Capítulo 9
Harry sentiu todos os pelos de seu corpo arrepiarem e seu coração acelerar dentro do peito, mas o intrigante era não entender se era de medo ou excitação, pois a criatura a sua frente emanava uma energia tão intensa e dominante que quase o fazia cair de joelhos a sua frente e se entregar. O gene alfa gritava silenciosamente pelo ar atingindo o ômega com força. O jovem manteve a varinha erguida apenas para enxergá-lo e poder olhar em seus olhos negros, mas não havia intensão alguma de atacá-lo. Não poderia, não conseguiria.
Snape, em sua forma verdadeira olhou para Harry com um misto de raiva, curiosidade e tesão. Seus instintos o impeliam para frente com vontade de esmagá-lo contra a parede, tanto de raiva por estar ali quando disse que não deveria ir, como pela excitação que seu corpo naquele estágio exibia sem pudor. Ao chegar próximo o suficiente estendeu a mão e tocou no rosto trêmulo do menino. Harry estremeceu com o toque, a pele da mão de Snape não era mais macia, estava dura, áspera e as unhas antes sempre aparadas agora o arranhavam com as garras, de leve para não perfurar sua pele, mas deixavam um pequeno rastro vermelho.
O ar ao redor ficou mais denso quando viu Snape dar mais um passo em sua direção. Era tão alto, tão forte. Harry ousou tocá-lo espalmando a mão em seu peitoral e fechou os olhos com a intensidade daquele simples toque.
Então era esse o poder da ligação de um Alfa e um Ômega destinados? Se era, Harry queria se entregar completamente e Snape podia sentir o quanto o menino desejava se dar naquele momento, naquele lugar. Harry fechou os olhos e tocou seu abdômen com os lábios beijando-lhe a pele rígida passando a mão pelo seu tórax e baixando pela cintura e quadril. Quando sua mão chegou ao membro extremamente rígido dentro da calça apertada Harry prendeu o fôlego por sentir a enormidade daquela parte, proporcional a fera a sua frente, mas ao contrário do que pensara não teve medo, teve desejo, um desejo que queimava por suas pernas e subia até seu próprio membro.
Snape sentia o quanto o menino estava excitado, o quanto ele queria foder ali mesmo naquele chão, se entregaria por completo ainda que não estivesse pronto e o professor estava a um fio de perder completamente o controle e se entregar a fera que se tornara. Um fio.
Mas aquele fio era o que o separava da irracionalidade de sua espécie. Da brutalidade que poderia acontecer naquele momento e mesmo sabendo que Harry era seu parceiro e que seu corpo pequeno se adaptaria ao seu grande pela magia de sua ligação, não queria infringir isso ao jovem, não quando havia uma ferida interna que ele precisava cuidar primeiro. Sexo naquela forma livre, com toda a magia Alfa liberta e sua forma verdadeira e inteira deveria ser deliciosa, mas só seria assim se ambos puderessem aproveitar tal sexo de forma totalitária. Antes de seu prazer pessoal havia sua obrigação com o bem estar de seu Ômega, ele tinha que priorizar o prazer do pequeno, só assim chegaria ao seu próprio prazer. Por isso antes que Harry conseguisse abrir o botão de sua calça o ergueu nos braços, era fácil já que o grifinório sempre fora pequeno perto dos seus costumeiros 1,85, agora com mais de dois metros e com músculos que jamais imaginou ter, podia erguê-lo com um único braço.
Harry parecia vidrado, seu corpo estava quente, suas pupilas dilatadas, suor escorria de seus cabelos bagunçados, as bochechas vermelhas e os lábios entre abertos. Lábios que Snape atacou ferozmente tomando cuidado para não machucá-lo com suas presas.
- Severus. – Gemeu Harry entre os beijos. – Eu quero você.
Ele queria, realmente queria, dava para sentir em seu corpo, em seus toques, em seu pênis duro cutucando seu abdômen, mas também podia sentir o receio dentro dele e a luta para negar aquele receio.
- Me fode. – Pediu o garoto gemendo. – Me fode agora.
- Ah Potter! – A voz saiu baixa e rouca causando arrepios que fez Harry jogar a cabeça para trás e gemer novamente. Snape podia explodir em gozo naquele exato momento só por vê-lo daquela forma. – Não. – Sentenciou segurando-o e o colocando no chão novamente. – Volte para seu quarto e me espere.
- Mas...
