JAMES SIRIUS POTTER
Nós fizemos nosso melhor para parecermos felizes na viagem de volta - afinal eram férias merecidas.
Mais do que merecidas, levando em consideração tudo o que nós tínhamos passado de setembro até agora - uma viagem no tempo não planejada, lidar com um basilisco, destruir uma Horcrux, entrarmos em batalha contra comensais da morte e planejar uma invasão a Grimmauld Place.
Em quatro meses na década de 70 eu tinha me fodido mais do que meus sete anos de escola no meu tempo.
E ainda, de quebra, tinha beijado Electra.
Tinham sido quatro meses cheios de eventos.
Electra que, ainda, parecia no céu toda vez que ouvia novidades sobre a evolução de Mulciber - ou melhor, a falta de evolução. Ele melhorava lentamente, pelo o que Nott dizia, mas aparentemente Mulciber levaria o restante do ano letivo para se recuperar do que Electra e Alvo tinham causado a ele.
- Eu queria tanto ver a cara do pai dele quando soube sobre a doença do Mulciber. - Sirius mordeu uma varinha de alcaçuz com alegria. Pettigrew permaneceu quieto, pensativo, olhando pela janela do trem.
- Alguma novidade sobre como ele está? - Electra perguntou, inocentemente. Pontas sacudiu a cabeça:
- Nada. Quer dizer, nada saiu nos jornais. Foi dito que ele estava internado no St. Mungus após uma discussão escolar, mas a família deve ter pagado para não falarem exatamente o que ou dar mais informações. - ele comentou, tomando um grande gole de suco de abóbora, depois que o carrinho de comida passou.
- Que pena. - Al lamentou, os olhos cheios de malícia. - Queria fotos.
- Eu queria saber o que você fez. - Remus olhou para Electra, rindo. - McGonagall levou meia hora para transformá-lo em humano novamente.
- Foi só uma azaração. - Els disse, a voz doce, me fazendo rir:
- Seja o que for essa azaração, por favor, me avise se algum dia eu pisar em algum calo seu. Vou pedir perdão de joelhos. - eu jurei. - Me transformaria em rato também?
- Ah, não. Eu não gosto de ratos, por isso escolhi essa forma para ele. - ela sacudiu os ombros. - Mas eu gosto de você. Não tenho motivos para te dar uma sarna daquelas.
- Bom saber que também gosta de mim. - eu dei uma piscadela, fazendo Electra corar e gaguejar. Ela desviou o olhar pouco depois, arrancando um sorriso divertido de Sirius.
- Qual o problema com ratos? - Peter questionou, olhando Electra, incisivo. Els sacudiu os ombros, enquanto Cygnus encarava o garoto:
- Ela não teve boas experiências com ratos. Um rato de um amigo nosso a mordeu quando éramos crianças. - Cyg disse, distraído. - Ela não gosta e não confia em ratos.
- Ah. - Peter respondeu, voltando a olhar pela janela.
- Está pensativo, Rabicho. - Remus olhou o amigo, sério.
- Um primo virá me encontrar na Londres trouxa hoje para podermos ir para casa. Só estou preocupado com minha mãe. Acho que as coisas não estão indo conforme o esperado. - Pettigrew respondeu, ainda olhando a janela. - Estou com medo de alguma coisa acontecer com ela.
- Ela vai ficar bem. - Pontas garantiu. - E, se não ficar, estamos com você. Até o final.
- Até o final. - Pettigrew suspirou, voltando a olhar para nós todos, sério, antes de apoiar a cabeça na janela e fechar os olhos. - Vou cochilar um pouco. Não tive uma boa noite de sono.
A conversa no trem acabou depois disso - ninguém queria incomodar Peter dormindo e, mais ainda, ninguém podia falar sobre o que queríamos falar de fato.
Não com um comensal-da-morte entre nós.
Peter se esquivou de todos nós com pressa, dando um abraço meia-boca no Sr. Potter, que parecia mais do que alegre em nos encontrar, junto da família Evans - Petúnia não havia dado as caras - e dos Lupin.
- Vamos, vamos. Euphemia está preparando um grande almoço para todos vocês. É uma alegria enorme que James tenha arranjado novos amigos. - Fleamont me deu um aperto de mão caloroso, os olhos pausando no meu rosto por uma fração de segundo, antes de se virar para Alvo e ir cumprimentá-lo também.
Ele tinha um olhar suspeito, mas não disse uma palavra antes de nos levar até um canto da plataforma e nos enfiar em um carro aumentado por dentro, onde todos nós e nossos malões caberiam com conforto.
Pontas foi no banco do carona, tagarelando com o pai sobre as aulas e sobre seu interesse cada vez maior em se tornar auror - coisa que o pai incentivava, porém demonstrava preocupação.
É claro.
Voldemort estava a toda nesse momento e ouvir seu filho dizer que queria lutar abertamente contra ele era, no mínimo, preocupante.
