JAMES SIRIUS POTTER
- Nós precisamos falar sobre… Ele. - Electra segurou meu braço, quando estávamos prestes a entrar em um dos corredores que nos levaria até o salão comunal.
- Não quero acusá-lo sem provas. - eu disse, tirando um cacho do rosto de Els, que corou.
- Até onde sabemos, ele nem deve mais ser fiel a eles. - ela lembrou, delicadamente. - Onde ele esteve durante todo este tempo? No salão comunal é que não foi. E só o vi durante as aulas. Cygnus disse que ele chegou tarde ontem a noite.
- E se eu acusar um homem inocente? - eu passei a mão pelo rosto, puxando Els para atrás de uma tapeçaria. Frei Gorducho se aproximava, sendo delatado pela cantoria desafinada, e eu não queria ter que me explicar para um fantasma no meio de uma conversa séria.
- Então provaremos sua inocência. Deveríamos investigar enquanto isso. - ela disse, apoiando as costas contra a parede de pedra e eu fiquei de frente com ela, ignorando a proximidade e apoiando meus braços na parede, para ficar um pouco mais confortável e, caso necessário, proteger Els.
Electra fazia meu coração bater de uma forma muito descompassada, mas eu não estava num bom momento para esmiuçar meus sentimentos pela minha amiga mais antiga.
- Não é tão simples assim. - eu lembrei. - E ainda tenho que segurar Alvo. Ele está prestes a esganar o cara.
- Sei disso. E sei que você também está. - Els revirou os olhos e olhou para o lado quando escutamos passos se aproximando. Eu dei um passo para frente, mais próximo a ela, mantendo o olhar preso aos olhos cinza incríveis de Electra. Eu estava tão perto que a ponta do meu nariz tocava o nariz dela.
Eu nunca tinha estado tão perto assim de Electra Black.
E, Merlim, meu coração nunca tinha acelerado tanto.
Electra manteve os olhos nos meus, sem desviar por um segundo. Um casal, eu supunha, passou por nós, dando risadinhas.
- Vamos, antes de Cygnus perceba. - eu escutei Alvo dizer e, em seguida, as risadinhas de Anabelle.
Electra arregalou os olhos, a boca se abrindo em um cômico formato de 'O'. Eu tampei a boca dela com a mão e tentei espiar pela pequena fresta entre a tapeçaria e o corredor.
Ali, bem no canto, eu podia ver Alvo levando Anabelle pela mão para algum outro corredor.
- Santo deus. - Electra tirou a minha mão da boca dela, mas manteve a mão pequena sobre a minha. - Santo Deus, isso explica tanto.
Eu fechei os olhos e sacudi a cabeça:
- Isso me coloca no fogo-cruzado. - eu lamentei. - Vou colocar ele no eixo, não se preocupe.
- Obrigada. - Electra olhou para mim e, em seguida, nós dois estávamos às risadinhas atrás da tapeçaria, fazendo o possível para não rirmos alto demais.
O único problema era que estávamos tão concentrados no outro e na situação que tínhamos acabado de descobrir, que nenhum de nós prestou atenção nos outros passos que se aproximaram.
E, de repente, Minerva McGonagall segurava a tapeçaria firmemente, a boca severa tão apertada que os lábios eram inexistentes.
- Isso não é o que parece. - eu disse, dando um passo para trás, dando uma pequena distância entre Electra e eu.
- Certamente não é. - ela encarou Electra, que gaguejou:
- Realmente não é. - a Black acenou com a cabeça, ansiosa. A professora estreitou os olhos:
- Vou lhes dar o benefício da dúvida. Voltem para o Salão Comunal. - ela acenou para que déssemos o fora dali. Eu segurei a mão de Electra com força e arrastei a garota para longe, mas ainda pude ouvir a professora resmungar. - E dez pontos a menos para a Grifinória pela indecência.
- Agora é que ninguém vai nos deixar sozinhos. - eu lamentei, fazendo Electra rir:
- Como se eles fossem nos deixar sozinhos de qualquer jeito. - ela respondeu, ainda segurando a minha mão. Eu não tinha pressa alguma em soltá-la e, aparentemente, ela também não. - Mas vamos fazer aquilo que sugeri.
- Vou ficar de olho. - eu prometi e nós paramos na frente do quadro da Mulher Gorda, que bocejou:
- Senha?
- Cabeça de Dragão. - Electra respondeu, antes que eu pudesse me atentar ao quadro. Ela nos deu passagem e eu puxei Electra para dentro.
