ELECTRA ADHARA BLACK
Alvo quase teve um piripaque quando mudamos a cor da gravata dele para vermelho e dourado. Anabelle estava resignada e Cygnus, apesar de erguer a gravata com a ponta dos dedos fazendo uma cara de desgosto, não disse nada. Alvo estava, por outro lado, desolado.
- Sou uma desonra para a minha Casa. - ele lamentou. Bells deu uma risadinha, que pareceu deixar Alvo mais do que satisfeito. - Lutei tanto pela honra…
- Alvo, se você não calar a boca e parar de ofender a minha Casa, você vai perder metade dos dentes que tem na boca. - James perdeu o resto de paciência que tinha.
Foi a minha vez de dar uma risada alta.
Aí estava o James que eu conhecia e adorava.
- Engula o choro e ande. - o Potter mais velho apontou o quadro que Sirius segurava, parecendo divertidíssimo.
Alvo ergueu o queixo, orgulhoso, ofereceu o braço para Anabelle, que o aceitou prontamente, e os dois entraram no Salão Comunal, como se fossem habitantes do lugar há muito tempo. Eu olhei Cygnus:
- Como você tolera os dois?
- Eu ignoro a existência deles até que não consiga mais. - ele esfregou os olhos. - Mas, ultimamente, Alvo anda sendo muito descarado. Vou ter que lembrá-lo de algumas coisas.
- Que coisas? - eu franzi a testa, enquanto meu irmão ia para o Salão Comunal com as mãos nos bolsos. James riu, me puxando para dentro do Salão pela mão:
- Não se flerta com a irmã do amigo.
- Alvo considera isso flerte? - eu perguntei.
- E a sua irmã cai.
- Ensine seu irmão a flertar, pelo menos. - eu revirei os olhos, seguindo James pelo salão. Haviam algumas pessoas, todas nos olhando com confusão, enquanto seguíamos os Marotos e Lily até um canto.
- Já tentei. - James lamentou, apontando para que eu sentasse em uma poltrona e ele se apossou do braço à minha esquerda. - Ele é deplorável. - ele disse, me fazendo rir alto.
- O que vocês dois estão cochichando ai? - Anabelle perguntou, curiosa. Eu revirei os olhos:
- Nada demais. - eu alonguei os braços. - Lily, além de você, com quem iremos dividir o dormitório?
- Marlene, Mary e Alice. - Lily respondeu, os olhos verdes faiscando. - Sexto ano, todos vocês?
- Sim. - eu abri um sorriso tenso. - Todos os cinco. Já estão se preparando para os NEWTs?
- Ainda temos um ano. - Sirius passou a mão pelo cabelo cacheado.
Eu ergui as sobrancelhas, mas foi James quem respondeu:
- Electra e eu queremos entrar para o quartel. - ele disse, distraído. - Andam sendo bem exigentes nesses últimos tempos.
Sirius estreitou os olhos e eu sorri:
- Você já decidiu?
- Auror, também. - ele respondeu, tombando a cabeça. - Mas não sabia que tinha tanta competição.
- É divertido. - eu sacudi os ombros. Anabelle sorriu:
- Electra e James são muito bons em duelos. Nós treinamos juntos algumas vezes. - ela disse. Minha irmã era o epítome da Lady Black: cabelos perfeitamente alinhados (embora loiros e não pretos), a postura ereta, queixo erguido e as mãos pousadas delicadamente sobre as pernas, com os tornozelos cruzados.
Anabelle era o maior orgulho de mamãe. Cygnus era classicamente Black, mas era muito largado para ser considerado um Lorde Black de respeito. Eu andava com o uniforme muito desfeito e desleixado - mamãe tinha desistido de mim.
Eu era a eterna defensora do conforto. Além do mais, vestes muito bem ajustadas podiam atrapalhar quando eu entrasse em batalha. Era melhor ter conforto para correr e duelar.
- Nós temos aulas práticas de DCAT. - Sirius se recostou na poltrona. - Podemos todos treinar juntos.
- Divertido. - eu sorri e olhei em volta. Ali estava: Peter Pettigrew. - Ele não era seu amigo?