Sirius entrou na conversa, mais animado ainda, puxando a atenção para si quando Fleamont questionou sobre a mudança de carreira de Pontas - que antes queria ser um mestre de Transfiguração - e pareceu um tanto insatisfeito quando ouviu que a carreira de auror era mais emocionante. Alvo ajudou mais do que qualquer um: assim que disse ter interesse em se tornar um Mestre de Poções, Fleamont começou a falar com muita animação sobre o laboratório que tinha na Mansão - e que estava mais do que disposto a ter um ajudante e aluno durante as férias da escola.
Os dois se afundaram em uma discussão nada inocente sobre tinturas - Alvo realmente tinha uma lábia admirável - enquanto o restante de nós ouvia sem entender metade do que eles conversavam.
Bom.
Pelo menos eu tinha tempo para pensar em como explicar o tamanho da merda que tínhamos nos enfiado.
ELECTRA ADHARA BLACK
A Mansão Potter da década de 70 era bem diferente da Mansão Potter de 2021.
Para começo de conversa, o jardim estava em excelentes condições, assim como a estufa que eu podia ver a alguns metros da casa principal. Não havia hera crescendo por toda a construção, assim como não existiam rachaduras nas paredes.
Fleamont foi à frente, com os demais, enquanto James e eu ficamos para trás, ambos olhando a Mansão tão bem conhecida por nós, mas também muito diferente.
- Eu teria muito menos trabalho se tivesse ficado assim. - ele comentou comigo, baixinho, enquanto nós olhávamos o terreno enorme, com árvores e neve intocada por grande parte, exceto pelas pegadas que nos levavam para a entrada principal da casa, onde Fleamont já subia os degraus de pedra.
- Vai ficar. - eu prometi, olhando para o muro alto de pedra com trepadeiras muito bem aparadas e que cresciam com uma elegância que só podia ser atribuída a magia. O portão de ferro escuro também deixava tudo mais elegante.
Eu sabia que os Potter eram uma família bruxa antiga e rica.
Mas a vida que os Potter que eu conhecera era bem mais simples - apesar de ainda absurdamente rica - com uma casa pequena, sem nenhum tipo de extravagância.
Bem diferente da Casa de Campo Rosier que eu frequentava.
E, certamente, nem um pouco parecida com Grimmauld Place ou a Casa de Campo Black.
- Vocês vão ficar olhando o terreno igual a duas bestas até quando? - Sirius berrou, chamando nossa atenção. - Ou estão planejando onde vão se agarrar sem a gente ver?
Eu gritei um xingamento, arrancando uma risada alta de James, que me arrastou até a entrada da Mansão Potter, parecendo ansioso.
Nós teríamos que contar absolutamente tudo para eles. E eu sabia que isso andava tirando o sono dele.
- Então. - Euphemia era uma senhora já com pouco mais de sessenta anos de idade. - Quando vão nos contar quem são de fato?
Eu abaixei o garfo lentamente, olhando a Sra. Potter. Ela manteve os olhos sobre o filho, mas assim que percebeu meu movimento, me encarou:
- Alphard e eu fomos amigos. Ele tinha certa preferência por homens. - ela disse, séria. Sirius apertou minha mão:
- Eles são meus parentes, Sra. Potter. É uma longa história. E iremos explicar tudo. - ele disse, delicadamente. Pontas concordou:
- Eles são Potter e Black, mãe. Prometo. Só é… Complicado explicar.
- Deve ser, considerando que somos a última linhagem Potter. - Fleamont bebericou o vinho, os olhos pousando sobre James. - É curioso que este rapaz seja tão parecido com você, filho.
Eu olhei James, que pousou o garfo com cuidado, olhando o Sr. Potter:
- Iremos explicar como somos Potter e Black. E quais circunstâncias nos trouxeram aqui. - ele garantiu e olhou por toda a mesa, agora silenciosa.
- Bem, então. - Fleamont apontou para James. - Explique, rapaz.
- Nós somos Potter e somos desta linhagem. - James disse, sério. - Só não pertencemos a este tempo.
- Perdão? - Euphemia colocou a mão sobre o coração. Pontas se ajeitou na cadeira:
- Estes dois - ele apontou para James e Alvo. - são meus netos. Seus bisnetos. Cygnus - ele apontou para meu irmão. - ativou uma runa desconhecida que os trouxe para este ano.
- Dumbledore…
- Dumbledore sabe. - eu interrompi Euphemia com delicadeza. - Sabe quem nós somos e o que aconteceu. James aqui é seu bisneto mais velho. Vocês têm uma bisneta, Lily, que graças a Merlin não está aqui agora. Merlin sabe que James ficaria insuportável se a irmã dele estivesse aqui.
Cyg se mexeu na cadeira, inquieto.
- James?
- Meu James. - eu corrigi, ignorando o olhar sádico da minha irmã. - Seu James é avô dele.
- Jamie. - Fleamont olhou Pontas, que encarou o pai, sério. - Você confia neles?