- Finalmente. - Cygnus bocejou, distraído. - Acabaram de se agarrar?
- Nós não estávamos nos agarrando. - Electra respondeu, seca. Eu revirei os olhos:
- Estávamos só organizando nossos estudos. - eu respondi, inocentemente.
- Hum. - o Black alongou os braços e depois os cruzou atrás da cabeça, uma imagem semelhante à do avô, que estava jogado no chão com um livro de Poções todo rabiscado. - Vocês viram Anabelle e Alvo?
- Não. - eu respondi, quando Electra se remexeu no sofá em que tínhamos sentado. Eu joguei um braço sobre os ombros dela, tentando acalmar a garota. - Eles não estão aqui?
- Devem ter ido pesquisar alguma coisa. - Cygnus pareceu despreocupado. - Eles vivem fazendo essas pesquisas. Estudam demais, aqueles dois.
- Você não? - Sirius olhou o neto, erguendo as sobrancelhas. Cygnus deu um sorriso arrogante:
- Eu me garanto.
- Claro que se garante. Você usa meus resumos. - Electra revirou os olhos, apoiando o corpo no meu, enquanto eu ria:
- Ele e eu. - eu lembrei. - Já tem algum pronto?
- Não. Vou precisar de ajuda esse ano. - ela suspirou. - Aritmancia vai ser um pesadelo.
- E ainda temos Alquimia. - eu suspirei. Eu só tinha topado fazer essa matéria por causa de Electra. Faltava só um aluno declarar interesse para abrir a turma e ela queria tanto… Eu acabei cedendo e agora faria os NEWTs de Alquimia.
- É uma pena que ninguém mais quisesse e só vocês dois continuam. - Lily comentou, suspirando. - Teria sido divertido.
- É bem divertido, na verdade. - Electra sorriu, animada. - James e eu fizemos alguns projetos juntos. E, como só nós dois temos a matéria este ano, iremos continuar entregando trabalhos conforme o professor pedir.
- É trabalhoso. - eu corrigi, olhando Els, que estreitou os olhos. - Mas a sua companhia faz valer a pena. - eu emendei, de modo que Electra abriu um sorriso satisfeito:
- Podemos ensinar uma coisa ou outra a vocês. - ela disse, distraída. - Mas só nas férias. Durante o período letivo é complexo demais.
- Estão em Runas, não é? - Remus perguntou, erguendo os olhos do livro de Runas que lia.
- Sim. - eu respondi, ignorando a vontade de encarar Anabelle e Alvo que entravam no Salão Comunal, conversando sobre o tempo. O tempo.
- Onde estavam? - Cygnus perguntou, olhando por cima da minha cabeça.
Agora eu tinha desculpa para encarar.
Os dois sonserinos tinham a cara mais lavada já vista pela humanidade. Anabelle ainda segurava um livro.
- Na biblioteca. - Anabelle respondeu, com um olhar inocente. - Por que?
- Achei estranho demorarem tanto. Até Electra e James voltaram antes. - Cygnus pareceu despreocupado. - E são Electra e James.
- Cygnus. - Electra alertou, impaciente e encarou o meu irmão de uma forma tão intensa, que Al pigarreou:
- O que estamos fazendo agora?
- Nada. - Electra respondeu, voltando a se apoiar em mim. - Remus, o que estava dizendo sobre Runas?
- Preciso de uma ajuda com uma tradução. Depois, se puderem me ajudar…
- Claro, Remus. - eu sorri. - Amanhã, depois da aula, iremos à biblioteca. Enquanto Electra te ajuda, eu procuro sobre o nosso tema de Alquimia… Ela é melhor do que eu e acho que vamos precisar de Runas Antigas para esse projeto. - eu suspirei.
É claro que Dumbledore nos daria uma tarefa de Alquimia envolvendo magia do tempo. Então, além de desvendar Voldemort, eu ainda teria que dar um jeito de levar todos nós de volta para casa.
- Acho que vou dormir. - Electra passou as mãos pelo rosto e suspirou. - Foi um dia longo. - ela olhou para mim e se levantou, depois de dar um beijinho na minha bochecha. - Boa noite, pessoal.
- Boa noite. - eu murmurei, com meu coração ainda martelando pelo beijinho que ela tinha me dado.
Merlim, eu estava em problemas.
Eu passei quase a noite toda em claro, divagando sobre o que, diabos, fazer em relação a Pettigrew.
