ELECTRA ADHARA BLACK
Cygnus foi trazido para dentro da casa inconsciente. Os outros estavam silenciosos e Reggie arremessou o diário com violência para um canto da sala, praguejando Voldemort de uma forma jamais vista por mim pessoalmente.
- O que houve? - eu perguntei. Alvo dormia, já com o braço cicatrizado e o rosto corado, com a cabeça apoiada no colo da minha irmã. - Pelo o que ouvi da gritaria lá fora, foi difícil.
- Foi mais resistente do que seu diadema. - Sirius sentou ao meu lado. - E aqui?
- Ele vai sobreviver. Está um pouco fraco, mas irá se recuperar bem. Enfiamos lágrimas de fênix na ferida e goela abaixo do Al. - eu suspirei, sacudindo a cabeça. - O que aconteceu para ele se machucar daquele jeito?
- Cyg foi possuído. Acho que o pedaço de alma no diário era maior do que o do diadema. - Evan passou a mão pelo cabelo loiro e úmido de suor. - Ele estava gritando sobre Lilybug. Quem é Lilybug?
- Minha irmã caçula. - James disse, suspirando. - Ele é a única pessoa que ela permite que a chame assim. Cyg diz porque Lily tem o cabelo ruivo e olhos escuros, como uma joaninha.
"Abre precedente", Cygnus dissera uma vez, quando soube sobre Alvo e Anabelle.
Esse precedente não era para James e eu e sim para ele e Lily.
Eu me ajeitei na cadeira, desconfortável. Aquilo não passou despercebido por James:
- O que foi?
- Nada. - eu jamais trairia os segredos de Cyg assim. Apesar de ele ter fofocado sobre o meu beijo com James, eu não o entregaria nas mãos de James para ser questionado a respeito dos sentimentos dele pela Potter mais nova. James ergueu as sobrancelhas, mas não questionou mais.
- Eles são melhores amigos. - Bells disse baixinho. Os olhos de Sirius se encheram de compreensão, passando rapidamente por mim, mas eu desviei o olhar. - No mínimo tão próximos quanto Els e James.
- Ah. - Aric pigarreou. - Isso explica muita coisa. Ela tem a mesma idade que vocês?
- Tem quinze. - James respondeu, um tanto seco, como se entendesse perfeitamente o que Anabelle dissera.
E também o que Sirius e eu havíamos percebido.
- Precisamos nocauteá-lo. Foi difícil. - Aric olhou para mim e eu suspirei:
- Cyg é forte. E um bruxo muito habilidoso.
- Mais do que eu esperava. Ele estava desesperado atrás de Lilybug. - Evan passou a mão pelo cabelo, exasperado. - Que bela madrugada.
- Teve mais eventos do que eu gostaria. - eu admiti. - Eu imaginei certa dificuldade em Grimmauld Place, mas não achei que ele fosse estar lá. Muito menos que Cyg seria possuído pelo diário.
- Podia ser qualquer um de nós. - Lily lembrou, sentada entre Pontas e Remus.
- Mas essa coisa parece ter uma certa preferência por nós. - eu sacudi a cabeça. - Anabelle ouviu aquela coisa falando com ela.
- Você não ouviu? - Bells perguntou delicadamente. Eu sacudi a cabeça:
- Fiz questão de não tocar esse troço. - eu fiz careta. - O diadema já foi suficiente. Acho que estarei mais preparada na próxima.
- A questão agora é que precisamos de outro método de destruir as Horcruxes, já que metade do que tínhamos de lágrimas de fênix foi usada hoje. - James lembrou. Eu suspirei, esfregando os olhos:
- Isso é uma tarefa para amanhã. - eu fiquei de pé. - Deveríamos dormir. Primeiro vamos separar uma escala de cuidado com Al e Cyg…
- Eu fico com Cyg. - Sirius interrompeu. - Não estou com sono. - ele disse, rapidamente, antes que eu dissesse para que descansasse.
Sirius tinha me contado que, depois de ser torturado por Walburga, era impossível dormir - o corpo ficava fraco, mas ele não pregava os olhos simplesmente porque isso trazia pesadelos à tona.
Então, esta noite seria uma noite insone para ele de qualquer forma.
- Fico com você. - Reggie olhou o irmão, que aceitou a oferta com um aceno de cabeça.
- Eu fico com Anabelle e Alvo. - Evan também ficou de pé. - Vamos descansar.
- Amanhã discutiremos o restante. - Pontas definiu. - Todos para a cama.
James teve, pelo menos, a decência de esperar que eu saísse do banho antes de entrar no meu quarto sem nem mesmo bater.
- O que você sabe sobre Cygnus e Lily que eu não sei? - ele perguntou, assim que eu abaixei a mão que estava sobre o peito depois do susto que ele me deu.
Eu suspirei, voltando a pentear os cabelos:
- Ele não me contou nada, James. Eu suspeito, mas não tenho certeza de nada. - eu admiti.
Ter sentimentos por alguém era bem diferente de namorar certo alguém.
E até onde eu sabia, Cygnus não namorava Lily Luna Potter.