- Dumbledore confia neles. Acredito em cada parte da história deles que me contaram. Eles se provaram mais de uma vez confiáveis, pai. - Pontas disse, a voz mais séria do que eu jamais ouvira. - Acredito e confio e os amo. São minha família.
- Nossa família. - Euphemia corrigiu, os olhos passando de James para Al. - De onde vem esses olhos? São lindos. - ela se inclinou na direção de Al.
- Eles vêm da minha avó, Lily. Bem, sua nora. - Al abriu um sorriso largo. - Lily Evans Potter.
- Anabelle, Cygnus e Electra são meus netos. - Sirius olhou para Euphemia, cujos olhos se encheram de lágrimas.
- Ah, Merlin. Você terá sua própria família. - ela disse, com a mão sobre o coração e olhou Fleamont, que sorriu para a esposa:
- Ele já tem a nós. Então, nossa família acaba de aumentar. Merlin, os presentes. - ele sacudiu a cabeça, fechando os olhos. Anabelle riu:
- Não se preocupe, Sr. Potter. Só de estarmos nesta casa com todos vocês já é um presente enorme. Nós somos de 2021. Muito tempo se passou desde este Natal. - ela disse, com carinho. - James, se quiser contar a história…
- Irei. - James se ajeitou na cadeira ao meu lado, respirando fundo, antes de começar a contar sobre como Voldemort ascendera ao poder, como a Primeira Guerra Bruxa havia se desenrolado, as mortes, desaparecimentos, torturas. Tudo até chegar ao nascimento de tio Harry e a subsequente caçada de Voldemort a ele e que o que se sucedera.
Euphemia tinha ido às lágrimas ao saber que o filho morrera protegendo a esposa e filho apenas aos 21 anos de idade. Fleamont tinha dado tapinhas nas costas de Pontas, com orgulho, mas os olhos eram cheios de tristeza.
Depois, James contou sobre a prisão injusta de Sirius, ainda sem contar sobre Peter, e o como o pai tinha sobrevivido e, até os onze anos, crescera sem saber que era um bruxo porque a tia não o aceitava como era.
Havia, também, os detalhes que ele omitira até que Lily retornasse para nós: eles ainda não sabiam dos maus-tratos que tio Harry tinha sofrido na infância e adolescência, porque Al e James tinham medo da reação que Lily teria ao encontrar a irmã se soubesse.
Novamente, James omitiu esses detalhes, prometendo contar sobre a infância do pai mais tarde, quando Lily estivesse presente.
- Por fim, chegamos a 1998. - James respirou fundo. - Meu pai e meus tios, Rony Weasley e Hermione Granger, finalmente chegaram a Hogwarts, para a última etapa antes de destruir Voldemort. Meu pai, aos 17 anos, conseguiu vencer Voldemort em um duelo na escola.
- Vocês disseram algo sobre Horcruxes. Não me é estranho, sei que é magia negra, mas de que nível de magia negra estamos falando? - Fleamont olhou para nós.
- É uma magia antiga e horrível. Tem vários procedimentos para se chegar ao produto final, mas, basicamente, um bruxo divide sua alma e a guarda em um objeto. - eu disse, vagamente. - James e eu conhecemos como se faz, - eu estremeci. - porque no meu tempo nós fomos a Grimmauld Place e achamos um livro que explicava como se fazia e o que poderíamos esperar de um bruxo que seria capaz de algo desse tipo.
- Que tipo de procedimentos estamos falando? - Euphemia perguntou, séria. Eu e James nos entreolhamos e ele suspirou, como se me deixasse falar.
- Assassinato sem remorso, seguido por um ritual com poções e feitiços para armazenar esse pedaço de alma em um objeto. - eu expliquei por cima.
- Ritual? - Al questionou. Eu suspirei:
- Alvo. Só de lembrar faz meu estômago se revirar. - eu sacudi a cabeça. - Entenda que neste ritual a alma será dividida, um processo doloroso por si só. É uma dor quase incapacitante, mas se você quiser, você consegue. Este ritual inclui se alimentar de partes do corpo da pessoa que você assassinou. Quando um pedaço de alma de Voldemort se prendeu a seu pai, acredito que ele tenha começado o processo ou, talvez, já estivesse com a alma tão destruída, que nem precisou completá-lo para transformar tio Harry em uma Horcrux acidental.
- Por isso enfrentar Voldemort na Floresta foi tão importante e por isso que papai sobreviveu. - James explicou. - Voldemort não acertou nosso pai com a maldição da morte e sim sua própria horcrux.
- E de quantas Horcrux estamos falando? - Fleamont perguntou, sério.
- Cinco. Bem, quatro agora. - James olhou o bisavô, abrindo um sorriso orgulhoso. - Já destruímos uma. - ele disse, com Fleamont avaliando James, sério. - Eu, Electra, Sirius e Evan Rosier.
- Rosier? - Euphemia pareceu chocada.
- Meu outro avô. Já chegaremos nessa parte. - eu acenei com a cabeça.