Eu iria questioná-lo? Acusá-lo? Segui-lo naqueles momentos em que sumia?
Eu sabia mais do que bem que a terceira opção era melhor. Mas eu precisaria do Mapa - o meu Mapa tinha ficado na minha bolsa, no meu tempo. Eu precisaria de uma desculpa para pegar o Mapa de Pontas e, talvez, fosse mais fácil segui-lo sem o Mapa. O problema era que Electra iria se recusar a me deixar ir sozinho, o que significava que eu deveria mantê-la segura. E sem o Mapa aquilo era mais difícil.
Eu sabia que ele deveria sair da escola - Sirius tinha comentado que a mãe de Peter andava doente nesses últimos meses e ele andava fazendo visitas frequentes mesmo durante o período escolar. Isso não tinha passado despercebido por nenhum de nós três. Eu ainda não tinha informado as garotas a respeito, porque Anabelle iria confrontá-lo de uma forma não muito sutil e isso poderia nos fazer perder um elo importante. Eu sabia, também, que ele era insanamente atraído por Electra. Aquilo fazia meu sangue borbulhar de raiva. Els ainda não tinha notado, mas eu sabia que assim que ela percebesse, ela usaria isso a seu favor. Pettigrew não a tocaria, mas ela o faria falar. Talvez.
Quando eu cansei de me revirar na cama, decidi me levantar. Os outros seis dormiam a sono solto, então eu tomei um banho e me troquei, e fui para o Salão Comunal esperar por todos os outros. Eu podia aproveitar o tempo extra para pensar em alguma coisa.
Que surpresa agradável, então, quando vi que Electra já estava em uma das mesas, perto das janelas, com uma xícara de chá - provavelmente tinha pedido a um dos elfos.
- Bom dia. - eu sorri, puxando uma cadeira de frente com ela. Electra abriu um sorriso genuíno:
- Bom dia, James. Chá? - ela apontou a xícara.
- Por favor. - eu pedi, me recostando na cadeira. A claridade ainda estava começando a aparecer e eu podia ver algumas estrelas. Els empurrou uma xícara recém-conjurada para mim, que ela encheu com chá e colocou o creme, sem açúcar. Exatamente como eu gostava.
Eu pigarreei quando ela voltou a se recostar na cadeira e olhou pela janela. Els olhou para mim, franzindo a testa:
- Está tudo bem?
- Sim, está. Queria saber se quer escapar para ver o sol nascer. Sabe, ao invés de olhar pela janela. - eu tentei parecer menos ansioso do que me sentia.
- Quero. - ela acenou com a cabeça, animada. Eu peguei minha bolsa e minha xícara, sendo imitado por Els. Ela pareceu sem graça quando eu pendurei a bolsa dela junto da minha, mas não fez nenhum gesto de rejeição quando eu segurei a mão dela e a levei para fora.
Passos pequenos. Bem pequenos.
Não era um encontro, mas era um tempo sozinho com Els. Nós dois sempre tivemos tempo sozinhos. Mesmo quando estávamos enrolados com outra pessoa, sempre arranjamos tempo para o outro.
Só que era diferente.
Eu nunca tinha admitido, nem para mim mesmo, meus sentimentos pela Black. Eu tinha começado a notar algumas coisas tão óbvias - por exemplo, o ciúme que sentia quando via Fred e Electra rindo juntos - que era difícil ignorar os meus sentimentos. E controlá-los também.
Aqueles minutos atrás da tapeçaria tinham assombrado a minha cabeça de uma forma assustadora. E ainda havia a paixonite de Pettigrew. E os olhos muito interessados de alguns Grifinórios sobre Els.
Eu trinquei os dentes e apertei a mão de Electra de leve, mas o suficiente para que ela olhasse para mim, enquanto descíamos as escadas:
- Está tudo bem?
- Sim, está. Só… Preocupado. - eu admiti parte da verdade. Os olhos dela escureceram e Els suspirou:
- Eu sei. Eu também. Esse Lorde ainda vai causar muitos problemas. - ela respondeu, sabiamente, enquanto passávamos pelo Frei Gorducho, que acenou com a cabeça em cumprimento.
Electra me deixou levá-la para fora do castelo, ainda segurando a minha mão e a xícara de chá, parecendo distraída.
- Estou preocupado com meu irmão. - eu admiti, ajudando Electra a subir em uma pedra e sentei ao lado dela, olhando o sol nascer depois de largar as bolsas aos nossos pés.