- Peter está repassando uma matéria com a Mary. Ela é muito boa em Feitiços. - Remus respondeu, estreitando os olhos. Eu acenei com a cabeça.
Eu nem sabia como abordar eles a respeito dessa traição. Muito menos explicar que ele morrera na Segunda Guerra Bruxa porque hesitou em matar o tio Harry.
- Acho que deveríamos ir dormir. - Al disse, olhando Pontas. - Hoje tivemos um dia cheio, com a nossa viagem e tudo mais. Amanhã…
- Amanhã ainda será terça. - Remus completou, quando Al hesitou. - Temos uma longa semana pela frente.
- Temos um longo ano. - eu corrigi e fiquei de pé. - Lily, podemos ir também?
- Claro! Vamos, hora de dormir. - Lily sorriu, ficando de pé. Bells, amigável como era, enganchou o braço no de Lily e as duas foram na frente. Eu comecei a seguir ambas, mas James me segurou pelo braço:
- Passe proteções nas camas. - ele lembrou, falando baixo. - De vocês três.
- Irei. Não se preocupe. - eu prometi.
- E deixe… Deixe ele comigo. - James disse ainda mais baixo. Eu acenei com a cabeça:
- Boa noite, meninos.
- Boa noite. - eles responderam. James ainda deu um beijinho na minha bochecha e eu saí com pressa atrás das duas garotas que me esperavam na escada.
Lily nos ajudou a arrumar as camas e os feitiços enquanto as outras três meninas estavam lá embaixo. Ela também ajudou Anabelle e eu a arrumarmos um malão (eu tinha transfigurado duas caixinhas de papelão) com roupas que eu tinha duplicado dela - eu tinha arrumado as minhas a meu gosto e Anabelle para o gosto dela, com ajuda de Lily.
- Então. - Lily e Anabelle sentaram nos pés da cama que tinha sido designada como minha: a mais próxima à porta.
- Então. - eu olhei as duas, sem entender, sentando de frente com elas, nos pés da cama de Lily.
- Você e o primo de Potter estão namorando? - Lily perguntou, os olhos idênticos aos de Alvo brilhando. Eu revirei os olhos:
- Não. Nós somos muito amigos. - eu expliquei. - Só isso.
- Aquele beijinho na bochecha não significa nada? - Bells pareceu indignada. Eu ri:
- James sempre faz isso antes de irmos dormir ou quando vamos para lugares separados. - eu expliquei. Nenhuma delas pareceu convencida. - É sério. James e eu somos amigos há muito tempo. Não tem nada demais.
- Se você diz. - Lily se levantou e alongou os braços. - Acho que deveríamos dormir, todas nós. Amanhã teremos um dia longo. Amanhã receberão seus horários de aula e aí vamos nos organizar.
- Sim, sim. - eu passei a mão pelo cabelo e suspirei. - Boa noite. Gritem se precisar.
Ambas reviraram os olhos para mim, mas eu ignorei. Lily era a razão pela qual os Potter ainda existiam e Anabelle era minha irmã caçula. Eu as protegeria independente do que elas dissessem.
O dia seguinte foi confuso, para dizer o mínimo. Eu e Anabelle estávamos devidamente vestidas no uniforme da Grifinória - minha irmã parecendo um tanto desconfortável - e Lily nos seguia de perto, depois de dar uma desculpa esfarrapada para as outras garotas.
Todas elas tinham nos recebido muito bem e sido muito amigáveis. Certamente a confiança de Lily em nós duas tinha influenciado as demais. James, Cygnus e Alvo nos esperavam no Salão Comunal, conversando com Sirius, Pontas, Remus e, para minha surpresa, Pettigrew. James sacudiu os ombros, colocando as mãos nos bolsos:
- Bom dia, senhoritas. - ele abriu um sorriso galante, fazendo as duas revirarem os olhos. Eu sorri de volta:
- Bom dia, Sr. Potter. - eu parei ao lado dele. Pettigrew me encarou e eu ajeitei a capa. - Bom dia, meninos.
- Bom dia. - eles responderam, em uníssono. Pettigrew olhou para Sirius:
- Ela realmente é parecida com você. Não sabia que era tão parecido com Alphard. - ele comentou. Meu avô sacudiu os ombros:
- Nós dois fomos retirados da tapeçaria por um motivo. - ele respondeu e bocejou. - Vamos?