- E como destruíram uma Horcrux? - Fleamont tirou os óculos e passou a mão pelo rosto gentil, mas um tanto perturbado agora.
Provavelmente ele não tinha achado que os bisnetos seriam piores que o filho.
- Presas de basilisco. - Bells respondeu, franzindo o nariz. - Foi nojento.
- É por isso que precisavam das lágrimas de fênix, suponho. - ele olhou para Bells, que concordou. - Pelo menos nisso vocês foram responsáveis. Onde arranjaram as presas?
- Em Hogwarts. - eu fui solícita. - A Câmara Secreta de Slytherin existe. Ele tinha um basilisco de estimação.
- Que estava morto. Certo? - Euphemia perguntou, a voz trêmula.
- Estava depois que Alvo aqui enfiou a espada de Gryffindor na cabeça dele. - Cygnus deu tapinhas no ombro do melhor amigo.
- Ele já era cego. Certo? - Fleamont crispou os lábios. Al olhou para mim, engolindo em seco.
Isso fez com que Fleamont e Euphemia me encarassem.
- Em primeiro lugar, eu sou muito rápida. - eu ergui um dedo, arrancando uma risada divertida de James. - Em segundo lugar, eu o ceguei me guiando pelas sombras dele.
- Pelas calças de Merlin. - Fleamont ficou de pé, passando a mão pelos cabelos, exatamente como o filho e o neto faziam.
- Isso foi herança do Sirius, não minha. - Pontas se defendeu, quando a mãe o encarou.
- Você devia tê-los impedido. - ela disse, séria.
- É impossível controlar essa maluca! - Pontas se defendeu, apontando para mim. - Ela faz uma coisa com os olhos que é de arrepiar. E ela é mandona.
- Eu sou mais velha que eles e não gosto de regras que atrapalham o que eu tenho que fazer. - eu me defendi. - Fiz o que precisava ser feito. Agora temos uma Horcrux a menos e formas de destruir as outras quatro.
- E não há nada que possamos fazer para impedi-los? - Fleamont nos encarou, os olhos castanhos cheios de preocupação. James sacudiu a cabeça:
- Electra e eu já temos dezoito anos. Anabelle, Cygnus, Alvo e Sirius já completaram dezessete. O senhor pode até impedir Pontas - ele apontou o outro Potter, que fez careta. - porque ele é menor de idade.
- Mas assim que fizer dezessete anos irei tomar parte mais ativa nessa coisa toda. - Pontas encarou o pai. - Lily é nascida-trouxa. E mesmo que não fosse, eu iria contra Você-Sabe-Quem.
- Sei disso, filho. - Euphemia suspirou. - Bem, já que não podemos impedi-los, como podemos ajudá-los?
Eu me ajeitei na cadeira, prendendo uma mecha de cabelo atrás da orelha:
- Temos três grandes problemas. - eu comecei. - Lily irá resolver um deles, com Pontas. Ela conseguiu dominar o Feitiço Fidelius e…
- E iremos colocá-lo sobre esta casa. Será coberta de outros feitiços de proteção além dos que já temos. - Pontas olhou o pai, que acenou com a cabeça:
- E quem será o fiel do segredo?
- Eu. - o filho respirou fundo. - Não quero arrastar vocês dois para mais problemas do que já arrastei. É minha vez de cuidar de vocês agora. Então, eu serei o fiel do segredo.
- Tudo bem. A garota, Lily, também já tem dezessete anos?
- Não. Irá completar em janeiro. - Sirius sacudiu a cabeça.
- E já dominou o Fidelius? - Euphemia arregalou os olhos. Eu acenei que sim:
- Ela me assusta. - eu comentei, arrancando uma risadinha de James. - Bem, iremos colocar a casa sob o Feitiço Fidelius e demais feitiços de proteção. Lily e Remus serão evacuados para a Mansão, com a gente, enquanto as suas famílias seguirão para casas seguras.
- E suponho que seja por isso que os Weasley estarão aqui amanhã? - Euphemia perguntou. - Dumbledore nos pediu para recebê-los para o almoço.
- Eu ia chegar nessa parte. - Pontas encolheu os ombros. - Minha nora é uma Weasley.
- Ah. Protegeremos todas famílias. - Euphemia acenou com a cabeça. - Eles ficarão aqui?
- Não, irão para uma casa segura também. - Alvo respondeu, sério. - Aqui seremos apenas nós e mais três que chegarão amanhã.
- Que, suponho, inclui Evan Rosier. - Fleamont voltou a se sentar e olhou o filho. - Confia nele?
- Ele destruiu uma Horcrux e está espionando Você-Sabe-Quem. - Pontas disse, sério. - Virão Evan Rosier, Aric Nott e Regulus Black.
- Ah, Walburga vai se revirar de ódio. - Euphemia parecia satisfeita. - E como eles virão?
