prefiro me entender diretamente com as pessoas em vez de precisar me valer de um tradutor.
- Eu falo francês e espanhol, mas não fluentemente - revelou ela com modéstia.
- Você precisa aprender o idioma russo.
- Preciso ?
- Claro, milaya moya - ele afirmou, franzindo o cenho. Naruto a estudou por um momento e tentou descobrir a razão de seu constante desejo por ela. Naquele mesmo instante, Hinata parecia mais uma adolescente, estando isenta de maquilagem e os cabelos negros escovados e presos atrás das orelhas. Nem de longe lembrava as mulheres sofisticadas com quem ele costumava sair.
Hinata possuía olhos claros e expressivos que a tornavam especial, porém os lábios grossos e bem delineados também contavam, além da estrutura delicada.
De repente, o apetite dele por alimento foi substituído por outro tipo de apetite. E, só de lembrar o amor que fizeram naquela tarde, ele sentiu o sangue esquentar nas veias.
Hinata esforçou-se para aparentar indiferença diante do olhar cobiçoso que ele lhe lançava. Contudo, os limites platônicos que ela mesma impusera pareciam se dissolver à medida que ela sentia um arrepio percorrer-lhe a espinha.
- Eu gosto de ver que está completamente sóbria - ele comentou.
- Eu aprendi a manter o meu copo cheio para evitar que alguém insista em completá-lo a todo momento - ela confidenciou com uma expressão cômica.
Encantado com o sorriso genuíno que ela exibia, Naruto desligou o celular e, após depositá-lo sobre uma cômoda que estava próxima, cruzou o espaço que os separava e acomodou-se ao lado dela.
Hinata já havia recolocado o prato sobre a bandeja e permanecia sentada na cama. As pernas recolhidas e os joelhos abraçados.
Ele a beijou e afastou a camisola, descobrindo os ombros delgados. Assim que o traje deslizou pela pele sedosa e descobriu-lhe os seios, Naruto capturou um deles com a boca e o sugou até que ela arfou por ar.
- Não consigo parar de desejá-la - confessou. E, movendo uma das mãos, direcionou-a para o centro das coxas macias e passou a torturar o ponto mais sensitivo da feminilidade pulsante.
A respiração de Hinata se tornou mais ofegante, e num gesto instintivo, ela apartou as pernas e Naruto a afastou gentilmente até que ela se deitasse. Ela sentia o corpo ansiar novamente pelas carícias que provara naquela tarde.
- Quero fazer amor com você da maneira como gostaria de ter feito antes. Mal posso esperar para vê-la louca de prazer.
O que Hinata sentia era impossível de descrever, e não deixava espaços para questionar entre o certo ou o errado.
Excitada e pronta para receber o que Naruto podia lhe oferecer, ela observou que ele estendeu um braço até alcançar a gaveta na mesinha de cabeceira e apanhou um preservativo. E, após ajustá-lo, invadiu a intimidade feminina com vigor, enquanto murmurava palavras luxuriosas.
Envolvida pelo intenso prazer que sentia, Hinata foi sacudida por um orgasmo tão violento que Naruto quase sucumbiu ao mesmo tempo. Contorcendo as feições bonitas do rosto, ele conseguiu segurar a tensão e prosseguiu nas estocadas até conduzi-la a um novo clímax. Só então ele se liberou para atingir o êxtase também.
Após um silêncio em que só se ouviam os suspiros ofegantes, enquanto eles relaxavam lado a lado, Naruto comentou:
- Você é tão quente, angil moy, que eu sinto vontade de nunca permitir que saia desta cama.
Ela estava tão cansada que nem tinha forças para se mover.
- Kaori me contou que você está estressada por causa do divórcio de seus pais - ele comentou - O que eu considero uma besteira...
- Besteira por quê ?
- Porque já teve a oportunidade de viver em uma família feliz e unida por mais de vinte anos. Só isso já deveria fazer com que se considerasse uma pessoa feliz.
- Por que está dizendo isso ? Você também não desfrutou de uma família ?
- Não posso afirmar que o lar onde cresci pudesse ser considerado como sendo uma família. Meu pai vivia entrando e saindo de prisões por causa de roubo de carros. E, quanto à minha mãe, estava cansado de ter que colocá-la embriagada todas as noites em sua cama. Um dia meu pai foi baleado e morto por tentar roubar o carro de um gangster local. E minha mãe morreu um ano depois, vítima de uma cirrose.
Assombrada com a triste história da vida dele, Hinata afagou-lhe um dos braços e perguntou penalizada:
- Com que idade você estava quando sua mãe morreu ? - ele mantinha as feições rígidas e impassíveis como se estivesse falando de outra pessoa.
- Treze anos. Kaori insistiu em me proporcionar um lar e, no início, foi muito difícil. Eu era um menino rebelde e dei a ela muito trabalho.
Hinata contornou o lábio inferior de Naruto com a ponta de um dedo e afirmou com meiguice na voz:
- Eu posso imaginar...
Ele discordou com um sorriso de ironia.
- Não, não pode. Nós crescemos em mundos diferentes. Você foi educada em um lar de classe média e contava com a proteção de seus pais. Aposto que conseguia tudo o que queria.
- Isso não é verdade !
- Então me fale sobre algo que desejou muito e não conseguiu - ele a desafiou, enquanto se perguntava a razão de estar tendo aquela conversa com Hinata. Ele jamais falava de seu passado com uma mulher.
- Eu me apaixonei pelo namorado de outra pessoa e jamais consegui tê-lo - Hinata admitiu, magoada com a aparente convicção de Naruto de que ela tivesse sido uma menina mimada e paparicada pelos pais - Eu acabei superando a situação, mas, na época, fui muito infeliz por causa disso.
- E você não lutou para conquistá-lo ?
- Não. Ele era o namorado da minha irmã.
- De qualquer forma, se não estava preparada para lutar pelo amor dele, isso significa que não o amava tanto assim, milaya moya - argumentou Naruto, imaginando se ela lutaria pelo amor de alguém ou se estava apenas sendo gentil e superficial como revelava o perfil psicológico que havia sido apresentado pelo advogado.
- O problema é que eu acredito na lealdade familiar e em limites com relação a padrões morais.
- Tomara que nosso filho não herde o seu rígido ponto de vista - ele ponderou, curvando os cantos da boca num leve sorriso - Eu costumo ser mais flexível quando se trata de defender meus interesses. E, se ele ou ela seguir essa sua linha de raciocínio, isso o tomará fraco no mundo que eu conheço.
- Nosso filho ? Do que é que está falando ? - ela perguntou, franzindo o cenho com perplexidade - Se é algum tipo de piada, confesso que não achei graça. Eu concordei em me casar com você...
- E engravidar de um filho meu, como estava bem explícito no contrato que assinou há um mês atrás - Naruto a interrompeu, com indisfarçável contrariedade - E, se aceitou os termos do acordo, não entendo a razão da surpresa. O que fará então quando for o momento de me entregar a guarda do bebê ?
Hinata sentiu a cabeça zunir e o sangue congelar nas veias. Akemi jamais teria concordado com aquela loucura. Isso não poderia ser verdade. Não poderia !
P. S.: Nos vemos no Capítulo 7.
