Edward
Eu ainda estava na cozinha, tentando recuperar o fôlego, tentando encontrar algum resquício de controle, mas era inútil.
O gosto dela ainda estava nos meus lábios. O cheiro dela ainda estava na minha pele. E o calor do seu corpo ainda queimava o meu. Passei as mãos pelos cabelos, soltando um suspiro pesado.
Os últimos dias foram um jogo perigoso. Um equilíbrio instável entre aproximações sutis e fugas desesperadas. Eu sabia que ela queria resistir. Bella sempre foi orgulhosa, sempre teve essa necessidade de se proteger. Mas o que aconteceu agora? Isso foi a prova definitiva de que não havia mais volta para nenhum de nós.
Eu senti o jeito como ela reagiu ao meu toque, como seu corpo respondeu ao meu sem hesitação. Não havia incerteza ali. Havia necessidade. E isso… me destruiu. Porque, por anos, eu tive que me convencer de que Bella não me queria mais. Que ela não sentia minha falta.
E agora eu sabia a verdade. Ela nunca deixou de me querer. A raiva queimou no fundo do meu peito, uma raiva antiga, amarga, que não era direcionada a ela, mas ao homem que nos separou. Edward Cullen. Meu próprio pai.
Eu apertei a mandíbula. Se ele não tivesse interferido, se não tivesse manipulado tudo… Quantos momentos como esse eu teria vivido ao lado dela? Quantas vezes eu poderia ter segurado Chloe em meus braços antes? Quantas noites eu teria tido Bella ao meu lado? Eu teria estado lá quando sua barriga começou a crescer, quando ela descobriu que esperava uma menina, quando chegasse a hora de conhecê-la.
A verdade era um peso sufocante. Eu perdi mais de dois anos. Dois anos da vida da minha filha. Dois anos longe da mulher que sempre foi minha. E agora, eu não estava mais disposto a perder nada.
Bella podia tentar fugir de novo. Podia fingir que isso não aconteceu. Mas eu vi. Eu senti. E agora, nada mais poderia me convencer do contrário. Minha respiração estava mais estável quando olhei em direção ao corredor, onde ela havia desaparecido. Ela foi até Chloe, e eu sabia que sua prioridade sempre seria nossa filha.
Mas e quando Chloe dormisse? E quando Bella estivesse sozinha com seus próprios pensamentos? Eu sabia a resposta. Ela pensaria em mim. No que aconteceu na cozinha. No que quase aconteceu. E no que inevitavelmente vai acontecer. E eu sabia porque, comigo, seria a mesma coisa.
Não resisti ao impulso de subir as escadas e observá-las no quarto. Eu não sabia quanto tempo ainda tinha antes que a família inteira dela entrasse pela porta da frente, então, iria aproveitar.
Bella estava sentada na cama, com as costas apoiadas em um monte de travesseiros, com a nossa filha aconchegada em seu peito. Era a segunda vez que eu via, mas tinha certeza que nada poderia ser mais bonito que Bella amamentando Chloe. Elas ficavam em uma bolha só das duas, como se fosse impossível perturbá-las. Com muito cuidado para não atrapalhar a cena cinematográfica na minha frente, ergui o celular e registrei o momento.
Pouco tempo depois, Chloe estava dormindo e Bella a arrumou na cama, antes de olhar para a porta e perceber que eu ainda estava ali.
— Ei, não te vi aí. Venha cá, Edward.
Entrei no quarto, praticamente na ponta dos pés, tentando não fazer nenhum barulho. Um pensamento passou pela minha mente e, antes que eu pudesse controlar, fiz a pergunta.
— Por que ela não dorme em um berço?
Bella pensou por um segundo, como se tivesse sido pega de surpresa.
— Não tem uma explicação, realmente. Ela até tinha um berço, ficava ali — apontou para a parede debaixo da janela — mas todas as noites eu acabava trazendo para a minha cama, até que se tornou nossa cama, então eu vendi e dormimos juntas desde então.
