Treino dos Clubes Esportivos - Iwake
Durante todo o trajeto até a cidade de Iwake, Karin não havia se mexido nem um centímetro sem prender a respiração. Se sentia desconfortável, o assento pequeno demais para comportá-la, além do fato que nas áreas onde sua pele estava exposta formigava com a atenção concentrada de certo alguém. Desde que percebeu os olhos verdes da ultima pessoa que queria sobre si ficou dura feito uma estátua de tanto nervosismo.
Que droga.
KARIN POV
Ele ainda estava me olhando. Sério, quanto tempo ele pretende fazer isso? É intimidante, desconfortável, além disso, nunca ninguém deutanta atenção assim pramim! Perdi a conta de quanto tempo estou virada pra janela. Minha bunda doía, minha perna direita já estava latejando equeria tanto esticá-la. Sem falar que o remédio finalmente fazia efeito. Minha testa pesava junto do familiar enjoo e suor frio. Ótimo, tudo o que eu precisava. Vomitar na frente dele.
- Oie.
Nani? Não... Ele não falou comigo.
- Sei que está me ouvindo.
Como se fosse possível fiquei mais rígida ainda. Antes que percebesse puxaram meu fone do ouvido. Isso me irritou. Detesto quando fazem isso e me endireitei no banco sem querer.
- Mas o que foi?
- Por que veio pra cá?
Ao encará-lo me arrependi tendo um pequeno dejavu. Escuros e divertidos, seus olhosme fitavam assimnasombra feita pela aba do boné. Era igual àquele dia... Acordei do transe e fechei o rosto. Isso o confundiu, mas não me importei.
- Não sei se é da sua conta.
Capitão do time e babaca. Eu ainda estava morrendo de raiva dele. Era infantil? Podia ser, mas nunca ia esquecer do que disse naquele dia. Toushirou apenas estreitou o olhar com isso e noteique tinha um leve desdém. Estremeci por dentro e o ignorei. Achei que havia acabado até um suspiro soar ao meu lado.
- Pelo jeito quando entrou aqui, cansada e afobada, eles te deixaram pra trás, não foi?
Me entalei. Como ainda fiquei calada ele continuou.
- Te fizeram correr atrás do ônibus.
Travei o queixo incomodada. O fitando de soslaio vi que segurou o riso e isso me deu raiva.
- E se for? Pelo ao menos não estou me escondendo.
Seu ar divertido sumiu ficando sério. Sorri por dentro.
- Isso com certeza não é da sua conta, Kurosaki.
Minha animação murchou.
Desviando o olhar, Toushirou se ajeitou na poltronafechando os olhos e vi que estava tenso e irritado. Enquanto a mim, fitei meus joelhos sentindo mais os efeitos do remédio, tontura e enjoo. Ele... Me chamou de"Kurosaki". Toushirou nunca me chamou pelo sobrenome, sempre dizia meu primeiro nome e... Tinha me esquecido disso.
Droga, por que fiquei animada (mesmo que me irritasse) por uma troca simples de palavras? Isso me deixava mal e encostei a cabeça na janela, pensando longe ao segurar a ânsia de vômito. Eu sou mesmo...
- Idiota.
- O que?
Bufei enfadada com o sussurro dele.
- Não foi você.
Apertei os olhos odiando esse remédio. Minha perna melhorava, mas o efeito colateral... Euparecia dopada. Me encolhi no banco escondendo o rosto com os braços. Agora tudo rodava, o barulho do motor e esse zumbido das garotas fofocando me deixavam mais tonta.
- Daijubou-ka?
Quem perguntou?Eu só quero chegar logo.
Sacudiram de leve meu ombro elevantando os olhosme surpreendi. Era Toushirou me observando confuso, sem aquela irritação.
- O que você tem?
- Nada.
Respondi quieta, que estranho. Desde quando ele se preocupava comigo? Até onde seisuaatitude indiferente era seu normal. Confusa me ajeitei pra mais perto da janela, ignorando seu ar exasperado.
- Deixe de ser teimosa.