- É aí que está parte dos nossos planos de amanhã a noite. - Cygnus disse, quando o silêncio ficou longo demais. - Alguns de nós iremos buscá-los em Grimmauld Place.
- Perto de Grimmauld Place, você quer dizer. - Fleamont olhou meu irmão, que sacudiu a cabeça:
- Em Grimmauld Place.
- Vocês irão à Mansão Black? - a voz de Euphemia subiu um oitavo.
- Apenas os maiores de idade. - eu interferi. - E James e Al ficarão do lado de fora, de tocaia. Dumbledore está ciente e terá alguns amigos de prontidão caso absolutamente tudo dê errado.
Fleamont passou a mão pelo rosto e riu:
- Santo Deus, o que foi que eu fiz? - ele sacudiu a cabeça. - E como pretendem entrar na Mansão?
- No nosso tempo ela está abandonada. Tem vários feitiços de proteção e eu conheço todos os antigos e parte dos que meu pai colocou lá. Há uma entrada secreta, usada por elfos em sua maioria, mas que poucos sabem a respeito. - eu expliquei. Fleamont ergueu as sobrancelhas. - Papai disse que eu não podia ir lá e eu tomei isso como um desafio. Não pergunte o que aconteceu depois. - eu fiz careta.
- Você invadiu Grimmauld Place abandonada sozinha? Tem ideia de quantas coisas poderiam ter dado errado?! - Euphemia ralhou. Cygnus deu uma risadinha:
- Ela não foi sozinha. Foi com James. - ele apontou o homem do meu lado. Eu corei:
- Eu precisaria de ajuda se tudo desse errado.
- E levar um garoto da sua idade era sua primeira opção? - Sirius riu e eu franzi o nariz:
- Aquela nem foi a primeira vez que fui a Grimmauld Place. Meu pai me levou lá antes e depois nós fomos sem ele e eu conheço aquela mansão como a palma da minha mão. - eu expliquei. - James e eu encontramos a passagem secreta em uma das vezes que fomos lá explorar.
- Explorar um ao outro? - Sirius provocou, falando baixo do meu lado. Eu pisei no pé dele com raiva. Sirius praguejou baixinho e eu olhei Fleamont:
- Acabamos achando essa passagem e descobrimos que dava no meio de uma outra rua. - eu continuei. - Iremos a Grimmauld Place por dois motivos: o primeiro é buscar os três e o segundo é porque Walburga tem uma Horcrux guardada lá.
- Aquela mulher asquerosa. - Euphemia resmungou. - É claro que ela teria algo desse tipo.
- Ela é horrível. - eu concordei. - Então, iremos entrar em Grimmauld Place na madrugada, em segredo, com a ajuda de Reggie. Então iremos pegar a Horcrux, que já sabemos onde está, alguns livros e dar o fora.
- Sem serem pegos.
- Sim.
- Seria melhor dividirem o plano de vocês em partes. - Fleamont disse, pacientemente. Eu sacudi a cabeça:
- Voldemort saberá que sabemos de alguma coisa assim que Grimmauld for saqueada e os garotos sumirem. - eu expliquei. - É claro que irei colocar uma réplica no lugar da original, mas ainda assim…
- Teremos que deixar a Suíte Principal perfeitamente igual ao que encontrarmos. Principalmente o cofre. - Sirius lembrou.
- Está em um cofre na Suíte Principal? - Euphemia perguntou. Eu acenei que sim. - Deve estar cheia de feitiços de proteção.
- Apenas um. - Cygnus disse, sério. - Pelo o que Regulus sabe.
- E também não pode ser aberto por qualquer um. Exige sangue Black para ser destrancado. - eu expliquei. - Eu não consegui abrir porque Sirius foi deserdado, mas Reggie não foi. Então, Regulus terá que abrir o cofre, teremos que duplicar o objeto, deixar tudo exatamente como estava e dar o fora.
- Sem serem pegos. - Fleamont sacudiu a cabeça. - Não posso impedi-los, mas nos deixem a par do que está acontecendo.
- James e Al ficarão de tocaia lá fora. Temos alguns amigos de Dumbledore cientes de que algo acontecerá em Grimmauld Place na madrugada do dia 21 para 22. - eu lembrei. - Mas deixaremos vocês avisados. De lá, viremos para cá. Isso acontecerá simultaneamente à evacuação das famílias Evans e Lupin.
- Vocês são bem organizados. - Fleamont cedeu. James abriu um sorriso:
- Temos alguns anos de Treinamento de Verão de Aurores. Els e eu estamos habituados a planejar coisas do tipo. E conhecemos bem Grimmauld Place.
- Vocês não conhecem? - Fleamont olhou os gêmeos e Al.
- Conhecemos, mas Els é a única que tem a coragem de fuxicar aquela casa. - Anabelle franziu o nariz. - Cheira a mofo e é escura e cheia de magia negra. Pessoalmente, não gosto do lugar, mas Els diz que está cheia de coisas interessantes.