Novamente, a conta de quantos momentos perdi estava rodando na minha cabeça. Eu poderia ter dormido com elas, feito com que Chloe se sentisse segura quando tivesse um pesadelo ou ficasse doente, como agora, abraçado a minha filha até dormir… Tantas coisas que foram perdidas.
Enquanto a luz do entardecer se infiltrava por uma fresta da cortina que cobria a janela, nossos olhares se encontraram de uma forma que dizia mais do que qualquer palavra.
A determinação que me movia, aquela que queimava com a fúria dos anos desperdiçados, agora se transformava em uma vontade pura de reconciliação. Eu sabia que o caminho não seria fácil, que as cicatrizes do passado ainda doíam, mas, ali, ao lado delas, eu sentia que poderíamos reconstruir tudo.
— Eu estou aqui, Bella. E não vou mais partir — disse, fixando meu olhar nos dela, como se, naquele momento, pudéssemos selar o destino que ambos havíamos ansiado por mudar.
*O*O*O*O*O*O*O*O*O*O*
Novamente, Bella havia adormecido ao lado de Chloe e eu fiquei no quarto, como um maníaco. Eu só poderia imaginar o quanto ela estava cansada, mas queria poder dividir essa carga com ela. Eu queria ser o pai da minha filha, não apenas alguém com quem ela se divertia vez ou outra.
Entretanto, dessa vez, ela não dormiu bem. Eu ouvi sussurros durante seu sono, com meu nome sendo dito em meio a outras palavras sem sentido. Depois do que aconteceu na cozinha, depois de sentir o corpo dela tão entregue ao meu, Bella não poderia simplesmente ignorar o que aquilo significava. Eu conhecia a forma como ela lidava com as coisas – se fechava, evitava, tentava se convencer de que podia controlar os próprios sentimentos. Mas não dessa vez. Dessa vez, ela sabia que não havia mais volta.
O cheiro do café se espalhou pela cozinha enquanto eu girava a colher na xícara, sem realmente prestar atenção no que fazia. Eu provavelmente não deveria ter mexido nas coisas sem a presença dela, mas minha mente ainda estava presa no toque da pele dela, na forma como seu corpo reagiu ao meu, na maneira como ela me beijou com uma intensidade que me consumiu inteiro, e eu precisava de uma distração.
E, agora, eu estava aqui. Tomando café na casa dela. Esperando.
Quando Bella finalmente apareceu na cozinha, já era noite, e senti algo se prender no meu peito. Deveria ser assim em todos os dias. Na nossa casa. Ela tinha trocado de roupa e usava uma calça de moletom e uma blusa larga, os cabelos bagunçados pelo travesseiro, as marcas do sono ainda visíveis. Mas o que realmente chamou minha atenção foram os olhos.
Ela parecia diferente. Ainda carregava a luta interna, o medo, as barreiras que construiu para se proteger… Mas, por baixo disso tudo, havia outra coisa. Algo mais forte.
— Você está fazendo café? — ela perguntou, a voz um pouco rouca do sono.
Era ridículo o quanto até isso mexia comigo.
— Bom dia pra você também — provoquei, arqueando uma sobrancelha, embora já passasse das seis da tarde.
Ela revirou os olhos, mas um pequeno sorriso apareceu. E por um instante, fomos apenas nós dois. Como se o tempo não tivesse arrancado anos de nós.
— Bom dia — respondeu, pegando a xícara que ofereci — Isso vai garantir que eu fique acordada à noite.
Observei enquanto ela bebia o café em silêncio, tentando decifrar o que se passava na sua cabeça. Quando colocou a xícara de volta na bancada, eu não esperei mais.
— Bella, precisamos conversar sobre o que acontece agora.
Ela paralisou por um instante.
— Agora?
— Sim. Sobre Chloe. Sobre nós.