- Já disse que estou bem, me deixa em paz.
Fechei os olhos outra vez. Droga, por que disse isso? Ah, porque esse cara me magoou muito. Melhor ficar quieta e agüentar essa tortura. Um silêncio incômodo pairou e arfeium pouco. Bem nesse instante uma ânsia de vômito me revirou e gemi. Ouvi uma expiração forte ao meu lado e um barulho me alertou. Ele estava se virando pra mim, chegando mais perto. Meu coração bateu a mil.
- Ei.
- Já disse que não quero sua ajuda!
Estalei estremecendointeira e ele suspirou alto outra vez. Invés de me deixar em paz, como qualquer pessoa a essa altura faria, ele se aproximou aindamais ao ponto que senti sua respiração bater no meu rosto. Mearrepiei inteira.
- Vamos esquecer só por um segundo que sou o capitão do time que odeia e você a gerenteque nos atormenta. Me diga o que tem.
Engoli em seco. Que autoritário, seu tom não dava brechas para negação. Entretanto, algo no modo como falou comigo me deixou cismada... Era sem familiaridade, com certa distância. Toushirou ainda estava pertinho de mim e não me deixava pensar nisso direito. Tonta, resolvi ceder.
- São meus remédios.
- O que?
Arfei mais forte.
- É o efeito colateral deles.
Silêncio. Ouvi ele se afastar de mim e me enrosquei numa bola de novo.
- Qual a duração?
- Ahn?
O encarei acima dos pulsos, havia enterrado o rosto neles e estranhei. Ele me olhava focado.
- Quanto tempo demora?
- Uma hora...
Desviando o olhar ele pensou um pouco.
- A viagem é mais que isso. – me fitou outra vez - Consegue dormir?
Estranhei a pergunta, mas neguei. Toushirou pareceu me ignorar um pouco, mas sentia que me olhava. Sem sombras de dúvidas foi esquisito. A mais longa conversa que a gente teve (na verdade a única) e tinha a sensação que estava deixando algo passar. Nesse momento, o ônibus entrou num longo túnel, o interiorficandoescuro e as garotas reclamaram da falta de sinal enquanto aqui o silêncio pairava mais uma vez entre nós. Estou esquecendo de alguma coisa, eu sinto isso.
Assim que a escuridão acabou, a algazarra voltou outra vez e escutei o cidadão se ajeitar no assento. Meu coração já agitado disparou de novo, o que ele queria agora?
- Acho que a gente ainda não se apresentou direito.
Arregalei os olhos. Não, não, não. Eu escutei isso?
- Sou Hitsugaya...
- Não precisa, sei quem você é.
O cortei fechando os olhos, de repente esgotada. Tentei me acalmarrespirando fundo e aceitar. Ele realmente não se lembra de mim, nem me reconheceu! Já desconfiava, mas ainda... Fui uma amiga tão esquecível assim? Me magoava com essa verdade. Um quase riso me tirou do devaneio deprimente e fiquei mais amuada.
- O que foi?
O olhei cansada, flagrando Toushirou sacudira cabeça e sorrir. Ele parecia agradavelmente surpreso.
- É a primeira garota nesse colégio que não quer me conhecer.
Porqueserá, baka?
- Pra tudo tem sua exceção.
Droga, tenho que parar com isso, mas segurar minha língua quando estou chateada é difícil.
- Ainda bem. É bom ficar ao lado de alguém normal pra variar.
Franzi a testa confusae olhei bem para o cara ao meu lado me surpreendendo. Ele realmente não se incomodou? Pelo contrário, enquanto ainda o fitava Toushirou devolvia o olhar de um modo gentil. Como...?Esse cara é mais frio que um iceberg, por que está agindo assim?
Reparando no meu espanto seus olhos estreitaram num ar incomodado.
- Qual o problema, Kurosaki?
- Nada. É só... diferente de você.