- Livros. - James traduziu. - A biblioteca de Grimmauld Place é impecável. E foi lá que encontramos o que precisávamos para saber o que era uma Horcrux.
- Regulus deve estar enfiado lá, a esta altura, estudando para os NOMs. - Sirius disse, sério. - Ele usará essa desculpa para ficar na biblioteca e irá separar os livros que Els pediu e irá trazê-los para cá.
- Vocês planejaram bem. - Euphemia cedeu. - Mas nos deixem cientes de tudo. Se algo der errado, Fleamont e eu iremos.
- Sim, claro. - Fleamont cedeu. - Jamie, filho, agora que estamos todos no mesmo patamar de informação… E essa garota, Lily? Ela é quem virá?
Pontas corou:
- Sim, Lily Evans. - ele disse, desconfortável.
- É aquela que ele gosta. - Sirius ofereceu a informação. - A ruiva.
O rosto de Fleamont se abriu um sorriso largo e Euphemia ficou de pé:
- Bem, então tenho que preparar algo para ela. - ela bateu as mãos no avental que usava. - Vão, vão. Jamie, por favor, mostre a eles seus quartos. Já separamos seus quartos e daremos um jeito para os demais depois.
- Posso dividir com Reggie. - Sirius se voluntariou.
- Não nos importamos em dividir. - James apontou a si mesmo e os outros dois sonserinos. - Deixe as meninas com quartos para si mesmas.
- Não há necessidade, temos quartos suficientes para todos vocês. Só mais uma coisa. - Fleamont ergueu a mão, nos impedindo de sair. - E Peter?Vocês disseram que eles os traiu em 81. Mas e agora?
- Peter está nos espionando para Voldemort. Já se corrompeu. - foi Alvo quem deu a notícia. - Está reportando a Voldemort desde o começo do ano letivo.
- Por isso diz que a mãe está doente. - Fleamont suspirou. - Ele sabe sobre vocês?
- Não. - Cygnus sacudiu a cabeça. - Até onde sabe, nós somos filhos de Alphard e James e Al são primos de Pontas.
Fleamont acenou com a cabeça, suspirando.
- Ainda assim, se pudermos trazê-lo de volta para nós…
- Faremos nosso melhor. - James prometeu, ficando de pé quando Pontas se levantou:
- Vamos? Preciso levar vocês para os seus quartos. Mãe, você sinalizou?
- Apenas os das meninas. - Euphemia sorriu, acenando com a varinha para que as louças começassem a se lavar e começou a cantarolar baixinho enquanto o marido a ajudava com outras coisas da cozinha.
A Mansão era exatamente como eu me lembrava, só que limpa. E limpa significava que eu podia ver o piso claro e as paredes bem iluminadas pelas janelas de vidro - no meu tempo, estavam fechadas com tapumes.
- Não precisaremos dividir. - Pontas começou, nos levando para o segundo piso. - Só precisamos reativar uma ala. Talvez seja sensato reorganizarmos algumas coisas. Acho que Els e James devem ficar mais próximos, já que estão com essa questão da Runa.
- Vamos ver como as coisas ficam primeiro. - Cygnus disse, rapidamente. - E todos nós estamos com essa runa, então…
- Qual o problema de James e Els ficarem perto? Você mesmo disse que eles foram sozinhos a Grimmauld Place. - Sirius riu. Eu respirei fundo:
- James e eu fomos para Grimmauld Place atrás de informações. Se eu fosse Cygnus, me preocuparia em deixar Anabelle e Alvo separados.
Alvo teve uma crise de tosse e minha irmã ficou tão vermelha quanto um tomate, gaguejando que não havia necessidade.
Pontas riu, enquanto Cygnus bufava, segurando Al pelo cotovelo e sibilando ameaças.
- Bem, minha mãe deixou as meninas em uma ala separada, mais próxima à biblioteca. - ele entrou em um corredor e nós o seguimos, curiosos. - Aquelas portas duplas é a nossa biblioteca - ele apontou o lugar que eu conhecia relativamente bem.
James e eu também tínhamos ido àquela biblioteca. E ele tinha me prometido acesso completo assim que fosse restaurada.
- Se Bells não se importar, James pode ficar com Electra aqui. E ela fica com um dos quartos do outro corredor. - Pontas abriu a porta de um quarto claro, com um dossel azul escuro sobre a cama enorme, um tapete fofo e duas janelas gigantes, com poltronas fofas ao lado. Havia uma escrivaninha de madeira escura e uma estante com livros. - Esse é de Electra. - ele apontou o nome pendurado na porta. - Ela sabe que você está estudando Alquimia e Runas Antigas, então deve ter colocado livros adequados ali.
- É lindo. - eu disse, entrando na suíte gigantesca. Havia uma outra porta escura que eu supunha ser para o banheiro. Um guarda-roupas muito elegante, também de madeira escura e trabalhada também estava ali, com meu malão parado à sua frente. Havia um pequeno presente em cima do criado-mudo. - Eu realmente amei. - eu olhei Pontas, que riu:
- Eu disse a ela sobre seus gostos. Pelo menos o que Cygnus me disse. James, seu quarto será cheio de frufru, mas podemos trocar a decoração. - Pontas olhou o neto, que riu divertido. - É simples. Meus pais podem fazer isso com um aceno de varinha. Ainda não aprendi, mas vou pedir que me ensinem.