- Vá, agora.
Aquela era realmente uma ordem do Alfa, Harry sentia em seus poros. Apesar de haver a vontade de ficar e insistir em ser comido pela fera a sua frente, havia algo muito mais forte que o impelia a obedecer. Não houve dor como quando Zabini mandava em si, mas houve aquela magia que o fez recuar e sair da Sala Precisa.
Do lado de fora Harry respirou fundo sentindo a brisa gelada que vinha do corredor o ajudar a pensar. Uma vez longe da força tentadora do Alfa, podia colocar os pensamentos no lugar. Aos poucos enquanto caminhava de volta a seu quarto e controlava o corpo para que a ereção acabasse Harry pensava no que acabara de ver, Snape como a fera que era um Alfa. Era grande e assustador, mas para si era perfeito. Perfeito e lindo.
- Olha só quem achei perdido por aqui.
Harry foi retirado de seu devaneio pela voz que vinha do final do corredor, franziu a testa por um momento, mas logo identificou o dono daquela voz e apenas revirou os olhos dando-lhe as costas e seguindo seu caminho, no entanto mal deu três passos e uma mão segurou em seu ombro o virando deixando-o cara a cara com um dos alunos da Sonserina que zombaram de si nos primeiros dias em que viera para treino com Snape.
- Não me dê as costas quando estou falando com você.
- Não tenho nada para falar com você Lorn, nem mesmo te conheço e não faço questão. – Respondeu Harry desvencilhando-se das mãos do garoto.
- Você pensa que é muita coisa porque o mundo bruxo te vangloria, não é? – Continuou o sonserino puxando-o novamente para encará-lo, Harry fechou a mão em punho, raiva subia por suas veias. – Na verdade você não é mais do que um bosta.
- Deixa eu adivinhar, seus pais eram comensais da morte que agora estão presos em Azkaban e você me culpa por isso.
- É sua culpa!
- Não, a culpa é dos imbecis dos seus pais que se juntaram a Voldemort – Ao citar o nome do Lord das Trevas o menino a sua frente se encolheu e Harry soltou uma risada debochada que há muito tempo não dava. – Olha você se encolhendo ao ouvir o nome do mestre dos seus pais. E ainda quer vir tirar satisfação comigo. Você é um fraco que não vale a pena perder tempo.
Harry se virou novamente para ir embora, mas o sonserino estava consternado e dessa vez sacou a varinha, mas o grifinório sentindo-se inteiro e sem o poder de submissão sobre seu corpo sacou a sua com mais rapidez apontando para o meio dos olhos do garoto que os arregalou.
- Eu não sou mais um submisso de Zabini, o seu prato, como você mesmo me disse há uns meses, então cuidado com o que fala ou vai sentir o que o mestre de seus pais sentiram antes de eu o matá-lo.
O senhor Lorn engoliu em seco e aos poucos baixou a varinha enquanto a de Harry permanecia apontada para seu rosto. O grifinório trazia raiva em seus olhos, raiva não apenas do garoto idiota a sua frente, mas de si mesmo por ter se deixado ser subjugado por tanto tempo e assim aguentar calado insultos de pessoas como o senhor Lorn que não eram nada perante a todos os feitos que já fizera em nome do mundo bruxo, mas não mais.
- Você é apenas um idiota, Lorn. Nem vale a pena.
Harry deu as costas ao sonserino e seguiu seu caminho até seus aposentos onde ao entrar encontrou Snape o aguardando ao canto olhando a paisagem pela janela.
- Como? – Perguntou não entendendo como o professor já estava em seus aposentos.
- Pedi para a sala abrir uma passagem direta para cá.
Snape se virou e Harry pode ver que não havia mais nenhum traço da fera, apenas o professor em suas vestes habituais, os pés devidamente calçados e o sobretudo cobrindo o corpo que sua língua lambeu há poucos minutos. A lembrança o deixou com água na boca.
- Eu te falei que não deveria ir.
- Eu sei, mas...
- Deu lugar a sua curiosidade e imprudência. – Completou Snape se aproximando atéficar diante do jovem.
- Desculpe.
- Eu poderia tê-lo machucado.
- Você me disse que um Alfa destinado nunca machucaria seu Ômega, porque isso infligiria uma dor imensa no próprio Alfa.