Ele não é assim, não desde que as aulas começaram, nem naquela época. A única vez que o vi desse jeito foi naquele fatídico dia e me apaixonei irremediavelmente. O que foi nada bom para nós dois. Desvieio olhar, tanto para o ignorar como pensar sobre isso. Tantofaz se estava me sentindo melhor com os efeitos do meu remédio sumindo. Demorei em notar que também estava sendo alvo de análise. Incomodada espiei de lado e não me enganei. Toushirou meobservava atentamente, com ar pensativo e sério. De repente, mesenti dissecada com esse olhar fixo e tentei relaxar. Ele franziu as sobrancelhas com isso e meu coração martelou.
- Kurosaki.
- O que?
Respondi de reflexo e quase mordi o lábio. Droga, agora não tinha desculpa pra ignorar. Se recostando melhor no assento, ele se virou um pouco para me olhar melhor, apenas me deixando mais nervosa.
- Já nos conhecemos?
- Não.
- Estranho...
Seu olhar se estreitou e dei os ombros colocando os headphones outra vez. Fingi procurar uma música no celular deixando claro que a conversa acabou. Não meimporto se ele não pegar a dica. Entretanto... Toushirou não só entendeu como também se sentiu mais a vontade pra me observar pelo tempo que quisesse. Até se ajeitou apoiando o cotovelo no braço no assento e descansar o queixo no punho. Vi tudo pelo reflexo da janela e segurei um suspiro agoniado.
KARIN POF
HITSUGAYA POV
Que garota interessante.
A olhando quieta, reparei que não queria mais conversar e segurei esse impulso louco. Já tinha invadido seu espaço o bastante, irritá-la demais é o mesmo que pedir por suas vinganças e sinto muito, não quero sentir como os outros. De todos em nosso time, eu fui o único até agora a sair ileso das encrencas dessa garota e confesso que me divertia um pouco com elas. No último jogo do intercolegial eu havia sido dispensado por causa do meu padrinho. Negócios da família e sou o acionista majoritário embora não tenha idade. Mas de todo o caso me livrei da vergonha que essa garota aprontou para o time.
Perdemos uma vaga importante na Copa de Inverno por sua causa, mas... os outros mereceram. Kurosaki (não me lembro do seu primeiro nome) era nossa gerente e enfermeira. Seus conselhos sobre condicionamento físico, melhoria de desempenho e noções táticas nos fizeram famosos em pouco tempo. Futebol de campo embora não pareça tem seus aspectos violentos e acredite, sem ela perderíamos nos primeiros jogos.
Pena que foi graças à própria que estamos fora do campeonato. Mas como disse, Zaraki Kenpachi foi o motivo. Eu não sei realmente o que aconteceu, mas Kurosaki o provocou e o homem a humilhou ainda mais. Dispensar os funcionários da limpeza e a obrigar a limpar o vestiário foi cruel. Os outros jogadores, principalmente Yami riram e filmaram esperando ela chorar, mas não aconteceu. Essa garota agüentou a humilhação de cabeça erguida e ainda se vingou.
Eu me sinto culpado, afinal, não intervim nem nada. Estava cheio deproblemas com Rikura e Hinamori, além de que a observando desde que acordei,notei uma coisa que já desconfiava. Baixei o olhar para suas pernasnuas pelo short curto e mesmo que não pudesse enxergar bem, vi que a direita tinha uma leve deformação. Quase imperceptível. Seja o que for, foi um trauma profundo. A patela... Não, outra coisa a impede de correr com vigor.
Como eu sei? Meu padrinho é um cirurgião ortopédico. Já vi e visitei consultórios desde que me lembro. Sem falar das operações que assistia escondido no observatório. Hirako Shinji era um medico de sucesso e portanto posso afirmar que Kurosaki sofre desse trauma e esconde a todo custo.
- Nee, nee. Soube da última?
Franzi o cenho, atrás de mim Ruka Oikawara e outra garota, cochichavam.
- Ontem na festa Hinamori ficou com o capitão!
Me entalei.
-Mo...Isso é mentira daquela garota.
- É verdade. A Hiyori-senpai viu os dois na cama.
- O que?!
Arregalei os olhostrincando os dentes. Hiyori... Sua praga.
- A porta não tava trancada e quando ela foi usar o banheiro viu os dois.