- Ele gosta dela? - James cruzou os braços, o rosto impassível. Eu o encarei pelo espelho:
- Já disse que não tenho certeza. - eu repeti. - E se gostar, o que tem de errado?
- Ela é minha irmã! - James jogou os braços para cima. Eu continuei a encará-lo:
- James, não seja injusto. - eu disse, pacientemente.
- Não consigo ser justo quando minha irmã caçula está namorando um amigo meu!
- Seu irmão é meu amigo e namora a minha irmã. - eu lembrei. - Meu irmão é seu amigo e você me beijou. Você não tem direito algum de ditar algo sobre Cygnus e Lily.
James abriu a boca várias vezes, como um peixe fora d'água, mas não conseguiu argumentar. Eu deixei o pente sobre a penteadeira e me levantei, andando até James:
- Pergunte a ele depois. - eu coloquei a mão sobre o ombro de James. - Mas sem ameaças. Se ameaçar meu irmão, irei ameaçar o seu irmão. Lily é bem crescidinha.
- Lils…
- Lily não é um bebê. E no começo do quarto ano dela, Lily estava saindo com Jordan. - eu lembrei. James trincou os dentes e virou a cara. - Seja justo com ele.
- Não pensei que fosse trazer o beijo como argumento.
- Se você pode me beijar, Cygnus pode beijar Lily. - eu sacudi os ombros.
- Então, se eu deixar Cygnus beijar minha irmã, eu vou poder beijar você? - James ergueu uma sobrancelha, me fazendo corar. Eu tirei a mão do ombro dele e ajeitei uma mecha de cabelo escuro de James que tinha caído sobre a testa dele:
- Você abriu precedente. E Alvo também. Uma vez que essa regra sobre irmãs foi quebrada, não há mais volta, há? - eu ajeitei meu robe, evitando olhar James.
- Você não respondeu a minha pergunta. - James deu um passo na minha direção. Eu ergui o queixo:
- Você disse tantas coisas desde Hogsmeade e…
James me agarrou sem me deixar terminar a frase. E, exatamente como na primeira vez, eu não precisava pensar a respeito. Era James, não havia nada de errado e era tudo tão simples e fácil. Beijar James era, provavelmente, a minha coisa favorita dessa bagunça toda em que tínhamos nos enfiado.
James se afastou um pouco, os braços ainda em torno do meu corpo:
- Nós vamos ter que discutir isso em algum momento. - ele disse, baixinho, beijando a minha bochecha em seguida.
- Mas não agora.
- Não agora. - James me beijou mais uma vez e se afastou. - Vou deixar você para lidar com Cygnus. - ele apertou meus dedos com carinho. - Boa noite.
- Boa noite. - eu murmurei e James saiu do meu quarto, fechando a porta atrás de si com delicadeza.
Eu me joguei na cama, encarando o dossel azul escuro:
- Que diabo eu vou fazer agora? - eu resmunguei, puxando um travesseiro para tampar o rosto.
Eu estava definitivamente apaixonada por James.
E, aparentemente, ele tinha algum sentimento diferente de amizade por mim.
E eu não sabia se isso era tão bom assim. Não na nossa atual situação.
Na manhã seguinte, James me esperava no corredor que dividíamos. Ele estava com vestes trouxas hoje, compostas por calça de alfaiataria, camisa branca de botões e sapatos escuros.
Por que?
Eu olhei para a minha roupa, enquanto James ria:
- Ah, vão dizer que estamos combinando. - ele abriu um sorriso torto, apontando para meu vestido de caxemira preta, acinturado, liso e com mangas justas. - Senti falta de ver você se vestindo assim.
- Eu também. Fiz uma leve modificação nas roupas que tinha. - eu admiti e aceitei o braço que James me ofereceu para irmos tomar café-da-manhã.
- Os saltos eram necessários ou você só sentiu falta deles? - James provocou. Eu ri:
- Realmente senti falta. Mamãe me mataria se me visse como ando me vestindo ultimamente. - eu lembrei. - Isso é o que ela considera adequado para um período de visita a uma casa de amigos. Ela elogiaria você.
- Ah é? - ele perguntou, enquanto entrávamos na sala de jantar, na qual Sirius, Cyg e Reggie já tomavam café com a Sra. Potter. - Bom dia.
- Bom dia. - eles ergueram a cabeça simultaneamente e Cyg ergueu as sobrancelhas:
- Quando é que você teve acesso ao seu guarda-roupa e por que não me disse que eu podia pegar a minha jaqueta de couro? - ele tentou um sorriso que não chegou aos olhos.
- Eu só mexi em um vestido que tinha. - eu suspirei e sentei ao lado do meu irmão. - Como está se sentindo?
- Péssimo. - meu irmão soltou a colher do mingau, passando a mão no rosto. - Aquelas memórias pertencem a mim, mas não era eu.
- Eu sei. - eu passei a mão pelos cachos de Cygnus. - Eu entendo, Cyg.
- Acho que agora você sabe sobre Lilybug. - Cygnus olhou James, que sentou de frente com ele:
- Sei que tem sentimentos por ela. Há algo mais que eu deva saber?
Meu irmão retesou na cadeira. Eu olhei James e depois Cygnus:
- O Alvo namora nossa irmã caçula. James e Al não podem dizer nada sobre isso se estiver namorando Lily. - eu segurei a mão de Cygnus sobre a mesa.