- E eu com os meus. - Electra olhou para mim, suspirando em seguida. - E com Al. E você, principalmente.
Meu coração bateu descompassado.
- Eu?
- Você é maluco. - ela respondeu, com simplicidade, me fazendo rir. - Vai acabar se enfiando em mais problemas do que pode resolver sozinho.
- Você também me preocupa. - eu comecei, tenso. Electra revirou os olhos:
- Eu sou uma santa.
- Nós dois sabemos que isso não é verdade. - eu olhei Els, tentando decorar cada uma das sardas que enfeitavam o nariz dela. - Você só está se comportando aqui porque está preocupada com a guerra.
Electra franziu o nariz:
- O que eu não faria para ter uma chance de azarar quem chamou Lily de você-sabe-o-quê. - ela lamentou.
- Guarde isso para quando precisarmos de fato. - eu tomei um gole do chá, sendo imitado por Electra, que voltou os olhos para o sol nascente. - É o que estou fazendo.
- Como sabe que teremos uma chance de vingá-la?
- Nós teremos. - eu assegurei, percebendo um movimento pelo canto do olho, um pouco acima de onde Els e eu estávamos. Eu me virei para a esquerda, quase cobrindo Els com o meu corpo, enquanto olhava para o pontinho de movimento.
Um homem gordo.
Um homem gordo que, do nada, começou a diminuir de tamanho até não ser visível da onde eu estava.
- Aquele filho da puta. - eu tentei me levantar, mas Electra me puxou para baixo pela gravata, o rosto muito perto do meu:
- Não temos mapa. E ninguém sabe onde estamos. Vamos encontrar um punhado deles e acabar mortos e deixando nossos irmãos sozinhos aqui.
- Me deixe fazer alguma coisa. - eu trinquei os dentes, mas Electra manteve a mão firme na minha gravata:
- Ainda não.
Um assovio alto fez com que nós dois olhássemos sobre os ombros de Electra.
- Já tentando para um herdeiro, Potter? - Evan Rosier gritou, rindo em seguida, enquanto vinha para onde Els e eu estávamos. Electra me soltou imediatamente e deixou que eu pegasse a varinha, me imitando em seguida, enquanto pulava da pedra.
Ótimo. Meu terceiro dia na Hogwarts da década de 70 e eu já estava me enfiando em problemas.
- Eu sabia que a sua amizade com Sirius Black era estranha. - Nott riu, também puxando a varinha. Regulus Black estava logo atrás, silencioso enquanto assistia a cena.
- Está confundindo o Potter. - eu respondi, dando uns passos à frente de Electra, que bufou, e parou à minha esquerda, sem dizer absolutamente nada.
A Electra daqui era tão diferente da minha Electra, que teria respondido com meia dúzia de palavrões. Mas, eu sabia, que era o medo de perder alguém, o medo das consequências do que estávamos fazendo.
Ela entendia magia antiga muito melhor do que eu jamais tinha sido capaz. Era ela quem mexia na biblioteca em Grimmauld Place. Era ela quem invadia a Seção Reservada da biblioteca da escola. Merlim, era ela quem tinha roubado livros da mesa de McGonagall e nunca tinha sido pega.
- O diretor iria adorar ouvir o que vocês estavam fazendo aqui. - Rosier disse, parecendo despreocupado, mas eu via a cautela nos olhos dele.
- O diretor vai querer saber o que vocês também estavam fazendo aqui. - Electra respondeu, impaciente. - Não devo explicações a nenhum de vocês.
- Não sabia que tínhamos uma prima. - foram as primeiras palavras de Regulus. Electra olhou para ele, incisiva:
- Meu pai não pôde contatar nenhum de vocês. Foi coisa da Walburga, aquela asquerosa.
Regulus franziu os lábios, mas não respondeu.
- Me deixe adivinhar. - Nott colocou as mãos nos bolsos e pareceu pensativo. - Vieram para um café da manhã romântico assistindo o sol nascer? Ter um pouco de paz daquele grupinho barulhento?
- Novamente, - Electra crispou os lábios e Nott parou de se balançar nos pés, subitamente cuidadoso. Esperto. - não é da sua conta.
- Se mantermos silêncio sobre vocês, manterão silêncio sobre nós? - Regulus sugeriu, cauteloso. Foi a minha vez de colocar a mãos nos bolsos, interessado:
- Electra e eu não estávamos fazendo nada de errado. O que vocês querem que precisa de tanto segredo?