As duas riram aumentando minha raiva. Então foi essa baixinha que espalhou, amando de Hinamori aposto.
- Ei, qual a disposição dele?
- Nota mil. Viu a Kaichou hoje, mal ela conseguia andar – mais risinhos, eu mereço – Mas isso não é o melhor.
Ainda tinha mais? Concentrado e disfarçando me inclinei pro lado na direção delas.
- Parece que ele estava bêbado.
- Isso é obvio, só assim pra conseguir uma transa.
- Eu sei, mas a Hiyori disse que o capitão não parava de dizer um nome enão era da presidente.
Prendi o fôlego, chocado e sem ar. Mesmo antes de Ruka dizer já sabia.
- Ele gemia "Kar...
O ônibus freiou de repente, dando um tranco. Meu pé escorregou de onde o apoiava enquanto todos reclamavam da parada brusca. Observei ao redor. Ninguém entendia nada.
- O que foi isso?
Olhei minha vizinha, ela estavaespantada observando pela barulho estremecia ao redor acompanhado de sirenes e fiquei curioso. Levantando da poltrona, meinclinei para a janela como os outros, me apoiando no vidro e suspirei com o que vi. Um trem corria pelos trilhos em alta velocidade. Esse era o barulho.
- É só o trem de carga.
Comentei mais para mim mesmo, do que para ela. Estranhei que Kurosaki não disse nada e baixei o olhar, entendendo o porquê. Ela estremecia nervosa, quieta e aposto que bem constrangida. Como continuava sentada, ao ficar de pé quando me inclinei para a janela acabei medebruçando nas suas costas. A timidez dela me divertiu, já iria me afastar quando reparei no aroma que vinha , esse cheiro... Respirei mais perto da sua nuca, ignorando seus arrepios efranzias sobrancelhas. Jásenti esse cheiro em algum lugar...
- T..tá, agora que sair de cima de mim?!
Quase ri me afastando. Garota nervosa.
- Não precisa...
Matte... Que silêncio estranho é esse? Tarde demais dei por falta do boné e fechei os olhos xingando ainda mais. O burburinho atrás de mim soava mais alto agora que me dei conta.
- Ca..capitão...
- É o capitão Hitsuga..!
Encarei sobre o ombro irritado e as garotas congelaram. Até seria engraçado senão tivesse ouvido o que ouvi antes. Ruka e Hikifune empalideceram ao ver minha cara.
- Quem dizer "capitão" mais uma vez treinará junto com o técnico Kenpachi.
Todas arquejaram e me sentei apanhando irritado o boné do piso. Havia caído na parada brusca. Já me viram mesmo então o coloquei virado para trás. Ao meu lado, Kurosaki estava muda e a espiei. Boquiaberta ela me olhava chocada.
- O que?
- Você pode fazer isso?
Segurei um sorriso e ela ofegou. As garotas tentaram reclamar com o técnico Zenoske, mas era em vão. Quem manda nos clubes de futebol é Kenpachi e o homem não perderia uma oportunidade dessas se alguém sugerisse.
Quando o trem terminou de passara guarita foi liberada. Assim que passamos pelos trilhos mergulhei em pensamentos. O que aquela garota disse... Não pode ser mentira. Não havia como e senti mais uma vez aquele vazio. Já havia passado cinco anos, achei que tinha melhorado. Sem perceber, esfreguei a camisa bem acima do coração, tentando lidar com esse aperto sufocante. Disseram que era apenas normal, Hirako me fez a ir à vários especialistas depois que fiquei mal. Mesmo que tenham me dito para superar, que era normal às vezes amizades acabarem repentinamente, me recusava a acreditar que foi isso.Elanão é assim.
Hoje... ela devia ter uma aparência semelhante com Hinamori.
- Ei... tudo bem?
Suspirei fundo achando hilariante. Pergunta retórica. Ao soltar a camisa dei uma olhada em Kurosaki. Agora observando melhor, ela se pareceria com essa garota também. Devo ter ficado um certo tempo encarando,pois a garota enrubesceu fortemente.