- Estávamos namorando há dois meses quando viajamos. - Cygnus admitiu, olhando James. - Estávamos pensando em como contar porque, até então, éramos os únicos.
James respirou fundo:
- Meu irmão namora sua irmã e eu beijei sua outra irmã. Não posso brigar, mas esteja ciente dos riscos de abusar da sua sorte. - ele alertou, apoiando as costas contra uma cadeira. - Eu sabia que aqueles olhares todos não eram só amizade.
- Estava na cara e ninguém deu bola. - Cygnus concordou e eu ri:
- Eu achei que estava vendo coisas. - eu sacudi a cabeça.
- Espere. - Regulus olhou para mim, do outro lado de Cygnus. - Você beijou James?
- Sim e não vamos falar a respeito. - eu cortei, seca, ignorando o sorriso presunçoso de James enquanto eu corava. - Vamos tirar uns dias para nos recuperarmos todos.
- Alvo está bem? - Sirius perguntou. Eu acenei que sim:
- Estava bem melhor quando o vi ontem depois de subir. - eu respondi. - Anabelle e Evan estavam com ele.
- Bom dia! - Aric gritou, entrando na sala de jantar seguido de perto por um Remus mau-humorado. - Bom dia, Sra. Potter. Que café-da-manhã agradável. - ele abriu um sorriso brilhante, os olhos brilhando para a senhora, que sorriu com carinho:
- Coma, querido. - ela apontou a cadeira ao lado de James. Aric sentou ao lado de James e encarou Cygnus:
- E aí?
- Você está de bom humor. - Sirius notou.
- Só de estar longe daquela mansão horrível do meu pai melhora meu humor. E Remus aqui é divertido pela manhã. - Aric apontou Remus, que mordia uma torrada com violência.
- Ele odeia acordar cedo. - eu ri.
- E é por isso que fiz questão de acordá-lo para perguntar se vamos treinar hoje ou não. - Aric abriu um sorriso caloroso. - Não é mesmo, Lupin?
O resmungo de Remus foi o suficiente para me fazer cair na gargalhada, junto dos outros.
- Nunca o ouvi falar tantos palavrões em sequência. - Aric parecia maravilhado. - Está bonita hoje. - ele apontou para mim. - É assim que se veste normalmente?
- Sim. - eu acenei com a cabeça. - Se mamãe visse as roupas que ando usando ultimamente…
- Tenebrosas, de fato. - Aric concordou. - Agora parece com uma neta de Evan Rosier. Ele jamais admitiria aquele jeans horrível.
- Ei!
- É a verdade. - Aric mordeu uma maçã e olhou para Cygnus. - Você não me respondeu. - ele apontou a maçã para o meu irmão.
- Péssimo.
- Electra também ficou.
- Ela não quase matou o melhor amigo. - Cygnus soou sombrio. O sorriso de Aric sumiu e ele se inclinou na direção de Cyg:
- Aquele não era você. Era o Lorde das Trevas. Saiba que não foi o primeiro e, provavelmente, não será o último. Ainda temos chão nessa guerra, Cygnus. Não se culpe por algo que estava fora do seu controle. - ele aconselhou e olhou para James. - Ela arrumou seu guarda-roupas também?
- Não. Eu só quis… - James começou.
- Impressionar uma bruxa sangue-puro? - Aric provocou. - Comece pelas roupas. Você teve aula de etiqueta?
- Nott…
- É uma pergunta séria. - Aric sorriu divertido.
- Não preciso recorrer a isso. - James encheu uma xícara de café.
- Você sabia que Electra e James já se beijaram? - Regulus perguntou a Aric, curioso. Aric me encarou, erguendo as sobrancelhas:
- Ah, então vocês já estão namorando?
- Não. - eu respondi seca. - E não iremos discutir a respeito.
- Mas um beijo muda tudo. - Aric gesticulou com a maçã. Eu enchi minha xícara com chá:
- Eu ainda não esqueci da azaração que usei em Mulciber. - eu alertei. Aric curvou a cabeça:
- Peço perdão se passei dos limites, milady. - ele disse, a voz pomposa. Eu estreitei os olhos e ele deu uma piscadela para mim. - Discutiremos suas aventuras amorosas depois. Onde estão os outros?
- Lily dorme até tarde, Pontas deve estar exausto, Alvo está descansando, Evan e Anabelle estão de olho nele. - eu enumerei. - Deixe-os.
- Podemos discutir aquela sua mandala. - Aric sugeriu. Eu fiz careta:
- Eu queria mesmo era ir à biblioteca. - eu olhei Euphemia, que sorriu:
- Está sempre aberta, Electra, querida. - ela disse, delicadamente, cortando um pedaço de bolo e o colocando em um prato, antes de empurrá-lo na minha direção.
- Obrigada. - eu sorri e voltei a olhar James e Aric. - Cygnus precisa descansar e ele está me ajudando com a Aritmancia da mandala. Alvo também está se recuperando, então esqueça a tintura por enquanto.
- Vamos planejar algo mais leve hoje. Menos alquimia. - Regulus sugeriu. - Você trouxe aquele livro sobre as famílias?