Seus olhos encontraram os meus, e eu pude ver a batalha interna acontecendo ali.
— E o que exatamente você quer dizer com "nós", Edward?
Soltei um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos.
— Eu quero fazer parte da vida da nossa filha, mas não vou mentir… — fiz uma pausa, escolhendo as palavras. — Eu quero mais do que isso.
O impacto das minhas palavras atingiu Bella em cheio. Eu vi no jeito como ela prendeu a respiração, como seu olhar se fixou no meu por tempo demais antes de desviar.
— Edward…
— Você pode tentar negar o quanto quiser, Bella, mas eu sei o que aconteceu. Eu senti. E você também.
Ela fechou os olhos por um instante, como se tentasse afastar o peso da verdade.
— Eu só… Eu não sei como fazer isso.
— Então deixa eu te mostrar.
Eu me aproximei um pouco mais, sentindo sua hesitação, mas também algo muito mais forte do que isso. O ar entre nós se carregou de eletricidade, os corpos próximos demais, os olhos fixos um no outro.
E então a porta se abriu.
— Bella?
Jacob. Ouvir a voz dele foi o suficiente para fazer o ar ficar pesado.
O instinto de proteção tomou conta de mim instantaneamente. Não porque eu o via como uma ameaça física, eu mal lembrava da sua agressão agora, mas porque eu sabia que ele achava que tinha algum direito sobre ela e sobre minha filha. Os olhos de Jacob pousaram em mim, e o silêncio que veio a seguir foi carregado de uma tensão quase palpável.
— O que ele está fazendo aqui? — a voz dele veio dura, desafiadora.
Antes que Bella pudesse responder, eu me adiantei.
— Eu estou aqui porque preciso estar, Jacob.
A mandíbula dele se contraiu e ele se virou para Bella.
— Depois de tudo o que aconteceu, você vai simplesmente aceitá-lo de volta?
Eu senti o sangue ferver e chamei sua atenção novamente.
— Eu não simplesmente fui embora, Jacob. Seu problema é que você sempre acha que sabe o que é melhor para Bella. Mas, adivinhe só? Você não sabe.
Jacob deu um passo à frente, e eu já me preparava para revidar quando Bella entrou no meio, com as mãos erguidas.
— Chega! Nenhum de vocês vai transformar isso em uma briga. Isso não é sobre orgulho ou alguma rivalidade estúpida entre homens. É sobre Chloe, e ela está dormindo lá em cima.
Jacob respirou fundo, me ignorando completamente enquanto olhava para Bella.
— Eu só não quero te ver se machucar de novo.
Ela suavizou a expressão.
— Eu sei, Jake. Mas essa escolha precisa ser minha.
Ele nos olhou por um longo momento antes de soltar um suspiro derrotado.
— Espero que você saiba o que está fazendo.
E então, sem dizer mais nada, ele saiu da casa. O silêncio ficou. Bella suspirou pesadamente e passou as mãos pelo rosto.
— Isso vai acontecer muitas vezes, não vai?
Eu dei um meio sorriso.
— Acho que sim.
Ela riu de leve, mas o riso logo morreu quando percebeu que eu ainda estava ali, olhando para ela como se nada mais importasse.
— Edward…
— Eu ainda quero te mostrar.
— O quê?
— Como fazer isso.
Eu dei um passo à frente e toquei seu rosto com as pontas dos dedos, sentindo sua pele quente. Ela não recuou. Meu polegar traçou um caminho leve pelo contorno do seu rosto, e Bella fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Quando os abriu de novo, tudo estava ali. O desejo. A saudade. A inevitabilidade.
— Você me quer, Bella.
Ela engoliu em seco.
— Eu não deveria…
— Mas quer.
Minha mão deslizou para sua nuca, puxando-a levemente para perto. Seus lábios estavam a centímetros dos meus.
— Me diga para parar — sussurrei contra sua boca.