- O que foi?
- Nada.
A encarei mais um pouco e depois fitei o vazio. Karin... Quando foi que passei a ver minha única amiga assim? A ponto de confundi-la e transar com outra?
Devo estar ficando louco.
HITSUGAYA POF
KARIN POV
Assim que chegamos na cidade, as montanhas ao horizonte chamavam atenção. Aqui era conhecido pela rodovia ser margeada por sakuras. O caminho ao entrar na cidade criava aquela atmosfera de deslumbramento. As garotas soltavam um "kyah!" "kyah!" a cada segundo e realmente era lindo. No entanto, não seria assim. Mal o ônibus estacionou em frente ao hotel e o povo se debandou. Esperei Toushirou se levantar e pra minha surpresa, assim que passou a alça da mochila pelo ombro ele pegou minha mala do bagageiro.
- Ei, não precisa.
Baixando o olhar pra mim engoli em seco em como estava sério. Caramba, desde aquela parada brusca nas linhas dos trens ele estava estranho.
- Isso aqui é pesado. Vamos logo, ainda temos que pegar um táxi.
Pisquei.
- O que? Como assim?
Toushirou me deu as costas e foi saindo do ônibus, comigo atrás. Estava mancando um pouco. (muitas horas numa posição só) e minha perna latejava leve. Mal pisei no asfalto e me deslumbrei com o hotel. O caminho de pedras, os jardins ornamentais na entrada. É um hotel estilo feudal.
- Uau...
- Vamos, Kurosaki.
Uma mão pesada me agarrou no cotovelo e foi me puxando. Olhei irritada e confusa pro cidadão, mas Toushirou nem se importou. Alias, ele parecia de péssimo humor e andava rápido.
- Calma, dá pra me soltar?
Me sacudi e ele me soltoususpirando forte. Apertando a ponte do nariz vi que na verdade Toushirou estava estressado. Com o que exatamente eu não sei.
- Nosso hotel não é esse. O time masculino e da torcida ficará numa pousada na base das montanhas.
Fiquei boquiaberta e Toushirou voltou a andar pela calçada. Acordei do choque e tentei acompanhá-lo, mas... poxa, tava difícil. Já estava distante quando chamou um táxi.
- Ei, espere!
Mordi o lábio. Isso é tão humilhante. A dormência não deixava que andasse direito. É tão impotente. Toushirou conversou com o motorista um pouco e depois voltou. Ele me olhava estranho, não... para minha perna e parei de mancar engolindo em seco. Será que ele notou? Não, não, não. Ascicatrizes são praticamente invisí não fosse eu não andaria de short por aí.
- Tudo bem?
- Claro.
Ele ainda me olhava desconfiado e me forcei a andar normal engolindo a dor. Assim que entramos no banco do passageiro, suspirei fundo aproveitando enquanto Toushirou dava o endereço. No caminho pra pousada, o motorista me deu uma olhadinha pelo retrovisor e estranhei.
- O que foi?
Sorri acanhada.
- Seu namorado é pouco atencioso, mocinha.
Me entalei, sentindo um calor subirpelo meu pescoço.
- N..não. Ele não é...
- Somos apenas colegas.
Calada o espiei e Toushirou olhava as mensagens no celular. Um silêncio constrangedor caiu dentro do táxi e o motorista riu pra amenizar o clima.
- Claro. Primeira vez em Iwake?
- Sim. Treino de clube.
Sorri simpática e ajeitei os óculos.
- Ah... ótima escolha. De que colégio são?
- Secundário de Karakura.
Nisso o motorista se animou ao parar num sinal.
- Sugoi. Os times de futebol tanto feminino como masculino são os melhores. Pena aquele fiasco nas semifinais do intercolegial.
Gelei por dentro e ouvi um risinho. Olhei a pessoa e Toushirou guardava o celular me encarando malicioso. Meu coração martelou.
- Pois é. Quem pode ter sabotado o time, Kurosaki?
Virei a cara, vermelha e nervosa escutando um pigarro convencido.
Essa semana promete.