- Trouxe. - Aric acenou com a cabeça. - Vamos mapear as Horcruxes restantes.
- Parece menos insuportável. - Remus reclamou. Eu sorri, enchendo uma xícara de café e a empurrei para ele:
- Tome isso. Vai ajudar. - eu ri e olhei James. - Tem alguma outra ideia?
- Não. Vamos com isso. Mas vamos esperar os outros. - ele alongou os braços e eu tentei não encarar demais os músculos dele. Aric sorriu torto para mim e eu desviei a cara, enfiando o garfinho com raiva no pedaço de bolo branco, ignorando a risada abafada de Regulus.
- Vamos esperar os outros então. - Aric voltou a morder a maçã e puxou algum assunto da alta-sociedade atual com Euphemia, enquanto eu praticamente dissociava pensando nas Horcruxes.
Os demais desceram cerca de uma hora depois, enquanto James lia o jornal e os outros meninos conversavam sobre qualquer coisa que não fizesse Cyg lembrar de ontem.
Eu, por outro lado, fiquei sentada perto da janela, pensando na noite passada: James havia me beijado não uma, mas mais duas vezes. Ele queria discutir a nossa situação, mas sabia que agora ainda não era a hora.
Mas quando seria?
Se pensássemos em relação a tudo o que vinha acontecendo, só iríamos discutir isso depois da guerra - que podia durar alguns anos. Não era porque as Horcruxes tinham sido destruídas que Voldemort seria morto imediatamente após. Ele era muito bom em se esconder e muito poderoso apesar da alma despedaçada.
Ainda tinha a questão da Runa e o nosso retorno ao nosso tempo, o que não facilitava em nada: eu precisava focar muito na runa para não matar nós cinco de uma só vez. E eu sabia que, se estivesse com James, eu não teria tanto foco assim.
Principalmente considerando que ficávamos sozinhos com certa frequência e, se a gente já se agarrava sem sermos um casal, se nos tornássemos um, isso seria ainda mais comum porque, teoricamente, não haveria impedimento.
Não que eu impedisse James de muita coisa atualmente.
- Terra para Electra. - Lily estalou os dedos na minha frente. Eu pisquei e olhei a garota, que sorria. - Bom dia, Els.
- Bom dia. - eu ajeitei o vestido. - Já tomou café?
- Todos nós já comemos. - ela assegurou e ajeitou um cacho que se soltou do coque elaborado que eu tinha feito naquela manhã. - Tem algum motivo para ter se arrumado tanto?
- Ela só é filha de Aella Rosier. - meu irmão disse, do outro lado da sala de estar. - Nossa mãe a ensinou a se vestir sempre assim. Els só está com saudade de casa.
Eu fiz careta:
- Cyg tem razão. Se mamãe me visse usando calças jeans em público… - eu sacudi a cabeça, arrancando uma risada divertida da outra garota.
- Se todos já comeram, podemos começar com a discussão de hoje. - James fechou o jornal e olhou o irmão. - Como está?
- Bem. - Al respondeu, escorado no sofá. Cyg se remexeu, inquieto, e Alvo olhou o melhor amigo. - Nos dê meia hora, James. - ele levantou e acenou para que Cygnus o seguisse, o que meu irmão fez com uma expressão tensa.
- Al não vai brigar com ele. - Anabelle garantiu, quando eu a encarei, séria. - Ele só quer dizer a Cyg que não está bravo. E acho que eles vão querer fazer isso longe dos outros.
- Ele sabe sobre Lily e Cygnus? - James perguntou, olhando minha irmã e Evan.
- Sua irmã e Cyg? - Bells franziu a testa. Eu suspirei:
- Aparentemente você e Alvo não são o único casal Black-Potter. - eu fiquei de pé, arrumando o vestido com calma.
- Vocês realmente gostam de manter as coisas em família. - Aric comentou, olhando Sirius e Pontas. - Dois casais firmados, um caminhando para este mesmo ponto. Imagino que tenham feito um pacto?
- Terceiro? - Lily me olhou, sorriso de leve e eu sacudi a cabeça:
- Aric está me atormentando desde hoje cedo quando descobriu que James e eu nos beijamos na biblioteca. - eu revirei os olhos, omitindo os dois beijos de ontem.
- Espere. - Evan me encarou. - Você beijou James?
- Ele me beijou. - eu corrigi, corando. - E isso não é da conta de vocês.
- Isso foi na biblioteca? Então foi antes do que eu tinha pensado. - Aric pareceu extasiado. - Mas porque na biblioteca? - ele olhou James, que fechou os olhos e sacudiu a cabeça:
- Como Els disse, isso não é da conta de vocês. - ele repetiu, trincando os dentes.
- Eu quero detalhes! - Aric jogou os braços para cima, indignado. James o olhou, suspirando, e depois olhou para mim:
- Electra fica muito bonita quando está falando coisas inteligentes. Isso é tudo que vou dizer. - ele cedeu a informação, arrancando um sorriso radiante de Aric. - Chega. - ele impediu Aric de falar novamente e o Nott fez um muxoxo.