- Vamos. - eu aceitei o braço de James e nós seguimos os demais para o Salão Principal. James e eu íamos em silêncio, mas os sonserinos faziam uma pergunta atrás da outra, mantendo nossa fachada de alunos recém-transferidos mais crível.
Boas crianças.
- Você parece preocupada. - James comentou, distraído.
- Estou preocupada. - eu respondi, suspirando. - E cansada. Passei a noite em claro.
- Eu também. - James cedeu a pequena informação. - Esses NEWTs estão tirando o meu sono, sabia?
- Mas é só ano que vem. - Peter disse, um pouco à nossa frente, sorrindo por cima do ombro. Eu franzi o nariz:
- Papai vai me esfolar viva se eu não me sair bem. - eu disse, encolhendo os ombros. - O que significa que, para mim, os NEWTs começaram junto com o sexto ano.
- Se for como Sirius, vai se sair bem. - Pettigrew prometeu e eu dei meu primeiro sorriso sincero para ele:
- Espero. Papai sempre falou muito bem dele. Espero estar à altura das expectativas.
Aquilo era a verdade pura. Papai reconhecia os defeitos de meu avô, mas sempre falou muito bem dele. Tão bem que eu o tinha como meu maior exemplo. Tio Harry também não tinha economizado nos elogios: Vô Sirius era meu maior ídolo, o único para quem Minerva McGonagall perdia no meu ranking de bruxos impressionantes.
Alvo Dumbledore era um ótimo bruxo, mas eu tinha ressalvas. James sabia disso, por vários motivos, mas eu nunca tinha comentado com mais ninguém. James era a única pessoa para quem eu podia ser o mais sincera possível, sem medo de represálias ou então medo de ser envergonhada. Ele me defenderia até os confins do Inferno - e eu faria o mesmo por ele.
- Merlim, que cheiro maravilhoso. - James jogou a cabeça para trás, me fazendo rir, e me arrastou para a mesa da Grifinória, seguindo o avô de perto.
Aparentemente, a fome infinita de James tinha uma questão genética envolvida.
Enquanto ele se empanturrava de ovos, torradas, torta, café e suco, eu me mantive no mingau com suco, forçando a comida para baixo.
Regulus Black estava à minha frente.
E, Merlim, como eu queria marchar até a mesa da Sonserina e arrastá-lo para uma conversa e impedir aquele horror que tinha sido os últimos momentos de vida dele.
- Está tudo bem? - Cygnus perguntou, baixo, me cutucando com o cotovelo. Eu acenei que sim:
- Dor de cabeça. Dormi bem pouco. - eu menti de leve.
- Podemos ir à Pomfrey para remédios de dor. - Anabelle sugeriu. Eu sacudi a cabeça:
- É cansaço. Logo mais passa. - eu abri o sorriso mais confiante que pude, mas os olhos de Bells me diziam que ela não tinha caído nessa.
Nem ela e nem Cygnus, mas eu ignorei o olhar inquisitivo de ambos e passei a prestar atenção na conversa que James tinha engatado com os Marotos.
- É engraçado que você tenha um parente com o mesmo nome, Pontas. - Peter comentava, enchendo a boca de ovos mexidos.
- Meu tio e meu pai não se falavam há anos. - Pontas disse, com a voz quase inocente. - Então James e eu não nos conhecíamos até ontem. Agora ele vai morar com a gente.
- E os Black? - Peter apontou para nós três com a cabeça, ainda mastigando.
- Bem, Walburga não vai aceitar os filhos de Alphard. - Sirius respondeu, prontamente. - Eles ainda estão analisando algumas coisas.
- E eu vou fazer 17 anos em breve. - eu disse, inocentemente. - Vou ser responsável pelos dois. - eu apontei Bells e Cygnus com a cabeça. - Não há com o que se preocupar.
Ele acenou com a cabeça:
- Você não deveria estar no sétimo?
- Papai resolveu esperar para ensinar a todos nós juntos. Temos menos de um ano de diferença. - Cygnus foi rápido na resposta. - Então, Els fica com a gente.