Rosier pareceu impaciente:
- Se o que fazem não é da nossa conta, o que fazemos não é da sua conta.
- É da minha conta quando vocês são de famílias puristas. - Electra rebateu. - É da minha conta quando vocês estão a um passo de se tornarem leais à Voldemort. Todo mundo sabe. Então, quando vocês saem da escola à essa hora, em direção a Floresta Proibida, é sim da minha conta.
- Não estávamos indo ajudar ninguém. - Regulus pareceu ansioso. Eu estreitei os olhos. - Sirius se recusa a me ouvir…
- Black! - Nott latiu, mas a informação já tinha escapado do tio-avô de Els.
Nós nos entreolhamos, subitamente interessados.
- Talvez nós podemos ajudá-los. - eu ponderei, depois de um debate silencioso com Electra.
Novamente, receosa demais para a minha Electra. Mas esse era o preço de proteger a família, aqueles que amávamos. Nós perderíamos algo no processo: ela, toda a audácia que a tornava uma grifinória nata. Eu, o orgulho de não me misturar com gente como eles.
Os três se entreolharam, debatendo se deviam ou não nos contar. Se podiam arriscar. Regulus foi quem deu um passo para frente:
- Só podemos falar em um lugar seguro. Em campo aberto - ele acenou para o jardim amplo. - é muito arriscado. Há um lugar que podemos nos encontrar…
- São três de vocês e estamos em dois. - Electra interrompeu. - Iremos nos encontrar em número iguais. Então, digam a hora e o lugar. Se aparecerem com uma pessoa a mais que seja sem nos avisar, não hesitaremos em reportar a Dumbledore.
- Somos apenas nós três. Andromeda está afastada há anos. - Regulus engoliu em seco. Eu acenei com a cabeça:
- Estaremos em um trio. Onde e quando?
- Tapeçaria do Trasgo, sétimos andar. Na próxima quinta-feira, às onze da noite. - Regulus passou a mão pelo rosto. - Sirius, Potter, Lupin e Pettigrew jamais…
- Levarei meu irmão. - Electra assegurou. - Encontraremos vocês três na próxima quinta-feira. Até lá, - ela se empertigou. - não sejam pegos.
- Não seremos. - Rosier olhou a garota, incisivo. - Vamos. - ele arrebanhou os outros dois e eles saíram primeiro.
Electra e eu esperamos até que saíssem de vista e eu olhei a garota:
- Vamos fazer aliados agora?
- Eles têm algo que queremos - ela ajustou a capa e depois pegou a varinha, acenando para as nossas xícaras de chá, fazendo com que desaparecessem. - e nós certamente temos algo que eles querem.
- E daremos a eles?
- Nós prometemos ajuda, nada mais. - Electra soou cansada. - James, essa é a minha família. - ela abaixou o tom de voz. - Já estamos aqui e se pudermos salvar os seus - ela me encarou, séria. - salvaremos os meus.
Ela sabia que o avô estava embrenhado em magia negra, principalmente pela família da qual vinha. Sabia também que essa seria a causa da queda dele e o nome Rosier manchado por muitas décadas. Black havia sido salvo por Sirius, mas Rosier… Apenas a mãe dela tinha se oposto abertamente contra Voldemort. O avô tinha caído na batalha e o nome tinha ficado sujo.
- Daremos um jeito. - foi tudo o que pude prometer, mas pareceu deixar Electra satisfeita o suficiente:
- Vamos para o Salão Principal. Logo os outros chegam e teremos que explicar muita coisa. - ela pendurou a bolsa no ombro e esperou que eu arrumasse a minha para caminharmos com calma de volta para o castelo, demorando o máximo possível para não sermos vistos perto dos sonserinos.
Quanto mais tempo passávamos aqui, mais questões apareciam e mais assuntos delicados surgiam. Ter que conversar sobre Pettigrew era difícil, eu sabia. Mas ver Electra tentar fazer o possível para salvar o avô da desgraça de ter o nome entrelaçado me dizia o suficiente para saber que a questão Rabicho seria horrível.
E eu sabia que não estava preparado para isso.
NOTA DAS AUTORAS:
Olá, tudo bem? Gostaria de agradecer por vocês estarem acompanhando nossa história! Gostaríamos de avisar a vocês que essa semana é atípica: postaremos um capítulo por semana, porém achamos o segundo capítulo muito curto, então optamos por postar o terceiro também.
Muito obrigada e boa semana!