- Era sobre Magia Ancestral. - Sirius disse, animado, e James lançou um olhar de advertência. Sirius ergueu as mãos na defensiva. - Eu precisava falar. Isso estava entalado na minha garganta.
- Você é um grande fofoqueiro. - eu bufei, cruzando os braços. - Isso não tem nada a ver com vocês e eu ficaria grata se parassem de falar a respeito.
James sorriu para mim e deu uma piscadela, me fazendo corar ainda mais. Eu trinquei os dentes e virei o rosto, olhando pela janela, procurando pelos dois garotos.
Alvo e Cygnus estavam sentados perto da fonte do jardim. Eu podia vê-los, mas não podia ouvi-los. Cyg tinha a cabeça baixa e falava, enquanto Al apertava o ombro dele, como se o apoiasse ao contar o que tinha sentido ao ser possuído.
Nenhum deles parecia bravo.
Apenas abalados por tudo o que tinha acontecido: Alvo tinha visto o melhor amigo ser possuído por Voldemort e Cygnus tinha sentido o próprio corpo traí-lo ao tentar machucar Alvo.
- Eles são como irmãos. - Lily comentou, olhando pela janela exatamente como eu fazia. Eu acenei com a cabeça:
- Às vezes Anabelle e eu nos sentíamos de lado quando os dois estavam juntos.
- E Lily e James? - ela perguntou, curiosa.
- Lily tem seus próprios amigos. James sempre estava por aí. Às vezes a gente só queria nosso irmão. - eu admiti, ainda observando os dois garotos. Alvo abraçou Cygnus, que parecia chorar com o rosto nas mãos. - Será que eu deveria ir lá?
- Deixe-os. - a voz de James ressoou atrás de mim. - Há muito a ser falado entre eles.
- Então, Cygnus e Lilu. - Anabelle juntou as mãos quando eu me virei para olhá-la. Ela sorria tanto que os olhos azuis brilhavam. - Eu não imaginava, mas é perfeito!
- Eles estavam juntos há dois meses quando viemos para cá. - eu contei, ignorando a mão que James colocava na base das minhas costas. - Ele nos contou hoje. James e Al não podem dizer absolutamente nada a ele. Eles quebraram a regra das irmãs primeiro.
Bells riu:
- Ah, sim. A regra. - ela acenou com a cabeça. - Mas eles ficam bonitos juntos.
- Sim, ficam. - eu sorri para minha irmã, que agora tagarelava com Aric Nott a respeito dos sinais ignorados por todos nós em relação a Cygnus e Lily Luna.
Alvo ficou de pé, ajudou Cygnus a se levantar e os dois voltaram para a casa, ambos com as mãos nos bolsos, e os rostos mais leves. Eu olhei sobre o ombro, para James:
- Foi rápido.
- Não há o que discutir quando não se tem controle do próprio corpo. - ele comentou, olhando para mim. - Cyg foi possuído e Al se feriu e agora estão os dois recuperados. Esses são os fatos e nada além disso importa.
Quando os dois garotos se juntaram a nós, James pediu para que cada um pegasse qualquer coisa que tivesse trazido que pudesse nos dar pistas sobre o paradeiro das três Horcruxes restantes e, depois, seguissem para a biblioteca.
Ele fez questão de me enfiar no pequeno escritório que Fleamont havia montado para mim, depois que todos os outros se dispersaram para seus próprios quartos, para roubar mais alguns beijos.
Eu não o impedi.
JAMES SIRIUS POTTER
Electra ajeitou o coque elaborado com magia, parecendo ansiosa. Eu ajeitei a minha camisa amarrotada e fechei os poucos botões abertos:
- Está preocupada com eles? - eu perguntei e ela corou:
- Não quero lidar com rumores. - ela admitiu, desamassando o vestido preto. Eu ergui as sobrancelhas:
- Então não lide. Deixe que falem. - eu sacudi os ombros e peguei as anotações que tínhamos sobre as Horcruxes. Electra suspirou:
- Não é como se fossem deixar a gente em paz. Al acabou tendo que mandar um patrono para nos lembrar de voltar. - ela disse, soando ansiosa.
- Eu lido com eles. - eu prometi, puxando Electra pela cintura e dei um beijo na bochecha dela. - Se vierem a você e te incomodarem, me avise. Eu resolvo isso.
Els deu um beijinho na minha bochecha:
- Tudo bem. Vamos. Vamos dizer que estávamos procurando mais coisas. - ela se soltou de mim e pescou um livro sobre feitiços altamente ilegais e sem contra-feitiço.
Eu abri a porta e deixei que Electra saísse na frente.
Nós teríamos que discutir essa situação em algum momento. Mas isso seria mais tarde.
Todos eles estavam reunidos quando Els e eu chegamos. Al ergueu uma sobrancelha, sugestivo, mas eu o ignorei veementemente. Electra sentou ao lado de Evan e eu tomei a cadeira do outro lado dela, enquanto Els procurava a página que queria e eu espalhava os pergaminhos com os dados que eu tinha sobre as Horcruxes.
- Vamos começar, então. - Pontas apontou a varinha para uma lousa que tinha anotado "Anel dos Gaunt", "Taça de Hufflepuff" e "Medalhão de Slytherin". - Faltam essas três e o pedacinho nele.