O silêncio dela foi a minha resposta. E então, eu a beijei. Não como da última vez, quando ainda havia hesitação. Agora, eu sabia que ela não resistiria. O gosto dela tomou conta de mim no mesmo instante, e Bella se agarrou à minha camisa, como se o tempo perdido precisasse ser compensado naquele momento.
Eu a levantei pela cintura, sentindo suas pernas envolverem meu corpo, e a pressionei contra a parede. Como se nada tivesse mudado e estivéssemos em uma continuação da cena da hora anterior. Um gemido escapou dos seus lábios quando minha boca seguiu um caminho pela sua mandíbula, descendo até seu pescoço.
— Edward… — sua voz saiu baixa, carregada de desejo. Eu estava perdido.
Fechei os olhos, segurando o controle que me restava. Ela me queria. Ela nunca parou de me querer. E agora, não importava mais quanto tempo tínhamos perdido. Eu ia fazer valer cada segundo dali em diante.
Mas, em um segundo… Tudo mudou de novo. Eu senti quando ela hesitou. Quando o mundo real invadiu o momento e trouxe de volta todos os medos e inseguranças.
Bella afastou o rosto alguns centímetros, ainda sem coragem de soltar meu corpo por completo. Seus olhos encontraram os meus, e eu vi o conflito ali.
— Isso… Isso não pode acontecer assim — sua voz saiu num sussurro.
Eu fechei os olhos por um segundo, tentando acalmar a onda de frustração que percorreu meu corpo.
— Bella…
— Não, não é isso — ela respirou fundo, como se estivesse lutando contra os próprios instintos — Edward, eu preciso pensar.
Bella ainda estava colada ao meu corpo, a respiração acelerada, as mãos firmes na minha nuca. Meu peito subia e descia em um ritmo descompassado, enquanto minha mente tentava processar o que acabara de acontecer. O gosto dela ainda estava nos meus lábios. O calor do seu corpo ainda queimava contra o meu.
Com um esforço quase físico, soltei suas pernas da minha cintura e deixei que ela recuperasse o espaço entre nós. Bella abraçou o próprio corpo e desviou o olhar.
— Eu não posso simplesmente me entregar a isso.
Minha mandíbula se contraiu. Eu estava ficando cansado desse jogo.
— Bella, por que você insiste em lutar contra o que já sabe que é real?
Ela soltou uma risada sem humor, balançando a cabeça.
— Porque é assustador! Porque, e se eu me permitir sentir tudo de novo, e isso acabar outra vez? E se você for embora de novo, Edward? Eu quero você, nada mudou, mas eu não posso simplesmente esquecer do que aconteceu.
Ela ergueu os olhos para mim, e eu vi a verdade crua neles. Ela não estava fugindo porque não queria. Ela estava fugindo porque queria demais. Soltei um suspiro e passei as mãos pelos cabelos, tentando encontrar as palavras certas.
— Eu entendo que você tenha medo — minha voz saiu mais calma agora. — Mas você acha que eu não tenho?
Ela franziu o cenho, surpresa pela confissão.
— Eu passei esses anos acreditando que você me apagou da sua vida — continuei — Me convenci de que tinha perdido tudo. E agora, eu descobri que a verdade era muito pior. Eu não te perdi porque você quis… Eu te perdi porque alguém escolheu por nós.
Bella engoliu em seco.
— Eu não sei como recomeçar, Edward.
— Então não pense. Apenas… Deixe acontecer.
O silêncio pairou entre nós. Eu podia ver o conflito em seu rosto, mas também vi quando uma pequena parte dela quis ceder. E, naquele momento, isso foi suficiente.
— Eu vou te dar tempo, Bella. Mas entenda uma coisa. — dei um passo à frente, fazendo com que ela olhasse diretamente para mim — Eu não vou a lugar nenhum. Nunca mais.
Suas pupilas dilataram, e ela prendeu o lábio inferior entre os dentes. Maldito seja o meu autocontrole.