- Sim, mas eu nunca fiquei daquela forma na frente de um Ômega, não sabia como seria minha reação. – Explicou acariciando a bochecha de Harry. – Alfas só ficam daquela forma para uma luta ou para reprodução. Se não me controlasse poderia tanto te bater como te foder... Violentamente.
Harry engoliu em seco e sentiu o estômago revirar, piscando os olhos para afastar as imagens que vinham sem sua permissão escolheu fugir daquele assunto.
- Você disse reprodução?
- Nós temos a habilidade de procriação, Potter. Mesmo os dois sendo homens. Essa informação está em um dos livros que te dei para ler e que você obviamente ainda nem abriu. – Zombou se afastando e sentando-se na poltrona antes de com um aceno de varinha acender a lareira. Harry se aproximou e ao invés de se sentar na outra poltrona, sentou-se no colo de Snape que não o negou.
- Existem Alfas mulheres?
- Não, só homens trazem esse gene, pois além do fato reprodutivo, em uma batalha por um Ômega é necessário se ter muita força física e mulheres são mais fracas biologicamente trazendo assim uma vantagem ao Alfa masculino. Não seria equilibrado, nem justo.
- Você tem ficado daquela forma toda vez que vai para a sala precisa?
- Sim.
- Como você faz para ficar daquela forma?
- Me liberto de todo o controle que tenho, me ligo apenas ao instinto Alfa e deixo meu corpo trazer à tona a força da minha espécie. Deixo a magia tomar conta de mim e me transformar. Sei que não é bonito, mas será necessário para a luta.
- É lindo. – Disse Harry passando a mão nos cabelos de Snape. – Eu fiquei com medo quando te vi, mas depois não, fiquei com vontade de ficar lá com você. Você estava grande, forte, lindo.
- Lindo? Como uma fera pode ser linda, senhor Potter? – Questionou Snape com um sorriso brincalhão nos lábios.
- Estava para mim. Eu... Eu queria...
- Que eu te fodesse ali mesmo naquela forma. – Harry sentiu um comichão na virilha ao ouvir Snape falar daquela forma e se aproximou deixando o homem beijar-lhe a pele do pescoço bem em cima da marca que Zabini deixara em si. – Eu bem poderia, seria delicioso.
- E por que não fez?
- Porque você não estava pronto para me receber dentro de você, não daquela forma.
- Era tão grande. – Gemeu Harry passando a mão pelo tórax dele, tentando desabotoar o sobretudo.
Snape podia sentir que a cada instante, a cada toque a mais Harry ia perdendo um pouco do receio que sentia dentro de si e o Alfa ansiava muito pelo momento em que não houvesse medo por parte de seu Ômega, pois seu desejo de se juntar a ele era enorme, intenso e quase o levava a loucura. Mas Severus Snape sempre fora conhecido por seu controle, por isso aquela vontade não o dominava por completo, ele conseguia se segurar e respeitar o momento do mais jovem. E naquele momento sabia que Harry precisava de um passo a mais, algo que o satisfizesse e o deixasse acalentado.
Harry deu um gritinho de surpresa quando Snape o segurou com força e se levantou da poltrona virando-se e o depositando sentado onde estava. O menino ofegou ao assistir o mestre de poções abrir lentamente cada um dos botões de seu sobretudo, uma lentidão que o deixava louco e fazia apertar os dedos no braço do móvel. As esmeraldas agora grandes e brilhantes acompanharam a peça de roupa do homem cair ao chão e os mesmos dedos longos postarem-se nos braços da poltrona antes dele se aproximar e tomar sua boca em um beijo quente e ardente, então levar os lábios para seu pescoço arranhando a pele com os dentes.
O grifinório gemeu sentindo a mão atrevida por baixo de sua camiseta se achegando ao mamilo já intumescido, sua boca se abriu e seus olhos fecharam deixando-se sentir o prazer daqueles dedos apertando aquela parte tão sensível. Postou uma mão nos cabelos negros e o puxou de leve enquanto os lábios desciam por seu corpo e chegavam a seu umbigo. Snape se ajoelhou a sua frente e olhando sedutoramente para o garoto desceu suas mãos pelas coxas arranhando-as de leve sobre a calça até chegar aos joelhos onde pressionou fazendo Harry abrir as pernas e então se acomodou no meio delas. Levou as mãos as costas dele e o puxou para roubar um beijo rápido antes de descer os lábios novamente, dessa vez os levando diretamente para cima da ereção dura dentro de suas calças.