- O pedacinho nele morre junto com ele. - Alvo emendou e Lily anotou Voldemort como número 4 na lista. - Temos que destruir as outras três antes de ir atrás dele.
- Temos que fazer isso sem ele saber o que estamos fazendo. - Sirius olhou para o grupo enorme. - Antes de irmos a fundo nisso, precisamos saber: O alfaiate, Joseph, disse algo sobre as crianças?
Electra fez careta com o termo, mas eu voltei a minha atenção para Aric, que agora estava sério:
- Nem uma palavra. Disse que sabia que Alphard gostava de ambos, mas que tinham se afastado. Não sabia sobre o casamento e consequentes filhos. - ele respondeu. - Não disse nem mesmo uma palavra sobre as crianças. O Lorde das Trevas estava furioso porque não conseguiu quebrar a Oclumência dele. Então, não sabe que eles são, na verdade, de outro tempo.
Aquilo me fez suspirar com alívio. Pelo menos essa parte estava a salvo por mais algum tempo.
- E Peter? - Els perguntou, a voz receosa. Evan olhou a neta:
- Ele apareceu, falando sobre sua Alquimia e Panacea. Disse que você era a culpada pelo o que houve a Mulciber pelo o que o pai fez ao seu irmão. Alguns acharam engraçado que você não usou magia negra, outros ficaram impressionados com a extensão do que você fez para não sujar sua alma. - ele explicou. - Peter admitiu não saber muito mais porque você parecia suspeitar algo dele e ele deu um passo para trás. Mas contou que Dumbledore a tem ajudado com sua tarefa de Alquimia.
- E isso chamou bastante atenção do Lorde das Trevas. - Aric intercedeu. - Ele está bem interessado nessa Panacea. Claro que não sei se ele vai querer você viva depois de ter saqueado Grimmauld Place atrás de nós. Agora ele tem certeza de que você está mancomunada com Dumbledore e não só pela Alquimia.
- Há alguma chance de resgatarmos Peter? - Remus perguntou, finalmente falando alguma coisa. Evan olhou o Lupin, com um pouco de pena claro na expressão:
- Remus, não sei como dizer isso a você mais do que já dissemos. Peter não está sendo obrigado a nada. Está lá por vontade própria. - ele tentou ser o mais delicado possível. - Seu amigo não é seu amigo mais. Esqueça resgatá-lo. Ele está lá voluntariamente.
- Ele não nos trairia assim. - Pontas sacudiu a cabeça. Anabelle olhou meu avô, séria:
- Ele causou sua morte e a de Lily, quase causou a morte do seu único filho. Nós achávamos que ele tinha nos traído depois da escola, mas já nos traiu antes disso. - ela disse, firme. - Eles estavam lá. Com ele.
- Não há nada a ser feito? - A voz de Lily soou tão triste que meu coração quase se partiu.
- Podemos tentar poupá-lo do pior. - Regulus disse, delicadamente. - Mas não podemos garantir absolutamente nada. Não podíamos garantir que viveríamos até hoje. Muito menos que conseguiremos fazê-lo ver a razão.
- Lily, eu vou ser bem claro com você. - Aric segurou a mão da ruiva sobre a mesa. - Você me declarou seu amigo e eu a considero uma amiga próxima. Então me vejo no direito e dever de alertar você: Peter a traiu. Ele a chama de… Daquela palavra vulgar que eu me recuso a repetir. - ele disse, sério. Lily abaixou a cabeça. - Ele já escolheu o caminho que irá trilhar, assim como todos nós escolhemos o nosso. - Aric apontou para nossa mesa redonda. - Ele cedeu ao Lorde das Trevas e nós nos opusemos a ele. Estamos em lados opostos agora. Não precisa amaldiçoá-lo ou duelar com seu amigo se ainda tem carinho por ele no seu coração. Deixe para um de nós. Mas saiba que ele já fez sua escolha e que não escolheu vocês.
Lily abaixou a cabeça e Pontas pigarreou:
- Certo. Eu irei evitá-lo o máximo que puder. - ele passou a mão pelo cabelo. - Mas se pudermos prendê-lo ao invés de matá-lo…
- Não iremos matar ninguém. - Evan foi firme. - Não de propósito. Muito menos alguém por quem, apesar de tudo, vocês ainda têm carinho. Iremos capturá-lo se a oportunidade surgir. Mas eu repito: ele não é seu amigo, Potter. Pode ter sido no passado, mas agora não é mais.
A biblioteca ficou em silêncio por um momento, todos remoendo o que aquela escolha significava para Pettigrew e o que, provavelmente, aconteceria a ele uma vez que ficasse claro com quem ele estava.
- Bem, vamos retomar as Horcruxes. - Electra pigarreou e eu apertei o joelho dela sob a mesa. - James e eu temos essa lista com detalhes. Sabemos onde o medalhão e o anel estão, mas não sabemos como chegar lá. A taça é uma incógnita.
- Sabe quais feitiços de proteção estão envolvidos? - Aric perguntou, sério. Alvo se ajeitou na cadeira:
- O anel é amaldiçoado para que você tenha desejo de colocá-lo. Irá matar você se o fizer. - ele lembrou.