- Ótimo. Obrigado. - James colocou as mãos nos bolsos. Pontas sorriu e foi em direção ao outro corredor, onde a maioria de nós ficaria.
Depois do pequeno tour pela mansão, eu tinha decidido ir para o meu quarto para começar a desfazer o meu malão. Haviam várias coisas a serem feitas e planejadas ainda - inclusive precisávamos repassar nossos planos para amanhã a noite. O quarto era enorme e aconchegante e, sinceramente, minha vontade era de me enfiar debaixo das cobertas e cochilar um pouco - coisa que eu não tinha me permitido justamente pela necessidade de começar a separar as anotações de Alquimia já feitas.
O Sr. Potter teve a delicadeza de aparecer no meio da tarde para me oferecer um escritório para deixar tudo isso pronto:
- Seu local de descanso jamais deve ser o mesmo de trabalho. Seu corpo irá confundir as coisas. - ele ralhou, enquanto me ajudava a levar alguns dos papeis e livros roubados da escola para o escritório em frente ao meu quarto. Eu podia ouvir James cantarolando no quarto ao lado, enquanto arrumava as próprias coisas.
Dessa forma, depois de tudo organizado e um banho quente de banheira - eu tinha dado pulinhos de alegria quando vi a banheira de cerâmica branca e as dezenas de produtos de beleza - eu me encontrava relaxada, em roupas confortáveis, sentada no meio da cama com o pequeno embrulho deixado no criado-mudo.
Eu desfiz o laço e sorri quando abri a caixinha: Pontas devia ter mencionado aos pais que eu tinha completado dezoito anos e, em vista dos costumes bruxos, agora era uma mulher em idade de casar - uma pequena coroa, que devia usado como grinalda, feito de pérolas e diamantes estavam bem à minha frente. Eu toquei a coisa, suspirando.
Isso era algo dado apenas dentro de famílias. Cada família tinha um costume: os Rosier tinham os colares. Os Potter deveriam ter algo e os Black também. Quando retirei a coroa da caixinha, um pequeno bilhete caiu:
"Querida Srta. Black,
Sei que não tem contato com o restante de sua família em vista do banimento de seu pai. Sirius é como um filho e, se a considera uma irmã, nós a teremos como nossa família também. Como deve saber, cada família bruxa tem um costume para suas bruxas que atingem a idade própria para casamento - no caso da família Black, coroas ou tiaras são dadas às moças em idade de serem cortejadas para casamento. Portanto, tomamos como nossa tarefa continuar o costume de sua família: esta tiara representa nossa benção para sua vida adulta e é dada com carinho, apesar de não termos nos conhecido oficialmente até a data de hoje.
Um feliz aniversário atrasado e esperamos que, em breve, nos apresente um rapaz que seja digno de tê-la usando esta tiara.
Com carinho,
Família Potter"
Eu soltei o bilhete e voltei a passar os dedos sobre as pedras preciosas na tiara, suspirando. Era uma tiara linda. Digna de um casamento real. E, considerando o status que a família Black tinha neste momento, ela condizia com o que um casamento nesta época entre um Black e outro sangue-puro apresentaria.
Eu não tinha ganhado uma tiara no meu aniversário de dezessete anos - meu pai dissera que era uma tradição que só fazia sentido ser cumprida quando eu fosse, de fato, me casar.
Mas ter aquilo dado a mim como um presente, como o colar que Evan tinha me dado, me fazia sentir como se de fato fizesse parte dessas famílias.
Tradições eram importantes, desde que não machucassem ninguém.
E colares e tiaras não machucariam ninguém além do cofre em Gringotes.
- Els? - a voz de James soou atrás da porta fechada do meu quarto. - Posso entrar?
- Claro. - eu suspirei, dobrando o bilhete, mas James entrou antes que eu pudesse esconder a tiara.
- Nossa. - ele parou no meio do caminho, surpreso, depois de fechar a porta atrás de si. - Quem te deu isso?
- Fleamont e Euphemia. - eu cedi e apontei para que ele sentasse na beira da cama, o que James fez sem questionar. - É a tradição Black. Papai me daria apenas quando eu fosse me casar. Aqui é dado no aniversário de dezoito anos.
- Idade suficiente para se tornar noiva de algum sangue-puro. - James respondeu, sabiamente. Eu acenei que sim:
- É o esperado. - eu coloquei a tiara dentro da caixa de veludo e a fechei com cuidado. - Meu pai não queria me causar esse tipo de pressão, então eu só ganharia quando fosse me casar de fato. Seria minha herança para as mulheres da minha linhagem.
