A mudança para uma nova cidade, entrar na universidade, isso é muito estressante. Mas descobrir no primeiro dia que não havia dormitório vago para ela? Pior ainda.

Aparentemente, alguma falha no sistema deixou seu nome fora da lista de dormitórios. E agora, não havia uma única vaga aberta no campus. Francine queria chorar, mas ligar para a mãe e preocupá-los era a última coisa que ela queria fazer.

Então ela passou a noite inteira procurando soluções. Um membro do corpo docente apontou para um site onde os alunos que procuravam colegas de quarto podiam postar listagens e, por algum milagre, ela encontrou uma que parecia decente. A descrição era curta, mas direta.

A uma curta distância do campus. Apenas um quarto disponível. Não seja barulhento.

Não era exatamente o anúncio mais caloroso, mas não se olha cavalo dado nos dentes. Francine enviou uma mensagem, recebeu uma resposta curta e agora aqui estava ela.

Do lado de fora da porta do apartamento, seus braços doíam de carregar uma caixa pesada de livros e lixo sentimental enquanto sua mala cheia de roupas estava aos seus pés. Ela hesitou por um segundo antes de bater. No momento em que a porta se abriu, ela quase se arrependeu de toda a sua vida.

Um cara alto com cabelos pretos e longos, pele morena e olhos de pálpebras pesadas, quase mortos, olhou para ela. Sua presença era tão intimidante que seu primeiro instinto foi se virar e correr de volta pelo corredor. Mas ela congelou em vez disso, olhando para ele como um cervo pego pelos faróis.

"Com licença, er, Qiu está?" Ela conseguiu gritar, tentando o seu melhor para não parecer completamente apavorada.

Ele ergueu uma sobrancelha. "É ele. Quem diabos é você?"

Sua voz era profunda e áspera, seu tom afiado o suficiente para cortar. Francine hesitou.

"Eu sou Francine Second. Sua nova colega de quarto? Conversamos sobre o..."

Ele a cortou, coçando a nuca. "Oh. Certo. Eu não pensei que você estaria aqui tão cedo."

Se Francine não soubesse melhor, ela pensaria que Qiu estava reclamando. Mas, realmente, eram 7 da manhã. Se alguma coisa, ela deve tê-lo acordado.

"Então você precisa de ajuda com tudo isso?" Ele perguntou, gesticulando em direção à caixa em seus braços.

"Uh, sim, por favor." Ela disse, aliviada e surpresa por ele ter oferecido.

Ele agarrou a caixa com uma mão como se não pesasse nada, e ela o seguiu para dentro, arrastando a mala atrás dela. Ele colocou a caixa na mesa de jantar e chutou a porta atrás de si. O lugar era arrumado. Não impecável, mas mais limpo do que ela esperava. A mobília era simples, de cor escura e sem muito combinar, dando ao lugar uma atmosfera estranhamente masculina.

"O banheiro fica no final do corredor." Ele disse preguiçosamente, apontando para as portas. "Cozinha é ali. Não deixe sua tralha pela casa. E esse é o seu quarto."

Qiu gesticulou em direção a uma porta no final do corredor, e Francine o seguiu para dentro. O quarto era pequeno, mas arrumado. A cama estava nua, apenas um colchão e um travesseiro, mas estava limpa. Havia uma mesa e um pequeno armário também. Não parece que alguém já tenha ficado lá.

"De qualquer forma, não faça muito barulho. Eu não gosto de pessoas barulhentas." Ele murmurou, virando-se para sair.