- Sei que o medalhão está sob uma poção que deve ser bebida e causa imensa dor física e emocional àquele submetido a ela. - Cygnus olhou o melhor amigo, que acenou com a cabeça:
- Quando não estou preso com a tintura, estou pesquisando sobre, mas ainda não tive sucesso. - Al sacudiu a cabeça, desgostoso. - Aquele desgraçado. - ele praguejou.
- E a taça? - Evan perguntou.
- O único paradeiro conhecido era o cofre dos Lestrange em Gringotes. - eu respondi. - Onde tudo queima e é enfeitiçado para se duplicar. E isso era em 1997. Antes disso, não sabemos.
- Maravilha. - Remus riu, sem humor. - Que merda.
- Vamos precisar procurar muito bem essa. Precisamos saber onde ele se enfiou esses anos longe da Grã-Bretanha. - Electra tamborilou os dedos sobre o livro na frente dela. - Aric, e quanto ao seu livro? Aquele sobre as famílias.
- Tenho a localização da casa Gaunt. - ele empurrou o livro para Els, que o abriu onde o Nott havia marcado. - É mais um casebre. Eles foram uma família rica, mas o incesto era bem prevalente. Acabaram em loucura e pobreza.
- Que bagunça. - Electra murmurou, olhando o emaranhado que era a árvore genealógica dos Gaunt.
- Nojento. - Evan comentou, seco, também olhando o livro. - Precisamos nos organizar para ir até lá.
- Todos mortos? - Alvo questionou. Els acenou que sim:
- A mãe do Lorde das Trevas, Mérope, morreu pouco depois do parto. O avô dele, Marvolo, não viveu muito tempo tampouco. - ela ponderou, passando o dedo sobre a linhagem, receosa. - Restaria Morfin, mas acredito que já tenha morrido. Sei que O Lorde das Trevas matou o próprio pai quando ainda estava na escola, então isso deve ter acontecido há uns vinte anos. Duvido que Morfin tenha sobrevivido tanto tempo.
- Não com toda essa bagunça genética e certamente Azkaban não foi nada gentil com ele. - eu ponderei, olhando o mesmo livro. Morfin tinha data de nascimento, mas não uma de morte. - Ele já deve estar morto a esta altura. Ele foi condenado pela morte de Tom Riddle pai.
- E se estiver lá? - Anabelle perguntou, ansiosa. Electra sacudiu a cabeça:
- Não vai. E se estiver, daremos um jeito. - ela soou displicente, mas eu sabia que ela já devia ter pelo menos metade de um plano traçado caso Morfin estivesse vivo.
- O que sabemos é que Morfin era um homem muito agressivo, provavelmente por causa dos casamentos dentro da própria família. - eu olhei os demais, que acenaram com a cabeça. - Então, se ele estiver vivo, o que eu duvido que esteja, pois já se passaram mais de trinta anos, teremos que lidar com um bruxo louco e agressivo.
- Eu lidei com Walburga por anos. Vai ser fácil. - Sirius fez um aceno de descaso, arrancando uma risada divertida de Electra. - Então, já sabemos que está no casebre Gaunt, que fica em…? - ele olhou Aric.
- Perto de Little Hangleton. - o Nott respondeu. - Fica no caminho para a casa da minha família. - ele soou sombrio. - E se o Lorde das Trevas tem laços lá, pode ser que mantenha algum tipo de guarda sobre o lugar.
- Acho que ele não manteria nada ali. - Pontas sacudiu a cabeça. - Ele convenceu a todos que tem sangue puro. Jamais deixaria que suspeitassem que tem um pai trouxa e vem uma família bruxa que se perdeu em pobreza e loucura por incesto.
- Além do mais, quem mais sabe que o nome dele é Tom Riddle? - Remus concordou. - Todos o conhecem pelo nome que escolheu.
- Acho que ele deixará tudo sob os panos. Ninguém sequer sabe quem são os Gaunt. - Lily ponderou. - Iremos até o casebre, mas talvez seja sensato irmos disfarçados.
- Vamos mandar um grupo. Não vamos todos. - Evan lembrou. - Outra parte ficará aqui, esperando para destruir a Horcrux.
- Certo. Mas vamos ter que esperar um pouco. - Electra lembrou, delicadamente. - Todos fomos muito afetados desta vez. Vamos deixar o ano passar e, espero, que o Lorde das Trevas nos deixe um pouco de lado. Ele não pode desconfiar do diário.
- Ele não vai. - Evan acenou com a cabeça. - Ele não tem ideia do que sabemos. E eu refiz o feitiço no cofre. Fique tranquila quanto a isso. - ele olhou a neta com carinho.
- Vamos nos preparar com calma durante esse período de feriados. - Regulus sugeriu. - Não vamos sair por um tempo. Depois organizamos a equipe que vai, a que fica de prontidão e a que ficará.
- Certo. - Cygnus concordou. - Eu fico e acho melhor o Alvo ficar de fora dessa também.
Al fez careta, mas acenou com a cabeça concordando.