- Entendo. - James chutou os sapatos para o chão e se arrastou para mais perto de mim. - Eu ganhei um par de abotoaduras de ouro branco.
- Cygnus vai ficar com inveja. - eu provoquei, arrancando um sorriso dele. - Só ganho essas coisas porque não passarei meu nome adiante.
- Sua mãe devia ter insistido no Rosier-Black. - James ponderou. Eu sacudi a cabeça:
- Ela não queria, papai sim. Disse que o nome havia sido manchado demais e que não nos arrastaria para viver o que ela viveu como Rosier. Pelo menos como Black tínhamos o nome de Sirius e Regulus para amenizar. - eu suspirei. James fez careta:
- Entendi.
- Mas espero que isso tudo mude e ela aceite nos chamar Rosier-Black. Ou então Evan tenha tempo de arranjar um irmão para mamãe e passar o nome adiante. - eu me recostei em um dos postes da cama. - Por que veio? Achei que fosse cochilar.
- Não consegui dormir, então vim passar tempo com você. - James disse, se estatelando na cama. - Meu quarto agora é todo escuro.
- Não gosta?
- Gosto mais do que devia. Agora eu entendo esse seu gosto por coisas caras. Nunca mais vou encarar um cobertor de Hogwarts da mesma maneira depois de experimentar os daqui. - James lamentou, me fazendo rir alto. - Não entendo porque meus pais não gastam com essas coisas.
- É supérfluo. - eu lembrei. - E eles não tem esse costume. Meu pai tem uma mão mais fechada sobre o dinheiro, mas mamãe se recusa a aceitar lençóis que não sejam de linho puro. Eu achava besteira até enfrentar uma noite no Caldeirão Furado.
- É uma vida muito confortável. - ele comentou e eu acenei com a cabeça, optando por me deitar ao lado dele. - Mas é estranho.
- É. - eu concordei. - Mas isso - eu acenei para o quarto. - é o que estou acostumada. É a casa de campo Rosier todinha. E a de campo dos Black. Só Grimmauld Place que é aquele horror.
- Não gosta da casa dos meus pais e da Toca?
- Eu amo esses lugares! - eu olhei James, ofendida. - É aconchegante e diferente. Mas esta casa é o mais próximo que tenho de uma casa. A ideia de ter todo o terreno a disposição para testes com magia, um escritório, biblioteca, um laboratório de poções, uma estufa… - eu suspirei. - Tanto para fazer, tanta coisa para explorar.
- Por isso ama a casa de campo Black.
- Exatamente. Cada ida ao bosque é uma descoberta nova. - eu sorri para o Potter, que sorriu de volta. - Sinto falta disso. Mais do que ir para o campeonato de quadribol, mais do que ir às aulas de Alquimia com os corvinais. Só não mais do que dos meus pais.
- Amanhã vamos explorar tudo, com Pontas. - James sugeriu. - Ele deve conhecer cada centímetro dessa mansão.
- Só de manhã. De tarde precisamos rever os planos para a madrugada. - eu lembrei, meu estômago se revirando só de lembrar que levaria meus irmãos para perto de Walburga e Orion Black.
Orion, que era um fraco.
Walburga que era tão cruel que tinha sujeitado Sirius à Maldição Cruciatus desde a infância - ele tinha me contado depois que eu o questionei a respeito de saber como Cyg estaria no pós-imediato da maldição.
Eu tinha prometido silêncio e tinha cumprido.
Sirius contaria quando se sentisse pronto e não antes.
- Está preocupada? - James entrelaçou os dedos nos meus, pensativo.
- Sim.
- Você vai se sair bem. Eu vou estar por perto. - ele prometeu. - Qualquer sinal de algo indo errado, estarei ao seu lado, pronto para qualquer coisa que venha no nosso caminho.
- E se alguém se machucar?
- Pessoas podem se machucar em batalhas, Els. Da última, foi Cyg e antes dele, foi você com o basilisco. - James lembrou. - E vamos resolver tudo conforme as coisas acontecerem.
- Vai dar merda. - eu suspirei.
- Sempre dá e a gente sempre dá um jeito. - James ergueu a minha mão e beijou o dorso. - Fique tranquila. Você tem o sádico do Cygnus com você. No mínimo vão causar tanto estrago que a Mansão vai precisar de um punhado de reparos.
Eu ri e, antes que pudesse responder, Pontas bateu na porta, mas não a abriu:
- O jantar está pronto! Vamos!
Eu olhei James e nós nos levantamos, em silêncio:
A invasão a Grimmauld Place amanhã seria a coisa mais perigosa que faríamos até agora. E, com o tempo passando tão rápido, aquilo me fazia perder a fome completamente.
Como eu iria manter todos vivos e bem?
James segurou a porta para que eu saísse do quarto e me acompanhou até a sala de jantar, onde um Alvo animado contava sobre uma das maiores pegadinhas que tinha causado nas férias de verão antes de virmos parar aqui.
Não foi difícil aceitar a distração.
