Uma torre muito pequena no menor dos dedos

Petyr Baelish era, no momento, um jovem exausto. Havia retornado à sua humilde torre há apenas algumas horas e mal conseguira repousar quando seu velho mordomo, Umfred, interrompeu seu sono trazendo uma carta lacrada. O selo pertencia a Lorde Arryn e a missiva, entregue por um corvo mensageiro de um dos maiores castelos vizinhos, era um chamado que não podia ser ignorado.

O velho Umfred, que já carregava o peso dos anos nos ombros, parecia tão cansado quanto seu jovem senhor, mas sabia que seu dever como administrador da Casa Baelish vinha antes de qualquer desejo por descanso. E, acima de tudo, uma carta do mais alto lorde do Vale não deveria ser ignorada por algumas horas de sono, por mais escasso que ele fosse.

Petyr afastou as cobertas com impaciência, sentou-se na cabeceira da cama, esfregando o rosto com as mãos antes de pegar a carta. Com seus dedos ágeis e finos, que tantos juravam ser dedos de escriba e não de espadachim, rompeu o lacre sem hesitação e desdobrou a folha grossa de pergaminho. Seus olhos percorreram as primeiras linhas com um sorriso satisfeito—o que quer que fosse, parecia promissor. Mas, conforme lia, a satisfação rapidamente desapareceu, seus lábios se retorceram em uma expressão dura.

Umfred não precisou de palavras para entender que era mais sensato retirar-se, deixando seu jovem senhor sozinho com a má notícia.

Quando terminei de ler, um furor frio percorreu meu peito. Lysa. A tola, a idiota da Lysa. Depois de anos de silêncio, anos sem responder às minhas cartas, sem sequer um recado através de terceiros, ela finalmente escrevia para mim. E não era para pedir desculpas ou dar explicações. Não. Era para me informar que, como uma boa esposa dedicada, havia pedido ao marido que me arranjasse um casamento. Para seu querido amigo de infância, Petyr.

Mas não era apenas isso. O dote que ela mencionava, embora razoável, era uma afronta em si. Alguns baús cheios de tecido de lã de alta qualidade e quinhentas moedas de ouro. Útil, sim, mas longe de ser suficiente. Eu deveria estar ascendendo, conquistando algo grandioso, e não sendo barganhado como um bem secundário em um casamento miserável. Como se isso não fosse ultrajante o bastante, a noiva que me destinavam era ninguém menos que Anna, a herdeira dos malditos Paps. Uma jovem sem qualquer atrativo, sem qualquer influência significativa. E eu ainda deveria escrever uma carta de agradecimento a Lysa e seu velho marido por essa piada de destino?

Meus dedos apertaram as bordas do pergaminho com força, amassando-o levemente. Como se essa oferta fosse um presente. Como se eu devesse estar grato. Um casamento arranjado. Um dote pequeno, mas, segundo ela, confortável—alguns baús de lã de alta qualidade e quinhentas moedas de ouro. Para me tornar um noivo adequado para a herdeira dos malditos Paps.

Anna Paps. Uma mulher feia, rústica, sem qualquer valor estratégico ou social além da posse de terras insignificantes. E como se não bastasse essa humilhação, eu ainda deveria escrever uma carta de agradecimento para essa vaca idiota da Lysa e para o seu velho marido benevolente, louvando a generosidade deles. Como se estivessem me oferecendo o mundo, quando, na verdade, estavam me condenando ao esquecimento.

Tudo o que eu sempre quis foi uma posição que me permitisse ganhar dinheiro, muito dinheiro. E Lysa, a tola Lysa, jamais entendeu isso. Maldita seja. Ela sempre teve a habilidade impressionante de fazer tudo errado. Eu nunca quis me casar com ninguém além de Catelyn. Certamente não com a feia e sem graça Anna.

Fechei os olhos e engoli os palavrões que se acumulavam em minha língua. Minhas mandíbulas se contraíram e senti o gosto metálico do sangue enquanto roía o interior das minhas bochechas de frustração, um hábito antigo para conter minha frustração. Ah, como eu odiava a minha impotência nessa situação. Fechei os olhos por um momento, tentando acalmar os pensamentos que rodopiavam furiosos em minha mente.

Eu poderia ter conseguido algo muito melhor. Ela havia prometido me ajudar, havia jurado, durante os primeiros anos de seu casamento, que falaria com Jon Arryn para garantir-me uma posição em Porto Real ou, no mínimo, em Gulltown. E então, subitamente, suas cartas cessaram. Não havia mais promessas, nem mais palavras doces sobre o futuro. Apenas silêncio. Ela estava ocupada demais gerando uma ninhada de filhas inúteis para se lembrar de mim. E agora, depois de anos, se dignava a escrever para me comunicar que havia decidido meu destino sem minha permissão.

Levantei-me abruptamente, sentindo o sangue ferver sob minha pele. Caminhei pelo quarto, os punhos cerrados. Esse casamento não podia acontecer. Não aconteceria. Eu trabalhara duro demais para que minha vida fosse desperdiçada assim.

Pensei nos últimos meses. Nos contatos que havia feito. Dunlip Pryor, o primo idiota de minha mãe e herdeiro de Pebble, tinha sido um instrumento útil. Lento de raciocínio, mas consciente de suas próprias limitações, ele sabia que precisava de homens mais astutos ao seu lado. E foi assim que consegui me infiltrar em seus negócios, ajudando-o a manipular os livros da contas de Pebble para minimizar os impostos pagos aos Arryns e à Coroa. A cada ciclo lunar, minha bolsa ficava mais cheia. Meu poder, mais concreto.

Abençoado seja o coração tolo de Dunlip, sua vaidade e ganância desmedidas. Graças a isso, ele me permitira praticamente o controle total sobre os negócios com os Sistermen. Com isso, meus bolsos estavam começando a se encher. Desde que continuasse a garantir que Dunlip também recebesse sua parte justa, o acordo parecia seguro, permitindo-me construir minha própria rede de influência. Graças a isso, eu havia conseguido ganhar algum dinheiro extra. Viagens às Três Irmãs para firmar contatos comerciais, manipulação dos livros-razão de Pebble para garantir que os Arryns e a Coroa recebessem o mínimo possível em impostos... Era um jogo perigoso, mas lucrativo.

Mas agora, tudo isso estava em perigo. Se eu me casasse com Anna Paps, teria de abandonar esse esquema lucrativo. Teria de me contentar com uma vida insignificante ao lado de uma esposa insignificante.

Meu olhar pousou na lareira, onde o fogo queimava baixo, lançando sombras oscilantes pelas paredes de pedra. Peguei a carta, agora amassada, e rolei-a entre os dedos. Não. Eu não aceitava isso. Eu nunca aceitei que escolhessem meu destino.

Havia sempre um meio de contornar decisões impostas. Sempre uma forma de manipular as circunstâncias para que se dobrassem à minha vontade. Se a família da noiva recusasse o casamento, isso poderia me dar uma brecha. Ou, melhor ainda, se houvesse algo que os fizesse reconsiderar sua oferta. Alguma informação. Alguma jogada.

Soltei um longo suspiro e, sem hesitar, joguei a carta no fogo. As chamas rapidamente consumiram o papel, transformando-o em cinzas, assim como eu pretendia fazer com esse futuro indesejado.

Deitei-me novamente na cama, mas agora, minha mente estava desperta, afiada como uma lâmina recém-forjada. Eu não seria reduzido a um simples peão nesse jogo. Eu encontraria uma saída. Sempre encontrei.