- Nós vamos ficar por aqui, preparando outras coisas. Como andam as coisas para o mandala da sua irmã? - Al olhou o melhor amigo, que fez careta:
- Andando lentamente, mas andando. - ele olhou Els, azedo. - Você me deu uma tarefa muito difícil.
- Quer trocar? - ela respondeu, seca. Cygnus sacudiu a cabeça:
- Merlin, não. Fico com o mandala. - ele respondeu, rápido. - Está andando, mas consigo encaixar mais um projeto. O que precisa? - Cygnus olhou Al, que suspirou:
- Bells está trabalhando na tintura comigo, mas preciso de uma mão a mais naquela poção que ele colocou na caverna. Eu tenho uma lista de características que James me deu, - Al respondeu. - mas é uma lista bem furreca e, sinceramente, preciso de muita ajuda.
- Eu posso ajudar. - Lily se voluntariou. - Meu projeto com o Fidelius já foi resolvido. Estou livre para qualquer coisa. Deixe Cygnus com o mandala, que é um pesadelo por si só. Eu fico com essa poção.
- Enquanto isso também precisamos decifrar a maldição que ele colocou no anel. - Aric lembrou. - Antes de irmos, precisamos ter uma boa ideia. Depois me deem detalhes do efeito dessa maldição e eu vou ver o que descubro. - ele olhou para mim e, quando eu concordei, ele se virou para Pontas. - Você, por um acaso, teria uma ala de Magia Negra?
- Só de contra-feitiços. - Pontas fez careta. Electra resmungou:
- Se eu tiver a chance, eu vou tomar Grimmauld Place. - ela jurou. - Sua biblioteca é excelente, Pontas, não me entenda mal, mas faltam coisas.
- Não tenho culpa se a minha família não é fã de magia negra. - Pontas ergueu as mãos, na defensiva. Electra revirou os olhos:
- Eu não sou fã, porém precisamos saber com o que estamos lidando. E para isso, livros que criam esse tipo de magia para podermos saber como se comportam. - ela explicou, pacientemente, se virando para Regulus em seguida. - Conseguiu pegar alguma coisa?
- Só a lista que você me deu. - ele disse, jogando uma bolsa simples sobre a mesa, que fez um barulho alto demais. - Eu nem organizei. Só enfiei ali dentro. - Reggie olhou Els, que pareceu satisfeita:
- É suficiente. Pontas, sua biblioteca agora terá uma pequena área de magia negra. - ela disse, alegremente, puxando a bolsa para perto e começou a tirar livros antigos, com aparência peculiar (alguns até macabros), mas nenhum deles parecia assustar a garota. - São horríveis, mas são úteis. - ela explicou. - Este, por exemplo, explica exatamente como se faz uma horcrux. - Electra ergueu o livro preto, sem título na capa, mas com aparência bem antiga.
- Eu fiz cópia de todos eles e os coloquei no lugar. - Regulus disse, soando orgulhoso de si mesmo. - Ia ficar muito suspeito se o único livro que fala de Horcruxes desaparecesse junto comigo.
- Perfeito. - Sirius deu tapinhas no ombro do irmão mais novo. - Menos chances de termos alguém no nosso pé.
- Vou ajudar você com essas coisas. - Evan se voluntariou. - Sugiro que Reggie, agora, seja treinado para batalha. Ele ainda é quintanista e faltam alguns conceitos simples.
- Vamos manter nossos dias de treinamento, Reggie só terá alguns a mais. - Sirius respondeu. - Vai ter que correr para estar no nível mais avançado, Regulus.
- Não tenho que fazer prova, então tudo bem. - Regulus sacudiu os ombros magricelas. - Posso focar nisso.
- Então: Electra e James ficam com a Runa. - Remus começou a enumerar. - Cygnus tem a mandala. Anabelle, Alvo e Lily ficam responsáveis pela tintura e a poção da caverna. Aric e Regulus podem ficar procurando essa maldição nestes livros. - ele apontou a pilha razoável sobre a mesa. - Então sobra eu, Pontas, Evan e Sirius. Nós podemos tentar mapear as Horcruxes que restaram. Sabemos sobre o anel. Agora falta localizar exatamente o medalhão e, por último, a taça.
- Perfeito. - Electra soou satisfeita. - Vamos aproveitar então para começar nossas pesquisas. Al, já conversou com o Sr. Potter?
- Sim e ele me prometeu ajuda. - Al pareceu alegre.
- Minha mãe é excelente em feitiços de cura. Podemos ter umas aulinhas com ela. - Pontas sugeriu. - Demos sorte de Els saber tanto, mas haverá momentos em que talvez ela não esteja presente. Então, é melhor todos sermos treinados.
- Converse com ela. - eu pedi e ele acenou com a cabeça. - Tendo todas essas confirmações, vamos criar um cronograma de treinamento e pesquisa. Quando tivermos mais certeza sobre essa maldição do anel, vamos nos preparar para ir até lá e não antes disso.
- Já basta o diadema e o diário. - Cygnus disse, sombrio. - Não vamos piorar a situação.
Todos os outros concordaram, subitamente sérios, e nós nos dispersamos em pequenos grupos, para procurar o que nos tinha sido designado.
Eu, infelizmente, não tive desculpa alguma para levar Electra de volta para o escritório dela.