Eu queria tomá-la nos braços outra vez, sentir sua pele contra a minha, apagar qualquer dúvida que ainda restasse. Mas eu sabia que precisava deixá-la respirar. Bella assentiu lentamente, sem dizer nada.
— Mostre o presente quando Chloe acordar. São laços para ela e para o pônei, combinando.
E então, com um último beijo em sua testa, eu saí da casa e fui para o carro. Mas, no fundo, eu sabia. Essa batalha já estava vencida. Agora, só restava a ela perceber isso.
O caminho de volta para casa foi silencioso. Minha mente ainda estava presa a Bella, revivendo cada segundo do que aconteceu. O gosto dela. O jeito como seu corpo se moldou ao meu, como se nunca tivesse esquecido o encaixe perfeito. E, acima de tudo, o medo em seus olhos quando percebeu que queria mais do que estava disposta a admitir. Soltei um suspiro pesado quando estacionei o carro na garagem.
Assim que entrei, encontrei Rosalie e Emmett no sofá da sala. Eles estavam totalmente habituados à casa. Emmett estava jogado de qualquer jeito, com uma cerveja na mão, e Rosalie, ao seu lado, tinha os pés apoiados nele, zapeando os canais da televisão sem muito interesse.
Os olhos de Emmett se estreitaram assim que me viu.
— Lá vem ele, o homem que sai pra ver a ex e volta parecendo que correu uma maratona — ele debochou, dando um gole na cerveja.
Rosalie ergueu os olhos, analisando meu rosto com um olhar muito mais afiado.
— Você viu a Bella?
Joguei as chaves sobre a mesa e passei as mãos pelo rosto.
— Eu fui ver a Chloe — disse, e não era totalmente uma mentira — Então, sim, também vi Bella.
— E? — Emmett incentivou, batendo na almofada ao lado dele.
Soltei um suspiro longo antes de me jogar no espaço livre no sofá.
— E… Eu beijei ela.
Os olhos de Emmett se arregalaram por um segundo, antes de ele soltar uma gargalhada alta. Ah, se ele soubesse.
— Eu sabia! Você tá com essa cara de quem viu Deus e voltou!
Rosalie, por outro lado, não parecia tão impressionada. Apenas cruzou os braços e estreitou os olhos para mim.
— E como ela reagiu?
Inclinei a cabeça para trás, encarando o teto.
— Ela não me afastou. Mas depois… entrou em pânico.
Rosalie assentiu devagar, como se já esperasse essa resposta.
— Ela é orgulhosa, Edward. E o que aconteceu entre vocês… Foi difícil.
Minha mandíbula se contraiu e eu me controlei para não despejar a raiva nela.
— Você acha que eu não sei disso? Eu estou tentando, Rose. Mas não sei o que mais posso fazer.
— Continue tentando — ela deu de ombros — Mas não force nada.
Eu tinha forçado as coisas hoje? Não sabia dizer. Emmett fez uma careta com as palavras dela.
— Cara, você está fodido. Isso vai levar uma eternidade.
Rosalie revirou os olhos e deu um tapa no braço dele.
— Ele não tem escolha. Se quiser Bella de volta, precisa fazer do jeito dela.
Fiquei em silêncio por um momento, absorvendo as palavras dela.
— Especialmente por Chloe — Emmett completou, mais sério — Você tem uma filha agora, cara. Eu sei que a Bella é o amor da sua vida e tudo mais, mas não esquece que a pequena também precisa de você.
Passei as mãos pelos cabelos, soltando um suspiro profundo.
— Eu sei, ela é a minha prioridade. Mas como faço pra recuperar o tempo perdido?
Emmett deu de ombros.
— Você não recupera. Só faz valer daqui pra frente.
Fiquei em silêncio, absorvendo aquilo. Eles estavam certos. Eu não podia mudar o passado, mas podia escolher o meu futuro.
E eu já tinha feito a escolha.