- Severus! – Gemeu Harry voltando a puxar os cabelos negros do mais velho. – Por Deus, Severus.
- Isso, Harry, diz meu nome. – Pediu erguendo-se e levando uma das mãos aos cabelos revoltos, o puxando de leve para erguer a cabeça do grifinório enquanto a outra trabalhava no botão e zíper da calça dele. – Diz meu nome.
- Severus...
- De novo. – Pediu ao conseguir enfiar a mão dentro da calça aberta e apertar o pênis ainda escondido pela cueca. – Quero ouvir você gemer meu nome.
- Se... Oh, Deus. Severus! – Harry abriu a boca gemendo quando a cueca foi baixada liberando o membro duro do jovem devidamente segurado pela mão de Snape.
- É quente. – Disse Snape em seu ouvido causando mais um gemido. – Vamos ver se esse pau é também gostoso como parece.
Sem cerimônias Snape se abaixou e abocanhou o pênis de Harry em seus lábios deixando sua língua saborear o doce sabor de seu pau duro e já babado com o pré gozo que saia de sua cabeça rosada. Harry estremeceu e se contorceu na poltrona. Jamais tivera um prazer como aquele. Zabini nunca tocara em seu membro, sempre era apenas a vontade dele a prevalecer. Servira apenas como um buraco onde ele se aliviava, fosse por cima ou por baixo, só o que Harry era para aquele Alfa dominante era um local onde se aliviar. Agora era completamente diferente, Snape, um Alfa poderoso e adulto estava ajoelhado perante a si com seu pau na boca, lambendo-o, saboreando-o por completo sem se fazer de rogado. Ele estava lhe dando prazer sem pedir nada em troca além dos gemidos que rasgavam sua garganta.
Aquilo era mágico, era perfeito e era intenso.
Snape por sua vez achava que gozaria em suas calças só de ver o prazer no rosto do seu ômega. Queria dizer a ele como aquele pau era delicioso e que queria ficar ali chupando o mastro e enfiando as bolas em sua boca até que não houvesse amanhã. Sua língua passava do meio dos ovos até a cabeça babada e voltava sorvendo cada gota que escapava. No entanto, seu gozo ficaria guardado até que Harry chegasse ao seu ápice, pois aquele momento não era seu, era dele. Queria que ele chegasse ao momento desejado, que se despejasse em sua boca.
- Severus!
O aperto forte em seus cabelos denunciou a Snape que o mais jovem estava prestes a gozar, por isso apertou a mão na base do pênis e aumentou a pressão com seus lábios chupando cada vez mais rápido até que sentiu a mão de Harry puxar sua cabeça levando seu pau até sua garganta. Seu nariz enterrado no pequeno monte de pelo castanho sentia o odor inebriante dele enquanto seus ouvidos deliciavam-se com o som dos gemidos altos que saiam da garganta ao mesmo tempo que a sua recebia o gozo farto.
O jovem grifinório quase gozou novamente ao olhar para Snape e o ver se erguendo e seu pau saindo aos poucos de dentro da boca agora brilhando pelo molhado. Seus olhos piscaram com força, os óculos estavam embaçados pelo suor que escorria de sua testa, a respiração completamente descompensada. Sem conseguir dizer nada apenas observou Snape passar um dedo pelo canto do lábio onde uma gota escapava e levá-la de volta para sua língua e então o homem se erguer e se aproximar encostando a testa na sua fechando os olhos por um momento. Harry que ainda tinha a mão enterrada nos cabelos negros a levou até a bochecha do homem e a acariciou.
- Obrigado. – Sussurrou antes de o puxar para um beijo.
Podia sentir seu próprio gosto na língua dele, mas não se importava, queria sentir a paixão que o Alfa depositava em cada mínimo ato. Snape o beijava delicadamente, devagar e com carícias em seu rosto. Separaram-se apenas quando os corpos precisaram de ar.
- Devo dizer, o senhor é muito gostoso, senhor Potter. – Disse Snape usando a varinha para limpar e guardar o membro de Harry de volta a calça.
- Provavelmente não tanto quanto você. Me deixe senti-lo.
- Hoje não. Tenho que dar aulas e você tem treinamento com McGonagall. - Snape deu um novo beijo em Harry e se levantou indo em direção a porta. - Nos vemos no almoço.
Harry não tinha forças nem mesmo para responder, apenas assentiu e sorriu vendo-o ir embora.