- E tem os gêmeos Potter, também. - Peter olhou Alvo e James, que acenaram com a cabeça, ambos com a boca cheia de comida.
Merlim, quantas mentiras eu teria que manter? Eu e os gêmeos com menos de um ano de diferença, James e Alvo como irmãos gêmeos, ser prima de Sirius Black, ter os dois Potter como primos de Pontas. Eu nem sabia como ninguém ainda tinha notado os olhos de Al e Lily, mas não ia pensar nisso agora.
Um problema de cada vez.
- Bom dia. - McGonagall parou atrás de Lily, que estava na minha frente. - Vamos aos horários dos senhores. - ela olhou para mim, os olhos muito curiosos.
Se ela já não soubesse, não demoraria a descobrir a minha ascendência. Não ajudava em nada que Sirius e eu tivéssemos um estilo de uniforme um pouco parecido demais.
- Vamos lá. - ela começou. - Lily Evans, Remus Lupin, Peter Pettigrew, James Potter, - ela franziu a testa. - James Potter de novo?
- Primos. - James se esticou e pegou os papeis que a professora estendia. - Ah, olha! São iguais.
Eu segurei uma risada com o tom animado, quase surpreso, de James.
Péssimo mentiroso.
- Alvo Potter, Sirius Black, Electra Black, Cygnus Black e Anabelle Black. - ela terminou a lista, respirando fundo. - Primos do Sr. Black?
- Filhos de Alphard. - eu sorri para a professora. - A senhora é professora de Transfiguração, não é? Sirius falou para mim que é muito boa.
McGonagall se empertigou:
- Faço meu melhor. - ela abriu um sorriso raro para mim. - Tem interesse na área, Srta. Black?
- Quero ser auror. Um pouco de Transfiguração avançada não me faria mal. - eu encolhi os ombros. Ela pareceu satisfeita:
- Fico feliz em saber que tem interesse. - McGonagall acenou com a cabeça. - Bom dia.
- Bom dia. - nós respondemos em uníssono.
- Puxa-saco. - James me acusou, estreitando os olhos. Eu bufei:
- Você sabe que eu considerei ser professora de Transfiguração durante um tempo.
- Ainda assim, puxa-saco. - ele provocou, rindo quando dei uma cotovelada nas costelas dele. - Acho que podemos ir. Precisam nos mostrar os caminhos.
Os cinco Marotos - Lily inclusa - se levantaram, animados, e começaram a tagarelar, enquanto nos levavam pelos corredores que nós conhecíamos bem demais.
As aulas correram muito bem. Slughorn era quem mais parecia animado com a nossa presença na escola. Porém, tinha sido muito, muito, difícil lidar com Pettigrew sem deixar claro meu desgosto por ele.
Pettigrew era um traidor. Um covarde. Uma pessoa que tinha cedido a Voldemort e delatado onde os melhores amigos e seu bebê estavam escondidos. O responsável pela prisão injusta de meu avô.
Eu queria resolver logo o que precisava resolver na escola para, então, dar o fora dali antes de estrangular Pettigrew eu mesma.
Sendo assim, James e eu arranjamos uma desculpa para escapar logo depois das aulas - ignorando as risadinhas dos Marotos e o olhar desconfiado dos nossos irmãos - e agora estávamos enfiados na Sala Precisa, tendo bloqueado a entrada de qualquer um enquanto estivéssemos lá.
- Precisamos começar a caça às Horcruxes. - James disse, depois de ficarmos em silêncio por alguns momentos. Eu suspirei, olhando o garoto da poltrona da qual tinha ficado estirada:
- Não adianta encontrarmos Horcruxes se não tivermos um método de destruí-las. - eu lembrei. James abriu um meio-sorriso:
- É por isso que queria fazer uma visitinha ao Basilisco de Salazar Slytherin.
Eu me sentei na cadeira, ansiosa:
- James, é um Basilisco, não um explosivim. - eu disse, lentamente. - Essa coisa vai nos matar se olharmos diretamente para ela.
- Quem disse que você vai?
- Se você for, eu vou. - eu fui enfática e James franziu os lábios. - Antes de irmos, temos que nos preparar. A escola começou hoje e ainda temos que manter a fachada de primos de James e Sirius.
- Então, antes de tudo: - James se ajeitou, conjurando uma mesinha entre nós dois e puxando a minha poltrona com um aceno de varinha para mais perto, rindo quando eu dei um gritinho. - faremos uma lista de quais Horcruxes caçaremos.
- Você disse que já sabia quais eram. - eu lembrei.
- Sim, sei quais são, mas não sei onde estão.
- E ainda temos que matar um basilisco. - eu apertei a ponte do nariz. - Pelas calças floridas de Merlim, como vamos matar aquela coisa?
- Chegaremos ao Basilisco logo. - James fez um sinal de descaso, pegando a pena e puxando o pergaminho conjurado para perto. - O anel Gaunt foi quando ele ainda estava na escola, então já foi feito. Sei que está na antiga Casa Gaunt. - ele anotou a informação. - Teremos que sair da escola para esta.
- Tudo bem. Podemos aparatar. - eu acenei com a cabeça. - O diário também foi durante a escola, não foi?
- Sim, foi. - James anotou o diário logo abaixo do anel. - Mas não temos uma localização ainda. Sei que estava na Casa dos Malfoy e foi dado à minha mãe em 1992. - ele anotou a pequena informação com uma interrogação. - Isso vai ser um problema de localizar, então teremos que planejar bem como vamos abordar isso.
- Ele já é claramente apoiador de Voldemort, pelo o que sei. - eu ponderei. - Mas não sei se já será alguém do alto escalão.
- Vamos investigar melhor. - James acenou com a cabeça. - Então, anel, diário… Diadema de Ravenclaw.
- Ele já fez a entrevista aqui. - eu olhei James e os olhos dele brilharam:
- Isso significa que o diadema já está aqui. - ele olhou em volta, como se esperasse que a coisa aparecesse diante dos nossos olhos, mas eu acenei para que voltasse os olhos para mim. - O que?
- Não adianta nada pegarmos aquela coisa e corrermos o risco de sermos possuídos se não tivermos um jeito de destruir a Horcrux.
- Ela está à deriva aqui. Podemos perdê-la.
- Ninguém sabe além de nós e ele. - eu lembrei. - As crianças não sabem, nem mesmo Dumbledore. Manteremos isso entre nós até termos um dente de basilisco e aí pegaremos o diadema.
James franziu os lábios, mas concordou:
- Você tem razão. Ainda iremos expor nossos irmãos àquilo. - ele ponderou. - Certo. Anel, diário, diadema… Taça de Hufflepuff e Medalhão de Slytherin, que deve estar no lago.
- Cinco. - eu me recostei na poltrona e suspirei. - Cinco, James.
- Eu sei.
- Como vamos destruir cinco sem ele perceber? A primeira e a segunda serão fáceis. Da terceira para frente - eu encarei o Potter, que parecia taciturno. - ele saberá. E aí estaremos em apuros junto de nossos irmãos. Sem contar que nada impede que ele mude as Horcruxes de lugar. Ou que aumente as proteções nelas.
- O que podemos fazer é destruir o diadema. - ele bagunçou os cabelos. - E aí teremos quatro. Podemos tentar encontrar as outras e mantê-las seguras…
- Mas se ele desconfiar que temos uma que seja escondida com a gente, ele vai atrás das outras. - eu ponderei e James suspirou.
- Então iremos destruí-las conforme formos encontrando. Já teremos aquela coisa na nossa sombra, então daremos motivo para que seja nossa sombra. - ele jogou os braços para cima, exasperado.
- Talvez seja até melhor. Ele vai ficar mais fraco conforme destruirmos as Horcruxes. Será mais fácil derrotá-lo. - eu disse, depois de alguns segundos de silêncio. James acenou com a cabeça:
- É, talvez. Enfrentá-lo com as horcruxes intactas não vai ser fácil. E ele nunca será derrotado com elas escondidas. Para matar Voldemort, precisamos destruir as Horcruxes primeiro.
- Sim. Só nos resta saber por onde começar.
James ficou de pé e me ajudou a levantar:
- Vamos começar com o Basilisco. Depois, veremos.
